A Suíça, ou Confederção Helvética,  sempre esteve à frente nas revoluções culturais e políticas. Enquanto a Europa inteira era quase toda dividida em reinos e impérios absolutistas, duas exceções se destacavam: a Inglaterra, com sua Carta Magna e  seu primeiro esboço de um Parlamento, e a Confederação Helvética, que já era uma república federativa e democrática em 1291.
A Suíça é um país neutro e, por causa disso, não faz parte da União Europeia, e tem um sistema de democracia direta que é unico no mundo.
Agora, dá mais um passo à frente. O povo vai decidir em plebiscito se quer adotar um programa de Renda Básica (que nada tem a ver com o que prega o Eduardo Suplicy) em que o Estado pagará, a cada cidadão, o equivalente a 9.000 reais por mês por adulto e 2.100 reais mensais para cada criança. Sem que tenha que fazer coisa alguma, em vez de o cidadão pagar, receberá um imposto do Estado.
A idéia por trás dessa proposta é sensacional. O ser humano, desde sempre, vem desenvolvendo a tecnologia para facilitar o seu trabalho. Da roda e  das ferramentas primitivas, até os robôs e a internet, passando pelos teares mecânicos e as máquinas a vapor da Revolução Industrial, tudo, enfim, visa aliviar a carga de trabalho das pessoas.
Entretanto, o que se viu foi que, ao produzir mais em menos tempo, a carga horária teve que diminuir, mas o conceito social não mudou. Explico melhor: a carga de trabalho, nas indústrias, no início do século XX, era de 16 horas por dia, mas foi nesse mesmo momento que vimos pela primeira vez o fenômeno do desemprego em massa. A sociedade aceitou uma redução até as atuais 8 horas por dia, ou 40/44 horas semanais, mas isso ainda é muito, pelo que se observa. 
Para diminuir o desemprego, alguns países, como a França, reduziram a carga horária ainda mais. Mas com a  continuidade da evolução tecnológica, as máquinas (antes dominarem o Homem, como crêem alguns cientistas e escritores de ficção) o substituirão no trabalho. 
Os suíços estão sainda na frente na mudança conceitual. Já que as máquinas podem fazer o trabalho humano, que se liberem as pessoas para fazer outras coisas: arte, lazer, cultura e "trabalho" intelectual para os que quiserem. 
Abolindo o trabalho humano, a sua subsistência será garantida pelo Estado, por meio dessa renda distribuída a partir da riqueza nacional gerada pelas máquinas, o que eles estão chamando de "riqueza digital". É claro que, nesse estágio, alguém ainda terá que tomar as decisões nas empresas e no governo, mas isso não vai requerer tempo integral das pessoas. Uma vez por ano vão para um referendo e decidem, como já estão fazedno há alguns séculos em sua democracia direta.
domingo, 5 de junho de 2016
sábado, 4 de junho de 2016
Carta fora do baralho
Dilma já é carta fora do baralho, como ela mesma reconheceu em raro momento de lucidez e honestidade. Essa história toda de que alguns senadores podem mudar seu voto é tudo balela e manobra política para pressionar o Temer a fazer o que eles querem. Dane-se o Brasil, políticos só pensam nos próprios interesses.
Ninguém dá mais nem um tostão furado pelo futuro político da mais atroz figura que já passou pela política no Brasil. O problema, que temos que enfrentar, será essa barganha toda durante o período em que o Temer vai depender do Congresso e em especial do Senado.
Uma vez selado o impeachment e como ele pretende encerrar sua carreira política e não disputará reeleição, poderá fazer o que mais interessa ao país, sem que ninguém mais tenha poder de pressioná-lo. Ou seja, esse período de transição é um atraso de vida para o país. Esse é mais um motivo para adotarmos logo o parlamentarismo.
O presidencialismo, já ficou demonstrado, é um sistema que não funciona no Brasil. Foi assim desde o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, que acabou por renunciar. A República Velha foi apenas uma crise continuada: Afonso Pena morreu no exercício do mandato, em plena agitação política, que continuou no governo de seu sucessor Nilo Peçanha. Durante o governo de Hermes da Fonseca ocorreu a famosa Revolta da Chibata. Para controlá-la, o presidente teve que mandar bombardear os portos do Rio de Janeiro e governou sob estado de sítio. Venceslau Brás enfrentou a Revolta dos Sargentos. No governo de Epitácio Pessoa eclodiu o Movimento Tenentista (com a Revolta do Forte de Copacabana em 1922). Artur Bernardes, em seguida, continuou enfrentando o tenentismo e a Revolução de 1924, quando mandou bombardear S.Paulo. Governou sob estado de sítio. Depois veio a Revolução de 30 e ditadura Vargas, entremeada de crises como a Revolução Constitucionalista de 32, a Intentona Comunista em 35, o golpe do Estado Novo em 37 e o Levante Integralista em 38. Depois o trauma do suicídio de Getúlio em 54, com golpes e contragolpes, a renúncia de Jânio, o parlamentarismo forçado, a deposição de Jango e a ditadura militar em 64, com um golpe interno em 68.
Depois da redemocratização a situação não melhorou. Dos 5 vice-presidentes, só 2 não assumiram: Marco Maciel (vice de FHC) e José Alencar (vice de Lula). É um índice muito alto: 60%!!!
Está na hora de escolhermos um regime melhor, que permita superação mais suave das crises e dê, ao país, mais estabilidade institucional. Mas não se vê ainda nenhum movimento político expressivo nessa direção.
Ninguém dá mais nem um tostão furado pelo futuro político da mais atroz figura que já passou pela política no Brasil. O problema, que temos que enfrentar, será essa barganha toda durante o período em que o Temer vai depender do Congresso e em especial do Senado.
Uma vez selado o impeachment e como ele pretende encerrar sua carreira política e não disputará reeleição, poderá fazer o que mais interessa ao país, sem que ninguém mais tenha poder de pressioná-lo. Ou seja, esse período de transição é um atraso de vida para o país. Esse é mais um motivo para adotarmos logo o parlamentarismo.
O presidencialismo, já ficou demonstrado, é um sistema que não funciona no Brasil. Foi assim desde o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, que acabou por renunciar. A República Velha foi apenas uma crise continuada: Afonso Pena morreu no exercício do mandato, em plena agitação política, que continuou no governo de seu sucessor Nilo Peçanha. Durante o governo de Hermes da Fonseca ocorreu a famosa Revolta da Chibata. Para controlá-la, o presidente teve que mandar bombardear os portos do Rio de Janeiro e governou sob estado de sítio. Venceslau Brás enfrentou a Revolta dos Sargentos. No governo de Epitácio Pessoa eclodiu o Movimento Tenentista (com a Revolta do Forte de Copacabana em 1922). Artur Bernardes, em seguida, continuou enfrentando o tenentismo e a Revolução de 1924, quando mandou bombardear S.Paulo. Governou sob estado de sítio. Depois veio a Revolução de 30 e ditadura Vargas, entremeada de crises como a Revolução Constitucionalista de 32, a Intentona Comunista em 35, o golpe do Estado Novo em 37 e o Levante Integralista em 38. Depois o trauma do suicídio de Getúlio em 54, com golpes e contragolpes, a renúncia de Jânio, o parlamentarismo forçado, a deposição de Jango e a ditadura militar em 64, com um golpe interno em 68.
Depois da redemocratização a situação não melhorou. Dos 5 vice-presidentes, só 2 não assumiram: Marco Maciel (vice de FHC) e José Alencar (vice de Lula). É um índice muito alto: 60%!!!
Está na hora de escolhermos um regime melhor, que permita superação mais suave das crises e dê, ao país, mais estabilidade institucional. Mas não se vê ainda nenhum movimento político expressivo nessa direção.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Congresso inconsequente
Ninguém entendeu nada, ou melhor, entendemos perfeitamente! O governo apresenta à nação um deficit, nas contas públicas, de 170 bilhões (gerado pela incompetência e má-fé do governo antecessor, verdade, mas isso não diminui a responsabilidade do governo atual)  e que será saneado a duras penas, provavelmente com um aumento da carga tributária mais adiante, na semana seguinte, apoia aprovação de aumento de mais de 16% para os funcionários públicos!
Esse aumento causará despesas de quase 60 bilhões até 2019! O país não tem dinheiro para investir em nada, sequer para pagar os gastos correntes, a previdência está quebrada, o sistema de saúde abandonado, o desemprego atingindo mais de 11 milhões de pessoas, e o funcionalismo, que não corre o risco de perder o emprego, que terá aposentaria integral, ainda recebe essa benesse!? Em uma hora dessas?!
O funcionário público deve ser bem remunerado, sim. Funcionários públicos de alta qualidade são necessários à boa gestão do país. Mas as condições de trabalho tem que ser equivalentes, no serviço publico e no privado. A estabilidade, por exemplo, é necessária na função pública, para evitar retaliações politicas, por exemplo, mas nada justifica as outras benesses, a não ser o corporativismo classista. E tudo isso vindo na hora mais errada possível!
Como é que se vai falar em arrocho, como é que se vai pedir sacrifícios à nação, com mais essa conta nos sendo apresentada. Como é que se vai pedir a compreensão e a colaboração das pessoas, quando, ao invés de darem o exemplo de austeridade, acabam por confirmar aquilo que todos detestam e já estão cansados de saber: que os agentes públicos estão pouco se lixando para nós, os pagadores de impostos.
Assim não dá. O tempo dessas coisas ficou para trás. Não dá para ficarem insistindo na manutenção desses privilégios e "status quo". Será que a classe política não vai compreender que não existe mais espaço para isso? Será que vai ter que correr sangue para que eles entendam? Será que teremos de nos transformar em uma Venezuela e tirar esse governo e esse congresso de lá a tapas? Espero que não, mas que eles estão se arriscando estão.
Esse aumento causará despesas de quase 60 bilhões até 2019! O país não tem dinheiro para investir em nada, sequer para pagar os gastos correntes, a previdência está quebrada, o sistema de saúde abandonado, o desemprego atingindo mais de 11 milhões de pessoas, e o funcionalismo, que não corre o risco de perder o emprego, que terá aposentaria integral, ainda recebe essa benesse!? Em uma hora dessas?!
O funcionário público deve ser bem remunerado, sim. Funcionários públicos de alta qualidade são necessários à boa gestão do país. Mas as condições de trabalho tem que ser equivalentes, no serviço publico e no privado. A estabilidade, por exemplo, é necessária na função pública, para evitar retaliações politicas, por exemplo, mas nada justifica as outras benesses, a não ser o corporativismo classista. E tudo isso vindo na hora mais errada possível!
Como é que se vai falar em arrocho, como é que se vai pedir sacrifícios à nação, com mais essa conta nos sendo apresentada. Como é que se vai pedir a compreensão e a colaboração das pessoas, quando, ao invés de darem o exemplo de austeridade, acabam por confirmar aquilo que todos detestam e já estão cansados de saber: que os agentes públicos estão pouco se lixando para nós, os pagadores de impostos.
Assim não dá. O tempo dessas coisas ficou para trás. Não dá para ficarem insistindo na manutenção desses privilégios e "status quo". Será que a classe política não vai compreender que não existe mais espaço para isso? Será que vai ter que correr sangue para que eles entendam? Será que teremos de nos transformar em uma Venezuela e tirar esse governo e esse congresso de lá a tapas? Espero que não, mas que eles estão se arriscando estão.
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