domingo, 20 de novembro de 2016

A ira do povo

O povo invadiu a Casa do Povo, na semana passada; A grande imprensa, capitaneada pela Folha, trouxe vários artigos, em que se destacavam o "pedido de intervenção militar"! 

Para começar não foi bem assim. Os manifestantes gritaram palavras de apoio ao juiz Sérgio Moro e às 10 medidas contra a corrupção, cantaram o hino nacional, repetiram que a cor da nossa bandeira "jamais será vermelha". 
Eu não vi, mas se houve pedido de intervenção militar, ele foi discreto. Entretanto, isso é que é a manchete de todos os artigos, que comentam, e condenam obviamente, a  tal manifestação. Por quê o espanto?

Ninguém devia se espantar se um grupo de cidadãos, cansados de ser espoliados ano após ano por bandidos encastelados no poder, quando sente uma esperança de que as coisas vão mudar e percebe que essa esperança pode ser frustrada pelos mesmos bandidos, resolve então agir por conta própria e pedir auxílio. Pedir auxílio a quem mais senão aos militares? 

Ao Ministério Público que está sendo também ameaçado? Aos juízes de primeira instância que serão as vítimas, caso passem essas leis espúrias? Ao executivo que não apoia oficialmente, mas assiste feliz a esse espetáculo deprimente de auto-anistia? Ao Supremo, que não se move e permite que continue ameaçando as instituições um personagem tão daninho quanto Renan Calheiros? A quem o povo vai pedir auxílio? Aos bispos da CNBB?

Só resta ao povo, amotinar-se nas ruas, nas praças, invadir o Congresso e dar voz de prisão aos bandidos que ali se refugiam, ou pedir o auxílio da única esperança que lhe resta: o Exército Brasileiro! O povo, ao contrário do que dizem os "inteligentes", confia nas Forças Armadas. Considera-as leais, honestas e patrióticas. Nunca se decepcionou com elas! 

Não estou defendendo a ditadura militar, nem nenhuma outra, mas fazendo, pura e simplesmente, uma constatação. Na hora em que tudo falha, o povo apela às Forças Armadas. Foi assim em 64. O povo saiu às ruas pedindo a intervenção militar.  Isso não quer dizer que o povo prefira a ditadura. Isso quer dizer que a classe política falhou em oferecer soluções à nação. 
Ainda é tempo de esses políticos reverem suas posições e se submeterem à Justiça, aqueles que devem. Se insistirem em salvar a si próprios às custas de manobras espúrias, a ira do povo pode se extravazar e aí, como um dique rompido, não haverá quem controle.

Chilique do Garotinho

Viralizou na internet o chilique do Garotinho. Ao ser colocado na ambulância com destino a Bangu, se debatia e esperneava, fazendo uma birra digna de criança mimada. E sua filha, histericamente, gritava o tempo todo, como se ele estivesse sendo levado para um forno crematório e não para um presídio que até recentemente era administrado pela sua família.

Essas pessoas se espantam. Não acreditam no que está acontecendo. Afinal, que país é esse, que prende políticos que até ontem eram donos de seus feudos eleitorais, senhores de baraço e cutelo.

Compreendo que seja difícil para essas pessoas aceitar que o braço da Lei os atinja, porque estavam muito mal acostumadas. Desde o primeiro Cabral, a impunidade para os do "andar superior" sempre foi a regra. Nunca houve realmente cidadania neste país, pois isso pressupõe a igualdade perante a Lei. Essa igualdade está escrita na nossa Constituição, mas até então foi letra morta. Os nossos presídios ainda são a confirmação desse fato. Estão cheios de pobres e pretos e muito poucos criminosos de colarinho branco.

Esses, entretanto, são os piores. Eles são responsáveis por centenas, milhares de mortes por abandono, por falta de hospitais e de tratamento, por carência alimentar, por pestes como a dengue e chikungunya. Eles são responsáveis por roubar o futuro de várias gerações ao impedir que tivessem acesso à educação. São os responsáveis  pelo sofrimento de milhares de famílias, pela pobreza crônica, pela ignorância, pelo atraso tecnológico, pelo subdesenvolvimento, pela violência urbana permanente, pela ameaça do narcotráfico, pela falta de infraestrutura, pelas mortes nas estradas, pelo horror do transporte urbano, pelos viadutos que caem, pelas ciclovias que desabam. 

São verdadeiros genocidas, traidores da pátria. Deviam ser condenados à pena de morte e fuzilados em praça pública! não menos que isso. Claro, que nossa Constituição não permite. Somos um país de bonzinhos. Somos os bonzinhos que só pensamos em cada um pra si e o resto que se dane. É essa "bondade" que nos fez chegar onde chegamos.
Já que condenados à morte não serão, pelo menos que mofam nas cadeias, nos presídios que nunca mereceram a atenção deles quando governavam.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

De Paris para Bangu

Paris é uma festa, dizia Hemingway. O Rio também! Todos alegres, cariocamente de bem com a vida, comendo e bebendo "à tripa forra", naquela outra Cidade Maravilhosa, Paris! Dispostos até a fazer uma dança índia em volta da mesa com os guardanapos nas cabeças. Que beleza! Que farra! Que festa! Com o dinheiro público então, "isso não tem preço"!

Rio de Janeiro, o que fizeram contigo seus eleitores? Desde os tempos de Brizola que seus eleitores fazem questão de escolher o pior dos piores para governar esse Estado-Cidade! O pacto do Brizola com o narcotráfico, em troca de apoio eleitoral, entregou o poder no Estado para o crime organizado. Esse poder nunca mais voltou às mãos legítimas. A ponto de, na véspera de grandes eventos, o poder nominal ter que selar acordos com o tráfico, para que os eventos transcorram "em ordem". Foi assim na Conferência do Clima, na visita do Papa, na Copa e nos Jogos Olímpicos. O narcotráfico, que é quem manda mesmo, fez com que a violência e a criminalidade urbana cessassem durante esses períodos.

E os políticos que se sucederam a Brizola nada mais fizeram do que encenar a mesma pantomima. Fingem que governam,  esbaldam-se no governo e tudo fica cada vez pior para o cidadão comum. Dado o exemplo de cima, constatado que no Rio é cada um por si, o que fazem os demais cidadãos? Tratam-se de se virar como podem. Apelam para a velha malandragem carioca e a única lei, que realmente vale para todos, é a Lei de Gérson, que impera nas relações sociais. É o mais esperto passando a perna nos demais. É o desrespeito pelas mais comezinhas convenções sociais. É a terra da contravenção. É um retrato amplificado do Brasil! Infelizmente! 
Se não mudarmos agora, o país todo vai seguir o mesmo rumo do Rio, vai acabar todo na falência econômica, financeira, moral e social.

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