quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pra quê Senado?


Aproximadamente, metade das nações soberanas hoje tem seu poder legislativo constituído por uma só câmara. São exemplos: Suécia, Finlândia, Islândia, Noruega, Dinamarca, Israel, China, Cuba, Taiwan, Portugal, Honduras, Equador, Venezuela, Peru, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Grécia,  Croácia, Bulgária, Turquia, entre outros. E, mesmo entre os sistemas bicamerais mais tradicionais, prevalece para a câmara alta um caráter mais simbólico, como a Câmara dos Lordes na Inglaterra.
As vantagens do sistema unicameral são várias. 
  1. Redução de despesas públicas. Junto com os 81 senadores e seus maravilhosos salários e demais vencimentos,  vem toda uma "troupe" de assessores, secretários, chefes de gabinete, auxiliares, funcionários de diversos tipos, copeiros, garçons, vigilantes, motoristas, sistema administrativo e financeiro, sistema de segurança, sistema de transporte, comunicação, informática, gráfica, médicos, rádio e televisão, aposentadoria e por aí vai.
  2. Mais eficiência.
    Com duas câmaras, a lentidão já habitual do processo legislativo chega ao ponto da ineficiência quase total. O sistema unicameral produz mais agilidade na elaboração das leis e previne a diluição das responsabilidades.
  3. Mais transparência e simplicidade no processo.
    Quando uma lei é aprovada ou rejeitada fica muito mais fácil saber quais foram os responsáveis por isso. 
  4. Maior representatividade.
    O Senado não representa os cidadãos, representa os Estados. Em um país onde o Estado já é hipertrofiado e o cidadão tem tão pouca informação e acesso ao seu representante, o sistema bicameral é claramente elitista e antidemocrático.
Não perdemos nada e ganhamos muito se abolirmos o Senado de nossa estrutura política. E, considerando o nível ao qual baixamos, ficamos livres de ver a cara dos Sarneys e Renans zombando da nossa.





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bagagens extraviadas, um grande negócio

Cada vez mais as pessoas viajam e, cada vez mais, a probabilidade de extravio de bagagem aumenta nas companhias aéreas. A questão  é que depois disso, o problema permanece com o dono da bagagem. Além do desconforto de chegar a um lugar sem seus pertences, muitas vezes num domingo ou feriado, ou num horário em que o comércio já não funciona, o infeliz viajante ainda tem que percorrer o calvário que é contactar as companhias aéreas envolvidas no processo. Primeiro a espera na fila das bagagens até o último segundo, na vã esperança que ela surja, de repente, pela correia transportadora como quem não quer nada. Assim vai observando, um a um, seus companheiros de viagem com um sorriso interno de vitória se afastarem e só uns desolados gatos pingados restarem por ali, indo e vindo até  o ponto de onde as bagagens são desovadas e conferindo até os volumes mais estrambóticos para ter certeza que não é o seu.
Depois, a fila das reclamações. Em língua estrangeira você tem que explicar como é a sua bagagem, cor, peso, dimensões aproximadas, se é rígida ou flexível, se contém itens de valor. É claro que contém! Tudo que está lá tem um valor enorme para você, pobre e desprotegido viajante, cujo único contato naquele momento com o seu lar, seu ponto de origem,  é a tralha que você cuidadosamente empacotou em casa. 
Obtido um papel com um número mágico, cabalístico, que você não pode perder de jeito nenhum, vai se embora para o hotel ou qualquer outro destino. E recebe, à guisa de consolo, a recomendação: "pode acompanhar pela internet ou por telefone que estaremos fazendo todos os esforços para localizar sua bagagem o mais rapidamente possível".
Assumem que você tenha internet fácil e de graça em qualquer lugar que você esteja e que o "roaming" do seu telefone também é gratuito.
Depois, outro calvário é falar com o setor correto da companhia aérea, não sem antes ter que ouvir uma musiquinha intolerável e a publicidade da companhia exaltando a sua (deles) eficiência, rapidez e cortesia. Se você for um cara sortudo as malas afinal chegam um ou dois dias depois, quando você já gastou os míseros 100 dólares que a generosa companhia aérea diz que um dia vai reembolsar. Uma camisa custa 60 dólares, um par de cuecas, 20, meias, outros 20, escova, pasta de dentes e desodorante já estouraram a conta.
Se as malas não chegam você vai continuar por intermináveis 30 dias cumprindo a mesma rotina, antes de poder reclamar por uma compensação em dinheiro pela bagagem perdida. Essa compensação pode chegar a incríveis 1130 Euros!. Ou seja, você vai ficar rico! Basta começar a perder bagagens por aí, quando viaja.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Ideologia e pedagogia

É claro que não há processo pedagógico totalmente infenso à ideologia. A cultura dominante está inevitavelmente presente no processo com a carga ideológica que a define e não há como ser diferente. O problema de misturar ideologia com pedagogia começa quando se quer impor a um processo pedagógico, não a ideologia da cultura dominante, mas a de uma facção, de uma parcela, de um partido, de um grupo, que momentaneamente esteja no comando político.
O processo pedagógico visa moldar uma geração inteira e, ao se introduzir nele um viés ideológico (e pior ainda, partidário), o que se está tentando fazer é o que as ditaduras todas almejam: ter sob seu controle os corações e as mentes das pessoas.
A democracia não pode permitir tal coisa. O processo educativo tem que ser neutro. Na hipótese mais extrema, os dois (ou vários) lados de uma questão ou pontos de vista tem que ser mostrados e debatidos.
O que se vê no Brasil entretanto, nesses tempos de sombra, é a partidarização ideológica dos livros didáticos. É o aparelhamento da educação!
A história factual chega a ser adulterada, fatos são omitidos, outros são distorcidos, para apresentar à mente infantil e adolescente uma versão, aquela versão benévola para com quem está no exercício temporário do poder político. A sociedade não pode aceitar isso passivamente. Não podemos permitir que imponham às nossas crianças uma visão de mundo unilateral (no caso, marxista) como se fosse a verdade indiscutível.
Além disso, está cada vez mais presente nos livros escolares, um certo messianismo anti-progresso. Com disse muito bem, Vinícius Mota, em sua coluna na Folha:
"Mas é curioso notar como um pacote dito progressista vai sendo entregue a nossos alunos sem grande questionamento. Mistura elementos clássicos da esquerda, como o ódio à competição, ao lucro, ao capital e ao êxito individual. Agrega também itens de crenças recentes, absorvidos após a ruína do socialismo soviético. Destaca-se o comunitarismo ambiental, neopagão, que mitifica a natureza, as árvores e os bichos, elegendo a agricultura comercial, a indústria e o consumo de massas como inimigos. O padrão de ensino no Brasil tem interpretação em excesso e falta de ênfase no conhecimento básico. Enquanto isso, a China 'socialista" investe na matemática."
Não é preciso acrescentar mais nada.

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