sábado, 12 de novembro de 2016

A perfeição

Se há um animal que simbolize a perfeição, não será o cisne, apesar de toda a sua beleza e majestade, não será o leão, apesar da força e da coragem, nem a águia, símbolo da perspicácia, nem a coruja, símbolo da sabedoria, nem o cão, símbolo da fidelidade. O animal que pode representar a perfeição é, nada mais nada menos que a nossa velha conhecida, a barata!
Argh!, ugh!, ui! já escuto das mulheres, quase histéricas apenas à menção do nome desse inseto caseiro.

Mas é verdade. Recentemente descobriram como era uma barata de 300 milhões de anos! Nós nem existíamos como espécie. Não havia sequer vertebrados voadores, como as aves. Essas surgiram 50 milhões de anos depois dessa barata jurássica!  E a nossa velha conhecida já estava lá, toda lampeira, e  -o mais espantoso!- exatamente igual a uma barata de hoje! A barata já nasceu pronta! Todos esses anos de pressão evolutiva não a modificaram em nada! A barata jurássica já era moderna, muito antes de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral!

Isso quer dizer que, apesar das mudanças nas placas tectônicas, das eras glaciais, dos vulcões e terremotos, da catástrofe meteórica que dizimou os dinossauros, a barata sobreviveu sem precisar se modificar em nada. Geneticamente construída de umatal forma, que foi capaz de adaptar-se a todas as mudanças, sem precisar alterar nada no seu padrão. Qual ser vivo apresenta tais características de perfeição? 

Segundo Tomás de Aquino, a imutabilidade é um atributo divino, porque é um atributo da perfeição. A perfeição não muda, porque se mudar deixa imediatamente de ser perfeita. Por isso, Deus não muda. Agora podemos acrescentar, sem ofensa aos religiosos,  nem as baratas!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

E agora, Tio Sam?

A vitória do Donald, na terra do Mickey, não é (só) uma piada. Essa vitória transmite um recado que está sendo dado não só pelo americano médio, mas pelo europeu médio, pelo brasileiro médio, etc., às classes até então dirigentes da política. É o recado do "cansei".
Cansei de pagar impostos e não ter retorno proporcional. Cansei das crises econômicas, provocadas por grandes corporações que, quando lucram, lucram privadamente e quando têm prejuízo, dividem esse prejuízo com toda a população. Cansei das promessas vazias. Cansei do jogo de cartas marcadas. Cansei das mentiras. Cansei de ser feito de trouxa.

Esse recado está muito claro a toda a classe política. O Brexit foi um pouco disso. A ascensão de radicais, como Marie Le Pen na França, é outro caso.  Na Grécia, o partido neo-nazista já é o segundo maior do país. Aqui no Brasil vimos a mesma coisa, pelo índice de abstenção récorde nas últimas eleições. O não-político está ganhando em toda parte. Seja João Dória, ou o bispo Crivella, ou Alexandre Kalil; ou seja Trump. Já que alguém têm que ser eleito, eleja-se um não-político, ou alguém que não faça parte dessa geléia geral que se vê por aí.
Esse desencanto com a classe política, por culpa dela mesma, é muito perigoso, porque o desencanto não é só com a classe política. O desencanto é com a democracia!
Afinal, perguntam-se os eleitores, de que vale votar em alguém, se nada muda? Se os que conduzem as questões principais do mundo não perguntam nada aos eleitores e fazem seu jogo, sua briga de cachorro grande, indiferente à sorte das pessoas?

A crise de 2008 deixou isso bem claro. Um país, a Islândia, tomou a decisão correta: deixa quebrar! O governo não vai salvar banco nenhum! Deixa quebrar! E, coincidência ou não, a  Islândia saiu rapidamente fortalecida da crise, enquanto resto da Europa ainda patina. Os Estados Unidos, do Lehman Brothers, também ainda patinam e os cidadãos deram o troco aos políticos dessa vez. As pessoas querem menos mimimi, menos interferência do Estado na vida delas. As pessoas não querem que o Estado decida se gays podem ou não se casar, se uma mãe pode ou não abortar um feto anencéfalo, se um pai pode ou não dar uma palmada no filho, se um adulto consciente pode ou não usar drogas. As pessoas querem é que o Estado lhes garanta a segurança, justiça, condições de trabalho e escola para os filhos e que consigam pagar suas contas no final do mês. As pessoas querem viver as suas vidas em paz. Só isso! Será que é pedir muito?

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Partidos são imunes à lei?

Essa é uma pergunta que muitos brasileiros se fazem. Temos visto na Lava Jato vários agentes políticos serem condenados, cumprirem penas, pagarem multas, terem que devolver dinheiro roubado dos cofres públicos, mas nada até agora aconteceu com  os partidos.
O PP, o PT e o PMDB fizeram parte da quadrilha, foram beneficiários do crime organizado, incharam seus caixas com dinheiro desviado dos cofres públicos , o que lhes coloca em posição vantajosamente desleal em relação aos partidos que obedeceram a lei.
No nosso ordenamento jurídico, entretanto, as razões para cancelamento do 
registro de um partido são só quatro:

I – recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – subordinação a entidade ou governo estrangeiro;
III – falta de prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – manter organização paramilitar.


Não há nada que fale sobre o recebimento ilegal de propinas, de dinheiro desviado dos cofres públicos ou de estabelecimento de caixa dois. A nossa legislação é "boazinha" com os partidos. Assim, não espanta que alguns dos mais importantes tenham se transformado em organizações criminosas. Criar um partido político, entre outras vantagens, tem aquela de tornar possível fazer ilegalidades legalmente. 

Na atual legislação os partidos quase que se tornam personagens inimputáveis, são imunes à lei. Uma das coisas que temos que corrigir no país é essa aberração.
A esquerdopatia vai chiar quando uma proposta dessas atingir o PT. Vão dizer que isso é antidemocrático, como sempre, se esquecendo, de propósito, que burlar as regras, que deveriam valer para todos, é o ato mais antidemocrático de todos.
Em um regime verdadeiramente democrático não há imunidades. Todos estão igualmente sujeitos à lei.

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