sexta-feira, 20 de junho de 2014

Democracias exemplares

Lembram-se daquele prefeito do Rio, César Maia, que gostava de lançar factóides na praça para testar a receptividade ou a rejeição a eles, antes de decidir qualquer coisa?
Pois, acredito, foi isso que o Lula fez. Não podendo disputar o terceiro mandato consecutivo, escolheu um simulacro de presidente, um factóide, para ver como se saía. Se desse certo, parabéns para ele, o criador de postes sem luz própria. Se desse errado, a culpa ia ser do próprio poste que não deu a luz pretendida. 

Lula é um cara esperto! Não sabe nada, mas se apropria de todas as (boas ou más) idéias dos outros e consegue reciclá-las como se tivessem brotado de sua própria cachola. 
Traduz tudo numa linguagem "popular" e, apesar dos erros conceituais e mesmo que sua conclusão seja um absurdo lógico, não se importa com isso, desde que "convença" momentaneamente a platéia amestrada e receba os aplausos que lhe afagam o ego.
Agora resolveu reeditar a sua reencarnação anterior, a do sindicalista feroz. Acabou o Lulinha paz e amor. Volta a se fazer de vítima e a fazer o PT de vítima de uma suposta permanente conspiração das elites. Ou melhor, da elite branca, que, segundo ele, lotava o estádio do "Curíntia" quando Dilma recebeu os apupos que já entraram para os anais das Copas (sem trocadilho!).

Penso que nesse caso, porém, apesar de toda esperteza, Lula calculou mal. É óbvio que desejava entregar a presidência para alguém que jamais pudesse lhe fazer sombra, por isso peitou o partido e impôs o nome da Dilma. 
É óbvio que não queria que sua substituta tivesse luz própria e pudesse se desvencilhar dele em algum momento futuro. Mas não acredito que imaginava ou supunha que sua escolhida iria se sair tão mal assim. Passou da conta e acabou prejudicando seu projeto de poder. E agora está difícil pro Molusco reverter a situação. Então não lhe resta outra opção, senão apelar para a velha e conhecida vitimização e a invenção de um inimigo imaginário. Assim espera aglutinar as forças políticas ainda mais ou menos leais e, principalmente, injetar gás na militância que andava esmorecida. É a sua derradeira cartada antes de enfrentar a derrocada das urnas em outubro.

Portanto esperemos um recrudescimento das manifestações de ódio partidário. O sinal já foi dado pela cúpula do PT que resolveu fazer a sua "lista de Schindler" ao contrário, ao relacionar nove jornalistas (Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Lobão, Demétrio Magnoli, Diogo Mainardi, Guilherme Fiúza, Danilo Gentili e Maurício Madureira) como instigadores do ódio de classe e que são considerados "personae non gratae" para o partido. Não há meio termo, ou você adere ao PT ou é um inimigo que deve ser destruido. É esse o conceiro de "democracia" deles. Vindo de quem considera Cuba e Venezuela como democracias exemplares, não é mesmo de se espantar.





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