Depois do PT, quem mais perdeu cacife político, nessas eleições, chama-se Aécio Neves.
Há 2 anos era candidato a presidente e teve uma votação expressiva, de quase 50% dos votos válidos. O que aconteceu de lá para cá?
Ora, se analisarmos bem, já em 2014, as nuvens políticas desenhavam o esboço da situação atual. Minas Gerais, o seu estado de origem, não o apoiou. Isso diz tudo. A candidata Dilma, visivelmente muito menos preparada do que ele, sem articulação, incapaz de produzir uma frase com sentido completo, era para ter levado uma lavagem em Minas Gerais. Mas o que se viu foi ela saindo vencedora no estado. Pelamordedeus!
A partir daí, Aécio continuou sendo o mesmo Aécio, sem extrair dessa derrota nenhuma lição política. Sendo presidente do PSDB, o maior partido de oposição ao governo do PT, durante todo o processo de impeachment da incompetente, por incrível que pareça, não se ouviu sua voz.
O senador Anastasia, seu maior aliado, foi o relator do processo; e onde estava Aécio durante todo aquele tempo? Vimos e ouvimos, o senador Magno Malta, o senador Caiado, o senador Medeiros, e até o senador Cristóvam Buarque, mas a voz de Aécio não se fez ouvir nesse processo.
Nas manifestações de rua, aconteceu o mesmo. Sobre a Lava Jato o mesmo silêncio. Sobre Eduardo Cunha, idem, sobre Renan, Fernando Collor e Sarney, a mesma ausência. Recentemente, no quiproquó da PF fazendo busca e apreensão no Senado e o Renan atacando o poder Judiciário e chamando o juiz de juizeco, alguém pode dizer qual foi a posição de Aécio?
Será que ele pensa que, no tempo das redes sociais, a política ainda é feita no pé de ouvido, como no tempo de seu avô? Quem não fizer política ouvindo a voz do povo, dialogando com os movimentos sociais, estará condenado ao ostracismo.
Vejam o exemplo do deputado Onyx Lorenzoni. Está participando de todos os processos, viajando, dando palestras, participando de audiências públicas, conversando com as pessoas, com os líderes dos movimentos, com a força tarefa da Lava Jato, procurando entender o momento e, como parlamentar, ajudar a encaminhar soluções.
É assim que se deve comportar um político nos dias de hoje, se quiser ter legitimidade e representatividade em seu mandato.
Se é pra ficar escondido em Brasília, ou nas fazendas de Cláudio, é melhor então abandonar a política, porque a política já o abandonou.
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
terça-feira, 1 de novembro de 2016
Apocalipse político
A indignação contra a corrupção vai muito além do aspecto ético ou moral. Essa indignação é uma defesa do bolso de cada um. O ato de um corrupto não é em nada diferente aquele do batedor de carteiras, Aliás é diferente: a corrupção é pior. Enquanto o batedor de carteiras lesa as pessoas uma por uma, o corrupto lesa toda a coletividade, uma nação inteira, ao mesmo tempo. É um mega batedor de carteiras.
É por isso que não entendo as pessoas que querem fazer vista grossa às ações criminosas do PT. Não há ideologia que explique isso. Essas pessoas estão também sendo lesadas do mesmo modo, mas defendem os autores dos crimes. É uma atitude absolutamente irracional e, acima de tudo, estúpida!
Ir contra a corrupção comandada pelo PT não significa automaticamente sequer uma ruptura com a ideologia. Afinal, não há nada mais antissocial do que a corrupção endêmica. É uma negação total dos ideais de igualitarismo. É a prevalência absoluta do individualismo egoísta sobre o coletivismo.
Que alguns militantes defendam o partido, apesar de tudo, é compreensível, embora não desculpável, quando usufruem de algum modo das benesses de pertencer a esse grupo privilegiado, detendo cargos públicos nomeados pelo partido, recebendo incentivos financeiros como os da Lei Rouanet, etc. Fora isso, não há nada que explique ou justifique um cidadão achar bom que um partido monte um esquema de desvio de recursos públicos que vai tirar, de todos, os recursos para a saúde, para a educação, para a segurança pública, para investimento na infra-estrutura, que não fará um planejamento neutro das políticas públicas, que, enfim, destruirá a base da economia em nome de privilegiar interesses do partido acima dos interesses da nação.
O povo demora um pouco, mas aprende. O recado das urnas, nessas eleições municipais está dado. Um índice de abstenção e de votos brancos e nulos que varia de 32 a 41% dependendo da cidade, deve acender o sinal vermelho para os políticos, em especial, os do PT, que só conseguiu eleger um prefeito de capital. O povo está dizendo que se cansou. Até mesmo em Belo Horizonte, que, a meu ver, não fez a melhor escolha, o eleitor acabou por mandar também um recado: o prefeito eleito ganhou com o discurso do não-político.
Aquele que tem ouvidos, ouça. Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá (Apocalipse, capítulo 13!!!)
É por isso que não entendo as pessoas que querem fazer vista grossa às ações criminosas do PT. Não há ideologia que explique isso. Essas pessoas estão também sendo lesadas do mesmo modo, mas defendem os autores dos crimes. É uma atitude absolutamente irracional e, acima de tudo, estúpida!
Ir contra a corrupção comandada pelo PT não significa automaticamente sequer uma ruptura com a ideologia. Afinal, não há nada mais antissocial do que a corrupção endêmica. É uma negação total dos ideais de igualitarismo. É a prevalência absoluta do individualismo egoísta sobre o coletivismo.
Que alguns militantes defendam o partido, apesar de tudo, é compreensível, embora não desculpável, quando usufruem de algum modo das benesses de pertencer a esse grupo privilegiado, detendo cargos públicos nomeados pelo partido, recebendo incentivos financeiros como os da Lei Rouanet, etc. Fora isso, não há nada que explique ou justifique um cidadão achar bom que um partido monte um esquema de desvio de recursos públicos que vai tirar, de todos, os recursos para a saúde, para a educação, para a segurança pública, para investimento na infra-estrutura, que não fará um planejamento neutro das políticas públicas, que, enfim, destruirá a base da economia em nome de privilegiar interesses do partido acima dos interesses da nação.
O povo demora um pouco, mas aprende. O recado das urnas, nessas eleições municipais está dado. Um índice de abstenção e de votos brancos e nulos que varia de 32 a 41% dependendo da cidade, deve acender o sinal vermelho para os políticos, em especial, os do PT, que só conseguiu eleger um prefeito de capital. O povo está dizendo que se cansou. Até mesmo em Belo Horizonte, que, a meu ver, não fez a melhor escolha, o eleitor acabou por mandar também um recado: o prefeito eleito ganhou com o discurso do não-político.
Aquele que tem ouvidos, ouça. Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá (Apocalipse, capítulo 13!!!)
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Trancos e solavancos
O Reino Unido, em duas semanas, resolveu seu problema político. Nós conseguimos a proeza de arrastar por mais de um semestre o processo de destituição de um governo corrupto e inepto.
É claro que não se pode comparar o Brasil ao Reino Unido. A distância é interplanetária. Eles estão em um mundo e nós em outro. Lá, o primeiro ministro quando percebe não ter mais o apoio da base, renuncia ao cargo, sem maiores tergiversações, nem apego. E sai elogiado até pelos adversários.
Aqui, o que se vê, são todos se agarrando com unhas e dentes às cadeiras, às cortinas e às mesas, e, quando saem, saem carregando as tralhas pessoais e públicas e fazendo o possível e o impossível para não perderem as benesses do poder. Claro também que, os que perdem benesses em Pindorama, perdem muito mais do que os que as perdem no reino de Sua Majestade, porque, quando estão no poder aqui, têm muito mais benesses que os poderosos de lá.
Aqui, o Estado, infelizmente, é visto como uma terra sem dono, um despojo de guerra, ao qual todos se atiram, cada qual querendo levar a melhor parte. Não exsite a menor noção de serviço à nação, de amor à pátria. Isso parece uma coisa tão antiga, tola, risível. Amor à pátria? A última vez em que ouvi essas palavras, ditas seriamente, sem cinismo, já faz mais de meio século.
Nessa época, eu pensava que o Brasil seria uma grande nação logo em breve. A questão parecia ser apenas conseguirmos romper com o subdesenvolvimento representado pelo baixo nível de educação e pelo atraso industrial. Esse último já vinha sendo atacado pelo desenvolvimentismo de JK e o problema da educação parecia ser apenas uma questão de tempo, uma vez que a indústria precisaria de mão de obra mais qualificada.
O ciclo virtuoso foi interrompido pela má política, que acabou por nos atirar em uma ditadura. De novo a esperança se reacendeu quando FHC repôs a nossa economia nos trilhos. De novo, a má política, o messianismo cheio de má fé, nos tolheu o caminho e nos jogou nesse lamaçal de delinquência moral e descalabro social.
Nesse vaivém, nesses trancos e solavancos, desperdiçamos meio século. O país é rico, mas o desperdício também tem limites e as vidas humanas são breves; para muita gente não haverá uma segunda oportunidade.
É claro que não se pode comparar o Brasil ao Reino Unido. A distância é interplanetária. Eles estão em um mundo e nós em outro. Lá, o primeiro ministro quando percebe não ter mais o apoio da base, renuncia ao cargo, sem maiores tergiversações, nem apego. E sai elogiado até pelos adversários.
Aqui, o que se vê, são todos se agarrando com unhas e dentes às cadeiras, às cortinas e às mesas, e, quando saem, saem carregando as tralhas pessoais e públicas e fazendo o possível e o impossível para não perderem as benesses do poder. Claro também que, os que perdem benesses em Pindorama, perdem muito mais do que os que as perdem no reino de Sua Majestade, porque, quando estão no poder aqui, têm muito mais benesses que os poderosos de lá.
Aqui, o Estado, infelizmente, é visto como uma terra sem dono, um despojo de guerra, ao qual todos se atiram, cada qual querendo levar a melhor parte. Não exsite a menor noção de serviço à nação, de amor à pátria. Isso parece uma coisa tão antiga, tola, risível. Amor à pátria? A última vez em que ouvi essas palavras, ditas seriamente, sem cinismo, já faz mais de meio século.
Nessa época, eu pensava que o Brasil seria uma grande nação logo em breve. A questão parecia ser apenas conseguirmos romper com o subdesenvolvimento representado pelo baixo nível de educação e pelo atraso industrial. Esse último já vinha sendo atacado pelo desenvolvimentismo de JK e o problema da educação parecia ser apenas uma questão de tempo, uma vez que a indústria precisaria de mão de obra mais qualificada.
O ciclo virtuoso foi interrompido pela má política, que acabou por nos atirar em uma ditadura. De novo a esperança se reacendeu quando FHC repôs a nossa economia nos trilhos. De novo, a má política, o messianismo cheio de má fé, nos tolheu o caminho e nos jogou nesse lamaçal de delinquência moral e descalabro social.
Nesse vaivém, nesses trancos e solavancos, desperdiçamos meio século. O país é rico, mas o desperdício também tem limites e as vidas humanas são breves; para muita gente não haverá uma segunda oportunidade.
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