quinta-feira, 21 de julho de 2016

Se o Brasil der certo

Lula disse, em sua mais recente (e melancólica) viagem a Pernambuco, que só não será candidato em 2018 "se o Brasil der certo". Ufa!
Dessa vez, acertou em cheio. Não será candidato, pois o Brasil vai dar certo, está dando certo! 

Bastou a retirada desses sanguessugas do poder e já começou a dar certo. Além do mais, temos pessoas na administração pública que falam a língua portuguesa, e cujo raciocínio a gente entende. Isso por si só já é um alívio, um fator desestressante, um rumo em direção ao "dar certo".

Além disso, se o Brasil estiver "dando certo", antes de 2018, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva e familiares serão chamados pela Justiça para responder por seus crimes. Portanto, será inelegível e sequer poderá ser candidato, conforme proibição constante na Lei da Ficha Limpa.

Lula tocou no ponto central. Se o Brasil der certo, ele jamais poderá ser candidato  a coisa alguma. Seu destino agora é outro. Tudo parece calmo na superfície, mas a Lava Jato continua se movendo. É uma questão de muito pouco tempo para o Brasil começar a dar certo de novo.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Espodumênio

Você sabe o que é espodumênio? Nem eu. Quero dizer, eu não sabia até ontem. Fiquei sabendo hoje que é um mineral, descoberto em 1800, na Suécia, por ninguém mais, ninguém menos, que o estadista brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência.
Eu não sabia também que José Bonifácio era químico e mineralogista, além de tudo mais. Tinha ele um perfil eclético, muito parecido com o de Benjamim Franklin, que também era político e cientista!

A partir daí, as informações sobre Bonifácio não pararam de me surpreender: formou-se em Ciências Naturais na Universidade de Coimbra, foi professor de Geologia na mesma universidade, fez parte da Academia de Ciências de Lisboa, descobriu, descreveu e nomeou 4 novos minerais. Em 1797, foi eleito membro da Real Academia de Ciências da Suécia, aquela que confere o prêmio Nobel. Falava 12 idiomas! O homem era um gênio! E quase não se sabe nada dele em nosso país.

José Bonifácio foi ainda tutor de D. Pedro II e inspirou no imperador o gosto pela ciência. Era abolicionista e favorável ao ensino público gratuito em todos os níveis. Mas, suas ideias liberais não prevaleceram, pois foi exilado por D. Pedro I em 1923, só retornando ao país em 1929 e, sendo novamente preso em 1933 por causa de intrigas políticas, acabou por se retirar da vida pública. Assim perdemos um estadista.

Espodumênio pode ser um nome bem feio, mas esse e um outro mineral, a petalita, também descoberto por José Bonifácio, são grandes fontes de lítio, elemento químico com grande aplicação na cerâmica, na indústria eletro-eletrônica (baterias), na indústria nuclear e até na medicina. E a popularização dos carros elétricos tornará o lítio mais valioso que o petróleo, no decorrer desse século.

Espodumênio, José Bonifácio e carros elétricos, quem diria, estariam tão relacionados assim?

terça-feira, 19 de julho de 2016

O Golpe Turco

Erdogan é um candidato a ditador. Disso não há dúvida. À semelhança de Putin, passou de primeiro-ministro a presidente, mas manda tanto, ou mais, do que mandava antes. Seu partido é controlado com mão de ferro. E, além de tudo, traz um viés religioso. Política e religião juntos produzem um combustível de alta capacidade inflamável.

Esse golpe está muito mal explicado. Já são 6 mil pessoas presas, entre civis e militares, acusados de conspiração. É possível uma coisa dessas? Um golpe tramado por 6 mil pessoas já é uma coisa absolutamente fora do comum. E, um golpe tramado por 6 mil pessoas, e que ainda falha, é algo mais do que extraordinário!

É evidente que essas prisões são, na verdade, um expurgo que o Erdogan está promovendo com relação aos seus adversários políticos. E a Europa e os Estados Unidos não vão poder dizer nada, porque afinal têm que defender a "democracia" turca.

Para se ver livre desses adversários, Erdogan quer agora restaurar a pena de morte, que havia sido abolida em 2004. Tudo muito democraticamente, votado pelo parlamento, etc., etc.

Alguns países parece que tem uma sina da qual não se livram. A Rússia, por exemplo, não consegue sair de um regime autocrático. A China, idem. A Turquia está no mesmo grupo, junto com outros países do Oriente Médio, que não se livram dos chamados "homens-fortes". O México, Argentina e o Brasil não conseguem se livrar de políticos fisiológicos e venais. A Itália e o Japão não se livram das máfias. A África inteira não se livra da miséria, da doença, da fome, e da corrupção. 

É triste de se ver esse espetáculo de desperdício de recursos naturais e humanos. Houve um momento, na virada do séc. XIX para o séc. XX em que se acreditou que seria apenas uma questão de tempo e toda a humanidade partilharia o desenvolvimento tecnológico e cientifico. E, com isso, as abissais diferenças na qualidade de vida das pessoas, simplesmente desapareceriam.

Mas logo em seguida, vieram as duas grandes guerras e a guerra fria, a desfazer esse sonho e a colocar, em lugar dele, o pesadelo do Terror permanente. Hoje é mais fácil acreditarmos na autodestruição da espécie humana, do que na utopia de um desenvolvimento e progresso compartilhado. A Turquia é um bom exemplo. No início do século XX, conseguiu se desfazer das amarras do atraso religioso, quando Kemal Atatürk fundou a chamada Turquia moderna. Mudou o alfabeto e vários costumes à força e sua sombra política se projetou desde então até quase os nossos dias na vida do povo turco.

Tudo, porém, que a Turquia conseguiu avançar nas primeiras décadas do séc. XX parece estar retrocedendo com a recente ascensão dos partidos religiosos. Temos caminhado, no século XXI,  rapidamente em direção à barbárie. Resta saber se esse processo vai eventualmente estancar e reverter. Se depender dos líderes políticos do momento a esperança é escassa.

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa