Pode parecer estranho, mas a prisão do Rocha Loures piorou as coisas...pro Lula! Explico: o maior argumento de Lula e do PT é que haveria uma perseguição política contra ele e contra o seu partido.
Os fatos recentes derrubam essa tese de uma vez por todas. A prisão da irmã do Aécio, a sua defenestração do cargo de Senador e agora a prisão do assessor especial e homem de absoluta confiança do Temer, demonstram que não há perseguição alguma. Quem tem culpa no cartório está sendo confrontado pela operação Lava Jato, seja quem for, pertença a que partido pertencer.
Só nessa breve análise, são 3 os partidos envolvidos e os maiores e mais importantes politicamente. E os personagens também não ficam atrás: um presidente em exercício, um ex-presidente (também em pleno exercício de qualquer coisa e eterno candidato) e um senador que quase foi presidente. Não é pouca porcaria! Ao contrário!
Mas agora, o Lula vai dizer o quê? Que contra os outros é verdade e só é perseguição quando é contra ele? Ou então vai dizer que estão sendo todos perseguidos? Por quem? Qual é esse poder oculto que resolveu perseguir a toda a classe política indistintamente?
Acabou, não é, Lula? Já deu!
segunda-feira, 5 de junho de 2017
domingo, 4 de junho de 2017
Quem não deve, não Temer
O trocadilho é infame, mas irresistível e, além disso, expressa uma verdade cristalina da qual nos esquecemos no dia a dia da política suja desse país. É costume ver-se no noticiário, coisas como: fulano de tal teme a delação de A ou de B.
Hoje, por exemplo, a manchete principal do Estadão é: "Rocha Loures é preso e Planalto teme delação".
A pergunta que cabe a seguir é: por que o "Planalto" teme? Se teme é porque o delator tem algo a dizer que compromete o atual chefe de Estado. Ao manisfestar temor o suspeito só faz aumentar o grau de suspeita sobre si. É praticamente uma confisão de culpa.
Fosse o "Planalto" inocente, não temeria coisa alguma. Ao contrário, faria como Itamar fez no caso Hargreaves (então ministro da casa Civil): demitiu o funcionário suspeito e o readmitiu depois que, terminadas as investigações, concluiu-se que não havia indícios para incriminá-lo.
Nesse caso, o "Planalto" saiu ileso. Mesmo que Hargreaves tivesse sido acusado, e eventualmente condenado, o "Planalto" teria continuado ileso. Essa foi uma atitude de chefe de Estado, que não devia e não temia. E, só uma notinha a mais de esclarecimento, Henrique Hargreaves era amigo pessoal de longa data de Itamar. A relação entre os dois não se abalou nem um pouquinho.
Bom, isso é de uma época em que negócios de Estado não se confundiam com negócios de partido, e, muito menos, com negócios pessoais. Portanto, aqueles que dizem que a corrupção vem desde o descobrimento, e que isso e aquilo, que não tem jeito, que atinge a todos, etc., etc., fiquem sabendo que, mesmo assim, mesmo no reino normalmente sujo da política, há possibilidade de se fazer as coisas sem a malfadada corrupção.
Além do exemplo de Itamar, na democracia, há o exemplo de Castelo Branco, na ditadura, que demitiu seu próprio irmão, Lauro, da Receita Federal por ter recebido um fusca (ou Aero Willis, segundo outras fontes) como presente. Castelo teria exigido a devolução, ao que Lauro argumentou que ficaria mal como ocupante do cargo, por ter que devolver o presente. Teria que pedir demissão. Castelo respondeu: demitido do cargo, você já está. O que estou decidindo é se mando prendê-lo ou não.
Hoje, por exemplo, a manchete principal do Estadão é: "Rocha Loures é preso e Planalto teme delação".
A pergunta que cabe a seguir é: por que o "Planalto" teme? Se teme é porque o delator tem algo a dizer que compromete o atual chefe de Estado. Ao manisfestar temor o suspeito só faz aumentar o grau de suspeita sobre si. É praticamente uma confisão de culpa.
Fosse o "Planalto" inocente, não temeria coisa alguma. Ao contrário, faria como Itamar fez no caso Hargreaves (então ministro da casa Civil): demitiu o funcionário suspeito e o readmitiu depois que, terminadas as investigações, concluiu-se que não havia indícios para incriminá-lo.
Nesse caso, o "Planalto" saiu ileso. Mesmo que Hargreaves tivesse sido acusado, e eventualmente condenado, o "Planalto" teria continuado ileso. Essa foi uma atitude de chefe de Estado, que não devia e não temia. E, só uma notinha a mais de esclarecimento, Henrique Hargreaves era amigo pessoal de longa data de Itamar. A relação entre os dois não se abalou nem um pouquinho.
Bom, isso é de uma época em que negócios de Estado não se confundiam com negócios de partido, e, muito menos, com negócios pessoais. Portanto, aqueles que dizem que a corrupção vem desde o descobrimento, e que isso e aquilo, que não tem jeito, que atinge a todos, etc., etc., fiquem sabendo que, mesmo assim, mesmo no reino normalmente sujo da política, há possibilidade de se fazer as coisas sem a malfadada corrupção.
Além do exemplo de Itamar, na democracia, há o exemplo de Castelo Branco, na ditadura, que demitiu seu próprio irmão, Lauro, da Receita Federal por ter recebido um fusca (ou Aero Willis, segundo outras fontes) como presente. Castelo teria exigido a devolução, ao que Lauro argumentou que ficaria mal como ocupante do cargo, por ter que devolver o presente. Teria que pedir demissão. Castelo respondeu: demitido do cargo, você já está. O que estou decidindo é se mando prendê-lo ou não.
sábado, 3 de junho de 2017
Caê, o vanguardista ultrapassado
Pessoas de vida pública, como artistas, por exemplo, deveriam saber envelhecer e não querer ficar bancando o adolescente anacrônuco.
A respeito disso, aqui vai uma excelente crônica de Jerônim Teixeira, publicada em Veja:Síndrome do Vanguardista Ultrapassado: temos de ser compreensivos com quem padece dessa merencória condição.
A SVU (não confundir com SUV, detestado veículo da elite suja de Higienópolis) é uma espécie de Parkinson estético, produzindo tremores das convicções artísticas e políticas.
Eis aí Caetano Veloso, o tropicalista, o criador de discos para “entendidos”, o qualquer coisa, o leãozinho, o quereres. Gosto da música dele, mesmo. Da música que o cara já fez: não corro atrás de discos novos. O mais recente está lá no Spotify e eu não ouvi. Pois o baiano insiste em matar o velhote inimigo que morreu ontem. Golpe, fora Temer, a treta toda. A UJS que vaiava no Festival da Record agora pira. Os stalinistas que antes achavam a coisa toda muito alienada e colonizada, hoje convertidos em freixistas e haddadetes, estão prontos pra deixar o corpo ficar Odara. Aplaudem. Viva a Vaia? Não mais: Viva o Véio!
Mas então a Folha foi lá descobrir um coxinha do MBL que faz carreira paralela num tal Bonde do Rolé. Parece que o cara falou de uma “direita transante”. (Eu não entendi a novidade: fascista decerto não faz sexo? Esses bolsonaros juniores que concorrem a todos os cargos possíveis acaso nasceram por geração espontânea?) Bastou isso pro desespero bater em Painho: epa, tem algo novo aí! O Bonde do Rolé vai passar e eu vou ficar comendo poeira nos trilhos urbanos. E lá vai o Caetano, na mesma Folha, caetanear, aliterativo: “a direita transante é interessante”.
A expressão não é dele, certo. Mas a alegria, a alegria com que ele a abraçou! Terá escutado nela uma alusão lisonjeira ao disco londrino Transa? (Narciso, afinal, só acha bonito o que é espelho.)
Transante, derivado do verbo transar! Quando até o pueril “ficar” já caducou nestes dias do rude “pegar”, “transar” é uma brasa, mora? Nada denuncia tanto a idade quanto uma gíria ultrapassada.
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