Escrevo-te essas mal traçadas linhas meu amor, porque veio a saudade torturar meu coração... Assim choramingava o Tremendão Erasmo Carlos, um dos expoentes do rock brasileiro jovem guarda dos anos 60. Que época de ingenuidade! Vê se isso é letra de rock'n'roll que se preze!
Isso foi, obviamente, antes de Ozzy Osbourne comer uma cabeça de morcego no palco; antes de Alice Cooper e o camaleão David Bowie pontificarem suas performances no showbizz. Depois deles, o rock nunca mais foi o mesmo.
É claro que a pretensa ingenuidade era só pra fora, para inglês ver. No mundo real dos bastidores, as drogas corriam soltas e o rock era "barra pesada". Só não tinha participação política. O rock era "alienado".
A política brasileira, entretanto, quer continuar a aparentar a mesma ingenuidade dos tais anos 60. Tudo acontece sob as barbas dos governantes e ninguém sabe de nada, não vê nada, não faz nem ideia. Ninguém sequer percebe o monstruoso golpe no dinheiro público perpetrado pelos aliados e pelas "empresas" amigas do Estado.
E aí, quando o calo aperta, põem-se a escrever cartinhas uns para os outros. É o que Dilma, dizem, está fazendo agora nas suas longas horas de ócio destrutivo. Está preparando uma carta à nação, ou ao seu ex-aliado e ex-companheiro de chapa que agora senta-se na cadeira presidencial e, por isso, virou seu maior desafeto.
Essa carta pelo jeito, ou vai ser longa, ou está sendo difícil colocar as palavras uma ao lado da outra fazendo algum sentido. Deve ser a segunda hipótese, que é mais condizente com o perfil da ex-presidenta.
Tudo indica que, nós, brasileiros, ainda seremos submetidos a mais uma dose de dilmês, aquele idioma bárbaro, mais difícil de entender do que o búlgaro.
Tempo é o que não falta à escrevinhadora. Ajudantes também não faltam, mas eles podem é atrapalhar por não dominarem tão bem assim nem o léxico, nem a sintaxe, dessa língua tão "sui generis". Vejamos o que vai vir.
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
domingo, 14 de agosto de 2016
Quando Lula será preso?
A questão agora não é se Lula vai ser ou não ser preso. A questão é quando é que o Lula será preso?
É inadmissível, depois de tudo que já ficou patente, depois que o próprio ministério público tenha dito que Lula é o chefe da quadrilha que assaltou a Petrobras, esse pelego sindicalista ainda permaneça imune às leis, que ainda se tenha tantos escrúpulos em fazê-lo pagar pelos crimes que cometeu.
A política é feita de símbolos. E não se governa uma nação sem política, portanto, não se governa sem uma simbologia; O PT sabe disso muito bem e manipulou esses símbolos em seu benefício, enquanto almejava o poder e principalmente depois que o alcançou.
Esse manejo visava até mesmo a perpetuação no poder. Teria conseguido, se não fossem os acasos, as pedras atiradas no seu caminho pelo destino e sua soberba e auto-confiança excessivas.
Pois o fim da era petista necessita de um símbolo. Tal como a queda do muro de Berlim foi o símbolo da derrocada do comunismo, a derrocada do petismo será simbolizada pela queda do Lula, ou melhor, pela sua prisão. Só assim ficará demonstrado à população brasileira que o crime de colarinho branco já não compensa. Isso é um ato civilizatório. Isso ensina às nova gerações, qual é o custo de não obedecer às regras estabelecidas por todos e para todos.
As prisões de José Dirceu e de Marcelo Odebrecht tem também o seu valor simbólico, mas nenhuma delas supera, pela mitologia criada em torno do personagem, a do Lula. Passada a questão técnica do impeachment, não há nada de mais importante, do ponto de vista simbólico, a acontecer nesse país.
É inadmissível, depois de tudo que já ficou patente, depois que o próprio ministério público tenha dito que Lula é o chefe da quadrilha que assaltou a Petrobras, esse pelego sindicalista ainda permaneça imune às leis, que ainda se tenha tantos escrúpulos em fazê-lo pagar pelos crimes que cometeu.
A política é feita de símbolos. E não se governa uma nação sem política, portanto, não se governa sem uma simbologia; O PT sabe disso muito bem e manipulou esses símbolos em seu benefício, enquanto almejava o poder e principalmente depois que o alcançou.
Esse manejo visava até mesmo a perpetuação no poder. Teria conseguido, se não fossem os acasos, as pedras atiradas no seu caminho pelo destino e sua soberba e auto-confiança excessivas.
Pois o fim da era petista necessita de um símbolo. Tal como a queda do muro de Berlim foi o símbolo da derrocada do comunismo, a derrocada do petismo será simbolizada pela queda do Lula, ou melhor, pela sua prisão. Só assim ficará demonstrado à população brasileira que o crime de colarinho branco já não compensa. Isso é um ato civilizatório. Isso ensina às nova gerações, qual é o custo de não obedecer às regras estabelecidas por todos e para todos.
As prisões de José Dirceu e de Marcelo Odebrecht tem também o seu valor simbólico, mas nenhuma delas supera, pela mitologia criada em torno do personagem, a do Lula. Passada a questão técnica do impeachment, não há nada de mais importante, do ponto de vista simbólico, a acontecer nesse país.
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Jogos Olímpicos: Nação x Estado
A abertura dos Jogos Olímpicos, a meu ver, foi muito além das expectativas. Foi uma cerimônia muito bonita e o público participou ativamente, contagiando a todos com aquela alegria tipicamente brasileira. Aí fica-se pensando: por que é que o Brasil não dá certo?
Se somos capazes de fazer uma festa como aquela, de organizar tudo tão perfeitamente como organizamos os desfiles de carnaval, de até cumprir prazos; se somos capazes de superar problemas estruturais e conjunturais e, no meio da maior crise econômica e política da nossa história (com o Estado, onde se realizam os Jogos, falido), realizar um evento como esse, é inevitável o espanto.
Deveríamos ser um país de primeira linha! Temos um povo inventivo, engenhoso, com uma excelente capacidade de adaptação e superação de problemas, com uma vocação para a alegria, para o convívio harmônico, como nenhum outro povo no mundo. E estamos nos esquecendo disso. Estamos perdendo um pouco dessas características por conta do estado de beligerância permanente que a insegurança urbana nos mantém.
Durante a cerimônia deu para nos esquecermos das balas perdidas, da pobreza crônica, do atraso educacional, do transporte público caótico, das endemias e epidemias perfeitamente evitáveis. E aí ressurgiu, em sua plenitude, o espírito do Brasil, do qual sinto saudade: o espírito de uma nação que se acostumou a ver, sentados à mesma mesa, árabes e judeus, italianos e japoneses, argentinos e portugueses, com muitas piadas, muita gozação, mas nenhum ódio, nenhuma intolerância.
Então, vem à mente a pergunta: o que é que deu errado? Como é que fomos nos perdendo de nós mesmos?
A resposta se resume em uma frase: tudo é consequência do nosso modelo de Estado. Nosso atraso, nossas mazelas, são consequência desse Estado que criamos, ou que criaram por nós e nós aceitamos. É um Estado privatizado, para uso e abuso de uns poucos privilegiados, encastelados na classe política ou dela mantenedores e dependentes ao mesmo tempo.
Assim é um Estado excludente, que trata a maioria dos cidadãos como cidadãos de segunda ou terceira classe. A esquerda no Brasil sabe disso, a esquerda sempre vociferou contra isso. O problema é que, quando chegou lá, em vez de mudar o Estado, mudou-se para dentro dele.
Assim é um Estado excludente, que trata a maioria dos cidadãos como cidadãos de segunda ou terceira classe. A esquerda no Brasil sabe disso, a esquerda sempre vociferou contra isso. O problema é que, quando chegou lá, em vez de mudar o Estado, mudou-se para dentro dele.
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