quinta-feira, 12 de junho de 2014

A hora de pegar o boné

E Dilma, justo na festa do esporte mais popular de seu país, se escondeu de seu próprio povo. Foi blindada pelos assessores. Nem mesmo sua chegada ao estádio foi noticiada. Quis passar desapercebida. No entanto, se o Brasil ganhar, vai tentar se grudar nessa vitória para ver se arranca mais um pouco de popularidade. Traduzindo: votos!
Mas não deixa de ser um vexame ter de se esconder dessa maneira, para daqui a poucas semanas sair pelas ruas abraçando desconhecidos à cata de votos. Sair pelas ruas é força de expressão. Os locais que visitará serão escolhidos a dedo para que não haja surpresas. Já pensou Dilma visitar uma favela e de reprente começar a ouvir aquele coro que já está se tornando o hino da Copa: Ei, Dilma, Dilma, vai tomar no SUS?
É preciso ter muita cara-de-pau para, depois de correr do povo, correr para o povo.
Aí vem uma simples questão: uma figura pública que não pode sair à rua, nem comparecer a eventos públicos sem ser vaiada ou constrangida de alguma maneira, ainda pretende se eleger? Ainda pretende receber o voto de seus concidadãos? Não seria melhor abdicar logo dessa pretensão e, diante da insatisfação popular sobejamente demonstrada, preservar pelo menos alguma dignidade pessoal? 
Seria, se realmente se valorizasse a dignidade. Seria, se os políticos desse país, tivessem algum apreço pela honra. Mas essas são palavras de há muito esquecidas, cairam no desuso, tornaram-se arcaicas e sem significado. O que importa é manter-se no "pudê" e usufruir as benesses que vem junto com ele, principalmente, as benesses financeiras. É por isso que não se envergonham, e nós nem nos espantamos, quando ficamos sabendo que a presidente do Chile, Michelle Bachelet, teve de mudar sua hospedagem porque seu anfitrião, um governador de Estado, estava sendo preso. 
Normal! O governador foi preso? Normal! Foi solto com liminar? Normal! Vai ser preso de novo porque a Polícia Federal descobriu mais uma maracutaia sua? Normal!
Em que ponto chegamos! Mas ainda pode piorar. Sempre pode piorar. Basta que por artes do destino e da burrice do nosso povo, essa megera seja reeleita. Sentiremos saudade daquele último militar-presidente broncão que um dia disse não gostar do cheiro do povo. E teve que sair do Planalto pela porta dos fundos... 
Quando o relacionamento do chefe da nação com o seu povo chega a esse ponto é porque já passou da hora de o primeiro pegar o boné e dar o fora.


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