segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Corrupção em "estado da arte"

Se há denunciados, indiciados e condenados pela Lava Jato, de vários partidos, o que diferencia o PT de todos eles?- perguntou-me outro dia um amigo petista. 
Respondo: O PT se diferencia de todos os demais partidos no quesito corrupção por um motivo muito simples. Está no DNA do PT o desrespeito à lei. 

O partido se considera o dono da verdade e tudo o que fez, faz e fará é o certo e ponto final. Sendo assim, o PT está acima da Lei e acima das leis. É assim que Lula pensa e é assim que eles pensam. O pensamento é messiânico, não muito estranho a  Lula, pois o messianismo e o milenarismo estão ainda muito vivos no nordeste de Antônio Conselheiro, Lampião e Padim Ciço.

Não estou dizendo que não haja dolo, intenção de se locupletar às custas do erário público, de privatizar vantagens espúrias em todos os casos e em todos os partidos. Não! Isso faz parte - como eles dizem - da regra do jogo. O que faz do petismo uma ideologia especialmente corrupta é derivado exatamento do seu messianismo. No petismo, assim como no stalinismo, no castrismo e em vários outros ismos,  não se questiona o líder, o messias, o salvador! Apesar de o PT se dizer um partido democrático, que conviveria internamente com correntes diversas, nada o diferencia dos Politburos soviéticos.

Há correntes, sim, mas que disputam entre si pelo poder, não por causa de diferenças ideológicas. Nessa área, não há discussão, pois não se discute o Dogma. O que está em disputa é somente o poder pelo poder e as benesses que ele traz. Simples assim.
O PT, portanto, nasceu, benzido pela Igreja, se convencendo de que era o portador da chama sagrada e que, em decorrência disso, tudo que fizesse estaria sempre justificado pelo "bem do Povo".

Foi assim que as primeiras prefeituras ficaram encarregadas de achacar e estorquir as empresas que tivessem contratos públicos, como ocorreu em Santo André, "para o bem e para os cofres do partido". E ninguém, dentro do PT, se espantou com isso. A primeira e única reação foi a de Celso Daniel, quando descobriu que, sendo a  carne fraca,  além de desviar para os cofres do partido, os agentes petistas desviavam também para si. 

Ingenuamente ou por erro de cálculo, tentou abrir uma discussão interna, mas o risco era grande demais para o partido naquele momento. Caso a notícia vazasse seria o fim do PT antes mesmo de começar. O que se viu então , foi Celso Daniel sendo emudecido para sempre... pelo "bem do Povo".

Só a título de recordação, o próprio Lula chegou a ser investigado internamente por José Eduardo Cardozo e Hélio Bicudo, a respeito do, até então, simples apartamento da Bancoop em Guraujá. Esse foi o motivo do ódio que Lula lhes devota desde então. Hélio Bicudo acabou por deixar o partido, convencido de que os líderes petistas podiam ser tudo, menos inocentes.

Uma organização dessas, que nasce com essa deformação, não poderia dar em outra coisa. A corrupção existe desde sempre e acompanha de perto o poder. Na política brasileira então, com a leniência e lassidão das nossas instituições, chegou ao "estado da arte".

Mas pela primeira vez, e pelas mãos do PT, a corrupção foi elevada ao estado de virtude política, tendo sido introjetada na ideologia como uma ferramenta de conquista de poder! É isso que levou à destruição do Estado brasileiro. As ruínas institucionais estão desmoronando à nossa volta e já surgem sinais do caos político querendo se instaurar.
Salvadores da pátria surgem, perigosamente, nessas horas e muitos deles estarão querendo salvar apenas as suas próprias peles. Muita calma será necessária, assim como muita lucidez dos homens de bem que ainda restam, para separar o joio do trigo.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Supremo suicidio institucional

Estamos no mato sem cachorro! Não há para onde correr, nem para quem apelar! As instituições brasileiras estão podres! 

No poder Executivo ninguém confia há muito tempo. Há uma presidente deposta e um presidente instável e acuado pelo próprio passado recente, pipocando daqui e dali suspeitas e denúncias de sua participação e conivência nos mesmos casos escabrosos que tem escandalizado a nação todos os dias.

O poder Legislativo é uma piada...de mau gosto! Um presidente da Câmara também deposto e um presidente do Senado que só não foi deposto por causa de uma conchavo acobertado pelo outro único poder que restava com alguma autoridade moral.

Pois esse terceiro e último, que já andava meio carcomido por atuações nada ortodoxas de alguns de seus membros, cometeu um suicídio institucional! Implodiu-se deliberadamente nesse episódio da "salvação" do Renan. Ainda vamos nos debruçar por muito tempo para entender o que houve realmente e as razões que levaram o Supremo a desrespeitar a si mesmo e à nação. 
Nunca se viu, na história dessa malfadada República, uma Suprema Corte tão desmoralizada. Seria impensável, em tempos normais, assistirmos à presidente dessa Corte de juízes negociando com políticos implicados em processos que essa mesma Corte irá julgar! Procurando e achando um jeitinho jurídico à revelia do texto Constitucional que juraram manter e defender! É vergonhoso e triste!

Não temos a quem recorrer. Não podemos confiar em nenhum dos três poderes. E ainda vem mais! A lista dos envolvidos na mega-corrupção da Odebrecht nem sequer saiu. A se confirmar a participação de mais de 200 políticos de diferentes calibres e partidos, como é que se conduzirá o governo da nação daí pra frente? 

É óbvio que eles terão que ser apeados dos seus cargos, mas a  pergunta perplexa é: quem vai poder constituir o parlamento e o executivo a partir dessa devassa? Isso é o caos institucional, o fim da República, a dissolução do Estado. 
Onde estariam as reservas morais da nação para conduzí-la em uma hora dessas? Para quem vamos apelar? Para as Forças Armadas? Para o Papa? Só essa possibilidade configura um risco de o país entrar em uma situação de colapso, como já estamos vendo no Rio e em outros Estados, um estado de calamidade pública, de risco à segurança nacional. 

A irresponsabilidade e a cupidez dos agentes públicos, nos 3 poderes, nos levou a isso! Oremos!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A diferença entre Renan e Cunha (o que o Temer teme)

Qual é a diferença entre Renan e Cunha? Receberam, do Supremo, um tratamento tão díspar, que cabe a pergunta de leigo: qual é realmente a diferença entre eles?

Cunha foi apeado da presidência da Câmara e do próprio mandato. Renan, nem uma coisa, nem a outra. Entretanto, o argumento contra os dois é o mesmo. Ambos são réus em processo criminal e ambos estariam, por ocuparem os respectivos cargos, na linha sucessória à presidência da República. Pau que deu em Chico, teria que dar também em Francisco, mas não deu.

O que fica para a nação inteira é que a ação contra Cunha teve muito de retaliação, pelo fato de ele ter sido afinal o responsável pela tramitação do processo de impeachment. Cunha não tinha aliados. A então oposição estava contra ele; contra ele ficou também o PT e seus aliados; e nem o PMDB o defendeu, preocupado que estava com a entronização de Michel Temer e a nova "governabilidade" (nome que se dá à distribuição de cargos e benesses).



Cunha ficou sem pai, nem mãe, nem padrinhos. Já Renan, macaco bem mais velho e mais enredado nos meandros da República, ainda tem amigos. Ele ainda maneja suas armas no sentido de se preservar, preservando interesses de outros, ao mesmo tempo em que os conjuga com os próprios interesses pessoais. Ora ele ameaça o judiciário com leis e PEC's, ora agrada ao governo, prometendo votar o que o governo quer que se vote. E, na ausência de Renan, o Senado cai nas mãos do PT, que é tudo o que o governo Temer mais teme.

Por essas e por outras, o Supremo Tribunal Federal abriu as togas e mostrou o que há por trás delas: ao invés de juízes, frios, imparciais, técnicos, o que vemos são apenas um outro tipo de políticos e uma guerra de egos e vaidades! Pior para o Brasil!

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