domingo, 20 de novembro de 2016

Chilique do Garotinho

Viralizou na internet o chilique do Garotinho. Ao ser colocado na ambulância com destino a Bangu, se debatia e esperneava, fazendo uma birra digna de criança mimada. E sua filha, histericamente, gritava o tempo todo, como se ele estivesse sendo levado para um forno crematório e não para um presídio que até recentemente era administrado pela sua família.

Essas pessoas se espantam. Não acreditam no que está acontecendo. Afinal, que país é esse, que prende políticos que até ontem eram donos de seus feudos eleitorais, senhores de baraço e cutelo.

Compreendo que seja difícil para essas pessoas aceitar que o braço da Lei os atinja, porque estavam muito mal acostumadas. Desde o primeiro Cabral, a impunidade para os do "andar superior" sempre foi a regra. Nunca houve realmente cidadania neste país, pois isso pressupõe a igualdade perante a Lei. Essa igualdade está escrita na nossa Constituição, mas até então foi letra morta. Os nossos presídios ainda são a confirmação desse fato. Estão cheios de pobres e pretos e muito poucos criminosos de colarinho branco.

Esses, entretanto, são os piores. Eles são responsáveis por centenas, milhares de mortes por abandono, por falta de hospitais e de tratamento, por carência alimentar, por pestes como a dengue e chikungunya. Eles são responsáveis por roubar o futuro de várias gerações ao impedir que tivessem acesso à educação. São os responsáveis  pelo sofrimento de milhares de famílias, pela pobreza crônica, pela ignorância, pelo atraso tecnológico, pelo subdesenvolvimento, pela violência urbana permanente, pela ameaça do narcotráfico, pela falta de infraestrutura, pelas mortes nas estradas, pelo horror do transporte urbano, pelos viadutos que caem, pelas ciclovias que desabam. 

São verdadeiros genocidas, traidores da pátria. Deviam ser condenados à pena de morte e fuzilados em praça pública! não menos que isso. Claro, que nossa Constituição não permite. Somos um país de bonzinhos. Somos os bonzinhos que só pensamos em cada um pra si e o resto que se dane. É essa "bondade" que nos fez chegar onde chegamos.
Já que condenados à morte não serão, pelo menos que mofam nas cadeias, nos presídios que nunca mereceram a atenção deles quando governavam.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

De Paris para Bangu

Paris é uma festa, dizia Hemingway. O Rio também! Todos alegres, cariocamente de bem com a vida, comendo e bebendo "à tripa forra", naquela outra Cidade Maravilhosa, Paris! Dispostos até a fazer uma dança índia em volta da mesa com os guardanapos nas cabeças. Que beleza! Que farra! Que festa! Com o dinheiro público então, "isso não tem preço"!

Rio de Janeiro, o que fizeram contigo seus eleitores? Desde os tempos de Brizola que seus eleitores fazem questão de escolher o pior dos piores para governar esse Estado-Cidade! O pacto do Brizola com o narcotráfico, em troca de apoio eleitoral, entregou o poder no Estado para o crime organizado. Esse poder nunca mais voltou às mãos legítimas. A ponto de, na véspera de grandes eventos, o poder nominal ter que selar acordos com o tráfico, para que os eventos transcorram "em ordem". Foi assim na Conferência do Clima, na visita do Papa, na Copa e nos Jogos Olímpicos. O narcotráfico, que é quem manda mesmo, fez com que a violência e a criminalidade urbana cessassem durante esses períodos.

E os políticos que se sucederam a Brizola nada mais fizeram do que encenar a mesma pantomima. Fingem que governam,  esbaldam-se no governo e tudo fica cada vez pior para o cidadão comum. Dado o exemplo de cima, constatado que no Rio é cada um por si, o que fazem os demais cidadãos? Tratam-se de se virar como podem. Apelam para a velha malandragem carioca e a única lei, que realmente vale para todos, é a Lei de Gérson, que impera nas relações sociais. É o mais esperto passando a perna nos demais. É o desrespeito pelas mais comezinhas convenções sociais. É a terra da contravenção. É um retrato amplificado do Brasil! Infelizmente! 
Se não mudarmos agora, o país todo vai seguir o mesmo rumo do Rio, vai acabar todo na falência econômica, financeira, moral e social.

sábado, 12 de novembro de 2016

Desde que o mundo é mundo

Já se disse que a civilização se move por espasmos de contrações e relaxamento. O movimento é pendular, sístole e diástole, ora mais liberal, ora mais conservador, ora mais à direita, ora mais à esquerda. Não se acha um ponto de equilbrio.´
O momento agora ainda é de diástole, distensão, mas já se observam os sinais da sístole que virá em seguida. A distensão permitiu a formação da União Europeia, a dissipação do medo da Guerra Fria, a globalização. O movimento de sístole, entretanto, já se anuncia pelo Brexit, pela ascensão do Trump nos Estados Unidos e por outros sinais menos evidentes.

Não adianta reclamar. Esses movimentos se alternam desde que o mundo é mundo. À grande sístole que foi a Idade Média, seguiu-se a diástole do Renascimento. Em seguida, a sístole da Contra-Reforma e da Inquisição foi sucedida pela diástole do Iluminismo. E por aí viemos dar no século XX, que começou com uma grande sístole e terminou nessa diástole cujo fim estamos espreitando.

O que virá? Não sabemos, mas podemos intuir que será um movimento contrário ao que vimos até agora. Provavelmente os nacionalismos voltarão a imperar em lugar da globalização. A desconfiança em relação ao vizinho prevalecerá em lugar da abertura e da convivência. Esse movimento pendular significa que fomos demasiado em direção à abertura e agora o movimento de recuo pode nos impulsionar demasiado na direção oposta.

É o que os orientais chamam de forças Yin e Yang. Cedo ou tarde, porém, uma nova distensão vai ocorrer, mas por agora não adianta espernear. Desde que o mundo é mundo esses ciclos se alternam em uma pulsação viva e inelutável. 

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