sábado, 30 de março de 2013

Incompetência e irresponsabilidade

Mostre me um prejuízo em uma estatal e eu lhe mostro o dedo do governo. Mas dessa vez foi bem rápido! Em menos de 3 meses, a Eletrobrás revelou o quanto de prejuízo uma ingerência irresponsável pode fazer. Como o governo detém 67% das ações, obrigou a Eletrobrás a aceitar o tal pacote de renovação antecipada das concessões com redução de tarifa. 
Para fazer gracinha visando sua reeleição em 2014, Dilma não se preocupou em causar um prejuizo monstro de 6,7 bilhões na empresa. Dane-se, deve ter pensado, eu quero é ganhar a eleição! Não houve um plano para redução de custos que suportasse esse desconto, uma reestruturação do sistema, como se faz nas empresas privadas quando se tem que reduzir custos. Nada! Foi uma canetada e pronto! A bruxaria estava feita.
Claro, que a conta ia ser paga por alguém. Vai ser paga, principalmente, pelos funcionários que serão demitidos. Serão 5400 famílias de funcionários da Eletrobrás afetadas pela demissão em massa. Esse é o governo do PT!

Do mesmo modo como não se preocupa em causar prejuízos nas estatais, ou nas autarquias, em que o estado é majoritário, ou mesmo interferir negativamente em empresas privadas como a Vale, a presidAnta já deixou claro que "um pouco de inflação" não faz mal. Para um país que já sofreu dessa doença grave e teve que se submeter a tratamentos de choque, uma declaração como essa, partindo da chefe do executivo, é como um médico dizendo ao paciente que ele tem uma metástase, mas que não precisa de se preocupar, porque a metástase é pequena. É óbvio que o recrudescimento da inflação é preocupante, até porque, dos males econômicos, a inflação é dos mais difíceis de se extirpar e dos mais incapacitantes para a economia.

A incompetência da presidAnta está flertando com a irresponsabilidade. Isso não se pode admitir. A gestão temerária ou irresponsável da nação exige um posicionamento radical das forças políticas que se opõem a esse descalabro. Não se pode ficar calado e conivente com uma situação em que todos estamos vendo os pilares da economia se desmanchando diante de nós. As contas externas estão se deteriorando rapidamente. Petrobrás e Eletrobrás  fazendo prejuízos históricos. O PIB achatado. A inflação tomando as rédeas de novo.
Vamos ter que esperar até quando para reconhecer que essa senhora não tem a mínima competência para administrar o país?

quinta-feira, 28 de março de 2013

Cala a boca, Ofélia!

Mesmo que penalize sempre em maior grau as camadas mais pobres da população, a presidenta diz que a inflação não é uma das suas preocupações  e que isso (o controle da inflação) pertence a teorias econômicas ultrapassadas.
É um espanto uma Chefe de Estado dizer isso com tanta irresponsabilidade.
Mas nem tudo está perdido, pois parece que, entre as preocupações da presidenta, além de ganhar as eleições de 2014, claro, se inclui o crescimento do país. 
Obviamente, talvez só alguns dinossauros ideológicos e ecoterroristas o sejam, mas pessoas digamos normais, não podem ser contra o crescimento econômico. Se a população cresce, a economia tem que crescer, senão a miséria simplesmente aumenta. Isso é só uma questão matemática.
Com o que não se pode concordar, porém,  no raciocínio da presidenta, é que crescimento e controle da inflação sejam coisas antagônicas. Esse pensamento, sim, é que é ultrapassado.
A inflação é como a febre, não é a doença, é um sintoma. Mas se ignorarmos os sintomas a doença progride e um dia pode matar o paciente. No caso brasileiro, a inflação é sempre uma consequência do descalabro das contas públicas. Não é a tal inflação de demanda (derivada do consumo), até porque, por mais que se louve a ascenção da classe C e a "erradicação da miséria" com 70 reais por mês, não é essa massa de dinheiro que vai mover a economia. Mesmo porque essa massa de dinheiro não foi riqueza criada, mas riqueza transferida. Em outras palavras, algumas pessoas passaram a ter mais dinheiro, não porque tenham produzido algo novo com o trabalho, mas porque o governo tirou de uns e deu a outros. Transferiu de mãos um dinheiro que já estava "no mercado". Portanto não se pode falar em crescimento do mercado consumidor. Não se discute aqui, os eventuais benefícios e correção de injustiças, se é que houve. O que se quer demonstrar e que no Brasil não temos inflação de demanda. Temos, sim, desinvestimento na produção. Temos, sim o Estado, mau gastador, se agigantando cada vez mais via carga tributária e jogando  o nosso dinheiro pela janela. Basta citar o desperdício na obra da transposição do S.Francisco na qual já foram gastos 12 bilhões, nos estádios (vide Engenhão, no Rio,  que foi orçado em 60 milhões, custou 380 e está fechado por problemas estruturais), ...e nessa toada seguem vários outros maus exemplos.
Dilma não mencionou, porém, que além de descontrole da inflação, estamos patinando também em um pífio crescimento econômico e para resolver essa questão ela não apresenta nenhuma teoria econômica que não seja ultrapassada.
Havia uma personagem de programa humorístico chamada Ofélia, que só abria a boca para dizer besteiras e seu marido sempre a mandava se calar. Pois, Dilma deveria aprender e, quando não souber o que dizer, permanecer calada. O estrago, com certeza, será menor.




segunda-feira, 25 de março de 2013

Passividade violenta

O povo brasileiro é um povo passivo, certo? Errado! Apesar de pouco nos manifestarmos publicamente, de não protestarmos contra a canalhice que passou a dominar a política nacional, não somos um povo totalmente passivo. Digo isso porque basta olharmos para as torcidas organizadas de futebol. Bastar ver como se comportam os membros dessas torcidas, da Mancha Verde à Gaviões da Fiel. Fazem da sua opção esportiva uma religião, com todo o fanatismo que comportam os sistemas de crença de dogmas indiscutíveis.
Sou atleticano de coração e de alma. Nasci atleticano como os demais e morrerei atleticano. Isso dito, torço pelo meu time, mas nem por isso penso que os torcedores dos outros times tenham que ser atacados pelo simples fato de existirem. Eles só não fizeram a melhor escolha, mas isso é problema deles.
Depois dos lamentáveis episódios ocorridos recentemente com as torcidas do Coríntians e Palmeiras temos que nos perguntar qual é o motivo dessa selvageria. O que há de errado com as pessoas? O que está por trás disso tudo? Qual é o significado? Por outro lado, também percebemos o mesmo ranço violento nas manifestações contra a blogueira Yoani Sanchez.
Se vivêssemos sob uma ditadura, eu diria que haveria uma revolta latente, que, não podendo se expressar pelos canais "normais", estaria sendo desviada para o futebol. Mas, não. Não é o caso, pelo menos ainda.
Pensando bem, a gente até se esquece que vivemos sob a  égide da violência. No Brasil nenhum cidadão transita pela cidade, ou pára no semáforo sem medo, sem olhar pro lado ou espiar atrás. O que era uma característica das cidades grandes, generalizou-se. As outrora pacatas cidades do interior também hoje são palco de violência de vário tipos, inclusive daquela que é ter que conviver em maior ou menor grau com as cracolândias.
Ese ambiente rotineiro de violência em potencial onipresente tem que mexer com a cabeça das pessoas. O estresse provoca reações irracionais, desperta o animal que todos temos dentro de nós, adormecido pelo verniz civilizatório, mas facilmente despertado quando os instintos básicos são chamados à ação. De estar preparado para a ação e agir é um pulo. Uma simples "fechada" de automóvel pode provocar reações inesperadas. Quando então se juntam várias pessoas, despersonalizadas no meio da massa, vestindo o mesmo uniforme e berrando as mesmas palavras de ordem, está montado o cenário para a irrupção do monstro. É o "Nós" contra "Eles" básico dos tempos primitivos.
Oxalá, pudéssemos canalizar toda a nossa raiva, diante da impotência na vida urbana, para ações mais efetivas de mudança social! Mas, como não temos uma cultura de coletividade, não o fazemos, a não ser quando somos mobilizados por uma torcida "organizada" que substitui a nossa vontade e a nossa razão.

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