sábado, 4 de junho de 2016

Carta fora do baralho

Dilma já é carta fora do baralho, como ela mesma reconheceu em raro momento de lucidez e honestidade. Essa história toda de que alguns senadores podem mudar seu voto é tudo balela e manobra política para pressionar o Temer a fazer o que eles querem. Dane-se o Brasil, políticos só pensam nos próprios interesses.

Ninguém dá mais nem um tostão furado pelo futuro político da mais atroz figura que já passou pela política no Brasil. O problema, que temos que enfrentar, será essa barganha toda durante o período em que o Temer vai depender do Congresso e em especial do Senado.

Uma vez selado o impeachment e como ele pretende encerrar sua carreira política e não disputará reeleição, poderá fazer o que mais interessa ao país, sem que ninguém mais tenha poder de pressioná-lo. Ou seja, esse período de transição é um atraso de vida para o país. Esse é mais um motivo para adotarmos logo o parlamentarismo. 

O presidencialismo, já ficou demonstrado, é um sistema que não funciona no Brasil. Foi assim desde o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, que acabou por renunciar. A República Velha foi apenas uma crise continuada: Afonso Pena morreu no exercício do mandato, em plena agitação política, que continuou no governo de seu sucessor Nilo Peçanha. Durante o governo de Hermes da Fonseca ocorreu a famosa Revolta da Chibata. Para controlá-la, o presidente teve que mandar bombardear os portos do Rio de Janeiro e governou sob estado de sítio. Venceslau Brás enfrentou a Revolta dos Sargentos. No governo de Epitácio Pessoa eclodiu o Movimento Tenentista (com a Revolta do Forte de Copacabana em 1922). Artur Bernardes, em seguida, continuou enfrentando o tenentismo e a Revolução de 1924, quando mandou bombardear S.Paulo. Governou sob estado de sítio. Depois veio a Revolução de 30 e  ditadura Vargas, entremeada de crises como a Revolução Constitucionalista de 32, a Intentona Comunista em 35, o golpe do Estado Novo em 37 e o Levante Integralista em 38. Depois o trauma do suicídio de Getúlio em 54, com golpes e contragolpes, a renúncia de Jânio, o parlamentarismo forçado, a deposição de Jango e a ditadura militar em 64, com um golpe interno em 68.

Depois da redemocratização a situação não melhorou. Dos 5 vice-presidentes, só 2 não assumiram: Marco Maciel (vice de FHC) e José Alencar (vice de Lula). É um índice muito alto: 60%!!!
Está na hora de escolhermos um regime melhor, que permita superação mais suave das crises e dê, ao país, mais estabilidade institucional. Mas não se vê ainda nenhum movimento político expressivo nessa direção.

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