sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Representantes do povo?

Como é que uma pessoa eleita para representar uma parcela do povo no Congresso Nacional pode se dar o direito de votar em segredo? 
Talvez seja essa a maior excrescência entre tantas que somos obrigados a suportar em  nosso sistema político. O voto não pertence a esse(a) senhor/senhora. O voto pertence a quem o elegeu, ou então não somoos uma democracia representativa! E quem o elegeu tem o direito de saber como é que seu representante está votando. Simples assim.
Qualquer coisa diferente disso, não importam os argumentos, é enganação. E é uma das razões pelas quais a política está tão divorciada da população e vice-versa. De que adianta votar em A ou B se nenhum deles depois mantém o compromisso com o seu eleitor?
A manutenção da permissão para o voto secreto para deputados e senadores configura uma violação do principio da representatividade. Não há razão para isso. O voto dos parlamentares, em qualquer situação, deve ser claro, para que os representados possam avaliar se o seu representante votou conforme o programa do partido e suas próprias promessas e posições. O voto secreto é um direito do eleitor, mas jamais dos eleitos no exercício de seu mandato.
Por isso foi duplamente vergonhosa a votação que elegeu Renan Calheiros, presidente do Senado.
Depois nao adianta falar que setores da sociedade estão depreciando a política. Quando um representante do povo deixa de fazê-lo para atuar em seu beneficio pessoal, nesse momento a política deixa de cumprir sua função para se transformar em farsa.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Quanto custa o silêncio

Há 80 anos (mais exatamente em 30/01/33) Adolf Hitler chegava ao poder. E, chegava, pela via democrática, ou seja, pelo voto. Em pouco mais de um ano, já tinha criado todas as condições para transfomar aquela democracia em um regime totalitário dos mais horrorosos que já houveram na face da terra. Hitler conseguiu a maioria no Parlamento alemão, fazendo acordos com outros partidos, ditos democráticos, depois os enguliu a todos, eliminou, um a um, dos seus opositores e instituiu o partido único, o Partido dos Trabalhadores Alemães (Deutche Arbeitepartei - que coincidência!), que tinha sido renomeado Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Foi com a conivência ou indiferença da sociedade alemã que o totalitarismo se implantou ali. Quem não era nazista, nem simpatizante do nazismo, porque não tinha gritado antes, foi obrigado a se calar depois.
Os tempos mudam, mas os métodos insistem em ser os mesmos: calar a imprensa, cooptar os outros partidos, reduzir ou silenciar a oposição, arrebanhar militantes aguerridos, pregar o ódio racial, dividir a sociedade entre os que apoiam e os "inimigos", confundir o partido com o Estado. Tudo isso vem se repetindo sob nossos olhos complacentes.
Estamos aceitando tudo, como se aceita um desígnio da natureza. Depois vai ser tarde para chorar. O custo do nosso silêncio de agora pode ser duro e difícil de ser pago mais tarde.
Uma grande culpa dessa situação pode ser atribuida à anemia da oposição. A tarefa de se opor politicamente não é das redes sociais, a tarefa é dos partidos constituidos que estão fora do governo. Esses partidos, em especial, o PSDB e seus líderes, são os que têm a  obrigação moral, política e institucional de fazer uma oposição digna do nome, para a preservação do jogo democrático. As redes sociais podem e devem gritar, mas é dever cívico do PSDB assumir uma oposição política de fato. Com a palavra o Senador Aécio Neves.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Brasil mostra a sua cara

Tá eleito! Renan Calheiros, acusado pelo Ministério Público de 3 crimes, que já havia renunciado ao mesmo posto no bojo de um outro escândalo que ainda não ficou esclarecido, é o novo presidente do Senado. As máscaras vão sendo deixadas de lado. Já temos alguns condenados por crimes de peculato (roubo de dinheiro público) e corrupção, que assumiram seus cargos de Deputados na maior cara de pau. O país nem treme. É normal! Ter mais um, ou menos um, indiciado fazendo parte do Parlamento, sendo chamado de Excelência, ou Nobre Senador, Nobre Deputado, é o achincalhe maior a que poderíamos supor submetida a classe política brasileira.
Há poucos dias, o presidente do PT dizia que a imprensa e o Ministério Público estão demonizando a política.
Quer dizer que quem demoniza ou desqualifica a política é a imprensa, que denuncia os crimes, e o Ministério Público, que os apura, não quem se utiliza da política para cometer esses mesmos crimes e ficar impune!
Com essa coleção de condenados e indiciados ocupando cadeiras do Congresso, chegou-se à desmoralização completa da atividade política, que já foi no passado, uma atividade de homens íntegros, como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Milton Campos, Afonso Arinos de Melo Franco, Ulisses Guimarães e outros.
O Brasil de hoje já despencou vários degraus nesse quesito e a cara feia da corrupção, da venalidade, da ganância e da desfaçatez está se apresentando sem máscaras a todos. Finalmente o pedido do Cazuza foi atendido. Chegamos ao "admirável mundo novo" da era dos Renans.

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