terça-feira, 31 de julho de 2012

Novela brasileira: A chantagem como método

Ministro do Supremo Tribunal vem a público dizer ter sofrido tentativa de chantagem por parte de um ex-presidente da República,  não lhe dá voz de prisão e é desmentido pelo pretenso chantagista. Apesar do escândalo da situação de um ministro da suprema corte do país ser passado por mentiroso, a nação solenemente ignora o fato e as coisas permanecem como se nada tivesse acontecido.
Poucos meses depois, um juiz federal vem a público dizer ter sofrido uma tentativa de chantagem por parte da companheira de um contraventor conhecido e reconhecido como protagonista de crimes continuados contra o erário e a administração pública. Também, à semelhança de seu colega de instância superior, não lhe dá voz de prisão e prefere acionar a Polícia Federal de posse de um pedaço de papel com três nomes escritos.
Isso não é novela radiofônica dos anos 50. São fatos reais, vindos a público nas nossas barbas.
Em mais uma cena teatral, o advogado do contraventor, até recentemente ocupando o cargo de ministro da Justiça (o advogado, não o contraventor), abre mão da defesa de seu cliente, obviamente, atirando-o à boca dos leões.
Assistam ao próximo capítulo. Não vai demorar muito. Basta começar o julgamento da Ação Penal 470, vulgo mensalão.


Marcio Thomaz Bastos não é mais advogado de Cachoeira | Radar on-line - Lauro Jardim - VEJA.com:

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segunda-feira, 30 de julho de 2012

E se...

São muitas as causas do nosso atraso. Sim, porque apesar de sermos a sexta economia do mundo, ainda somos e seremos por muito tempo um país atrasado. Como dizia, são muitas as causas, mas me chama à atenção um fato ocorrido há duas centenas de anos.
Nas vésperas da Revolução Industrial na Inglaterra, em 30 de julho de 1766,   a coroa portuguesa edita uma carta régia em que se proibia no Brasil as indústrias de tecidos de algodão e seda. As consequências disso são claras e óbvias, o ouro abundante, descoberto em Minas Gerais, já tinha um destino certo: financiar e promover a tal Revolução Industrial inglesa, já que Portugal também não tinha indústria e simplesmente iria repassar as manufaturas inglesas pra cá, e o nosso ouro pra lá, para a Inglaterra, país do qual Portugal foi aliado inconteste, enfrentando até Napoleão. Engraçado que dessa parceria luso-britânica só um dos lados foi beneficiado. Adivinhe qual?
Portugal, como um novo-rico perdulário, prosseguia gastando às pamparras, despreocupadamente sem investir em seu próprio futuro. Deu no que deu. A Inglaterra, sabiamente, como não tinha as benesses naturais e ainda não era um império cheio de colônias, teve que investir em seus próprios recursos, ou seja, no seu povo, preparando-o para deixar a vida rural e qualificar-se para o trabalho na indústria. Nem tudo foram flores, como sabemos, mas o resultado foi o que se viu nos dois séculos seguintes.
Nós, no Brasil, tivesse a administração portuguesa sido mais inteligente, poderíamos ter sido o motor dessa Revolução Industrial. É claro que isso iria mudar o eixo da relação e a matriz do império português se deslocaria ainda mais cedo para cá. Mas isso era de qualquer modo inevitável, dadas as proporções dos recursos de cada país e, de fato, cinquenta anos depois, tornamo-nos parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves com a capital no Rio de Janeiro. Só que, agora, sem as benesses de uma industrialização que já havia começado na Inglaterra e aqui, nem sombra havia.
Nosso povo, mantido na ignorância, dela não se livrou até hoje. Infelizmente parece que não vai sair dela tão cedo, considerando as circunstâncias  políticas deterioradas em que vivemos. Somos um país rico em extensão territorial, com um clima abençoado, a maior área agricultável e a maior reserva de água doce do mundo, recursos minerais abundantes (embora não inesgotáveis) e até petróleo.  Vamos deixar essa riqueza se escoar sem que retornem para nós os recursos, via investimento em nosso próprio desenvolvimento social? Vamos perder essa segunda chance, por causa de uma classe política despreparada, inoperante e vendida?
Antes, eram os portugueses que decidiam por nós. Agora, não haverá desculpas, somos nós mesmos.

domingo, 29 de julho de 2012

Jogos Olímpicos de Londres

Eu esperava mais. Achei a abertura dos jogos de Londres bem xoxa. O tom esteve sempre um pouco baixo. Faltou aquela vibração que nos acostumamos a associar ao esporte, faltou entusiasmo. Os pontos altos, em que houve vibração do público, foram a entrada da Rainha e da delegação britãnica, mas também se, nem assim, o publico se empolgasse seria de se desistir. 
Entregar o espetáculo de abertura a um cineasta não acredito que tenha sido uma boa idéia. Talvez tivesse sido melhor tê-la entregue a um diretor de ópera, a um regente de ballet, ou a um carnavalesco. É gente que entende de espetáculo ao vivo. Como seria difícil encontrar um carnavalesco em Londres (não digo impossível pois isso não é), que tivessem convidado um diretor de óperas como Andrew Lloyd Weber, por exemplo.
Na abertura de ontem, aquelas camas de hospital foram totalmente dispensáveis. Não sei que relação pode ter o sistema de saúde britânico com os jogos olímpicos, que pretendem celebrar o vigor , a saúde, a plenitude física do ser humano.
Os temas se sucediam sem continuidade, parecia uma colagem de idéias.
A rainha saltando de pára-quedas também, vamos e venhamos, foi um exagero. Enfim, tudo parecia uma montagem colegial de final de ano para exibir os talentos dos pimpolhos aos pais, tios, avós e demais sofredores parentes.
Se foi assim em Londres, o que será aqui em 2012? Espero que os cariocas, que sabem fazer uma boa festa, não se inspirem nesse mau exemplo inglês. Pelo menos, bons carnavalescos nós temos, pra dar e vender.

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