sábado, 28 de junho de 2014

E agora, Josés?

José já foi um nome nobre e respeitado nos países lusófonos. Afinal trata-se do nome do pai adotivo, segundo a Igreja, de Jesus. No Brasil acabou por se reduzir ao popular Zé.
Em tempos de petismo e mensalões, tal como acontece com outros valores, o Zé acabou por se descaracterizar, estando menos ligado à santidade e mais conectado às coisas bem terrenas, como propinas, dinheiro em cuecas, tráfico de influência, enfim, corrupção generalizada. 
Os Zés da atualidade são os Zés do PT e aliados: Zé Dirceu, Zé Genoíno, Zé Janene, Zé Sarney, Zé de Abreu, Zé Eduardo Mendonça (Duda Mendonça), Zé Linguiça (assessor do Prof. Luizinho que recebeu 20 mil na "boca do caixa") e até mesmo um tal de Zé Formiga, assessor do líder do governo na Câmara envolvido em possíveis fraudes de 1 bilhão em licitações com a empreiteira "Leão Leão", nome bem sugestivo.
A história, como tudo que envolve o PT, pode ser escabrosa, mas os nomes... os nomes são reveladores: Guaranhuns, aquela "empresa" que repassava grana para o Valdemar Costa Neto; a indefectível Leão Leão, empresa de coleta de lixo já envolvida em escândalo anterior em Ribeirão Preto; Banco Espírito Santo, ligado à Portugal Telecom; Vil Impress, gráfica de Ribeirão Preto que emitia notas para a Leão Leão; DNA de Marcos Valério, que deixou pistas para todo lado; Delúbio, Rose Nóvoa, o irmãos João e Antônio Lamas, sem contar os Josés.

Claro que todos os demais Josés desse país afora, não tem nada a ver com isso, pois - coitados desses outros Zés - ainda conservam aqueles valores antigos de honra, honestidade e respeito, coisas tão fora de moda. Mas, sinal dos tempos, somos surpreendidos com a notícia que o grande Zé, o maioral da política oligárquica no Brasil, o José de Ribamar, mais conhecido como José Sarney vai desistir de se candidatar. Vai deixar a política. Até que enfim! 
Depois de se locupletar por sessenta anos, constituindo um feudo hereditário no Maranhão, finalmente chegou o seu dia. A família não vai abdicar do feudo, claro, mas o fato de já não disputarem eleições é um ótimo sinal. Perdem a força dos cargos e, pouco a pouco vão acabar tendo que largar as tetas, nas quais mamaram por tanto tempo.
Dois Sarneys, o pai e a filha, desistindo de disputar eleição é sinal de que o povo já não é tão bobo e ignorante como no passado. Só podemos comemorar!

sábado, 21 de junho de 2014

País dos 30 Berlusconi

O site Repórteres sem Fronteiras traz a classificação da World Press Freedom  dos países em relação à liberdade de imprensa. Os dados estão atualizados para 2014. São 180 países avaliados. Advinhem a posição do Brasil! Centésimo décimo primeiro! Isso mesmo 111. Estão à nossa frente: Uganda, Paraguai, Peru, Costa do Marfim, Bolívia, Gabão, Zâmbia, Kuwait, Quênia, Libéria, Guiné-Bissau, Albânia, República do Congo, África do Sul, Togo, Kosovo, Serra Leoa, Senegal, Namíbia, Tanzânia, Tonga, Mauritânia, Argentina, Níger e - pasmem- até o Haiti e o Suriname!
Obviamente ocupam as primeiras posições os países que tradicionalmente respeitam a liberdade de imprensa, estando a Finlândia em primeiro lugar, seguida pela Holanda e Noruega. Os Estados Unidos perderam 14 posições desde o 11 de setembro e se situam agora em 46º lugar, uma posição nada lisonjeira para quem se julga o paladino das liberdades.
Mas a posição do Brasil é vergonhosa. Acreditamos viver em um estado de direito, em uma democracia, mas essa crença não se concilia com a situação da imprensa no país. No relatório consideram que o Brasil, "o país dos trinta Berlusconi",  "é um dos países mais mortíferos do continente para a imprensa; a insegurança se mantém por causa das máfias e do crime organizado". 
Isso tudo ainda sem que o PT tenha conseguido implantar o seu sonho do "Controle Social da Mídia". O decreto 8.243 (ver aqui) já está em vigor e aparentemente muito pouca gente se deu conta do que ele significa: uma simples e pura "bolivarização" do país. Quando nos dermos conta já estará tudo dominado!
E o pior é que, durante a ditadura militar tínhamos a Associação Brasileira de Imprensa e a OAB ao lado da sociedade civil, lutando pela liberdade contra a ditadura. Agora não! Estão mudas essas duas entidades e, quando se manifestam, é para de forma direta ou velada apoiar um governo que não esconde seus pendores autoritários e antidemocráticos.



sexta-feira, 20 de junho de 2014

Democracias exemplares

Lembram-se daquele prefeito do Rio, César Maia, que gostava de lançar factóides na praça para testar a receptividade ou a rejeição a eles, antes de decidir qualquer coisa?
Pois, acredito, foi isso que o Lula fez. Não podendo disputar o terceiro mandato consecutivo, escolheu um simulacro de presidente, um factóide, para ver como se saía. Se desse certo, parabéns para ele, o criador de postes sem luz própria. Se desse errado, a culpa ia ser do próprio poste que não deu a luz pretendida. 

Lula é um cara esperto! Não sabe nada, mas se apropria de todas as (boas ou más) idéias dos outros e consegue reciclá-las como se tivessem brotado de sua própria cachola. 
Traduz tudo numa linguagem "popular" e, apesar dos erros conceituais e mesmo que sua conclusão seja um absurdo lógico, não se importa com isso, desde que "convença" momentaneamente a platéia amestrada e receba os aplausos que lhe afagam o ego.
Agora resolveu reeditar a sua reencarnação anterior, a do sindicalista feroz. Acabou o Lulinha paz e amor. Volta a se fazer de vítima e a fazer o PT de vítima de uma suposta permanente conspiração das elites. Ou melhor, da elite branca, que, segundo ele, lotava o estádio do "Curíntia" quando Dilma recebeu os apupos que já entraram para os anais das Copas (sem trocadilho!).

Penso que nesse caso, porém, apesar de toda esperteza, Lula calculou mal. É óbvio que desejava entregar a presidência para alguém que jamais pudesse lhe fazer sombra, por isso peitou o partido e impôs o nome da Dilma. 
É óbvio que não queria que sua substituta tivesse luz própria e pudesse se desvencilhar dele em algum momento futuro. Mas não acredito que imaginava ou supunha que sua escolhida iria se sair tão mal assim. Passou da conta e acabou prejudicando seu projeto de poder. E agora está difícil pro Molusco reverter a situação. Então não lhe resta outra opção, senão apelar para a velha e conhecida vitimização e a invenção de um inimigo imaginário. Assim espera aglutinar as forças políticas ainda mais ou menos leais e, principalmente, injetar gás na militância que andava esmorecida. É a sua derradeira cartada antes de enfrentar a derrocada das urnas em outubro.

Portanto esperemos um recrudescimento das manifestações de ódio partidário. O sinal já foi dado pela cúpula do PT que resolveu fazer a sua "lista de Schindler" ao contrário, ao relacionar nove jornalistas (Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Lobão, Demétrio Magnoli, Diogo Mainardi, Guilherme Fiúza, Danilo Gentili e Maurício Madureira) como instigadores do ódio de classe e que são considerados "personae non gratae" para o partido. Não há meio termo, ou você adere ao PT ou é um inimigo que deve ser destruido. É esse o conceiro de "democracia" deles. Vindo de quem considera Cuba e Venezuela como democracias exemplares, não é mesmo de se espantar.





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