quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Intelequituais

É triste perceber que os ídolos da nossa juventude (toda juventude tem ídolos) envelheceram. Aliás, eu me corrijo, envelheceram não, passaram do ponto, ficaram obsoletos. 
Envelhecer é bonito, é agregar sabedoria, é tornar-se uma pessoa melhor, mais tolerante, mais paciente  e até mesmo mais otimista, pois sabe que o que nos parece trágico quando somos joves, pode se tornar patético ou ridículo quando ficamos mais velhos.
Os nossos ídolos passaram do ponto. Um exemplo é a figura patética do Fidel, ainda liderando, junto com o irmão, uma das ditaduras mais longevas do planeta. A figura do Che, que estampava camisetas rebeldes, já vai se tornando um símbolo esquecido, empoeirado, como daqui a pouco a foice e o martelo já não dirão mais nada aos joves de vinte e poucos anos.
Junto com esses emblemas de um passado que passou, acabou, restam figuras como a do Veríssimo, Luiz Carlos Barreto, Fernando Moraes e José de Abreu. Alguém aí de menos de trinta sabe quem é, ou melhor, quem foi Luiz Carlos Barreto?
Já na minha juventude se dizia que "não se pode confiar em ninguém com mais de trinta anos". É claro! As coisas mudam rápido em quando não se atualiza fica-se obsoleto muito cedo. Obsoleto e ultrapassado!
Foi o que ocorreu com esses senhores, chamados de "intelequituais" pela imprensa. Queria eu saber quem é que confere esse título a alguém? Com certeza não é a Academia de Ciências de Estocolmo.

Voltando ao assunto, a constatação dessa obsolescência fica mais clara quando se confrontam as opiniões desses "sábios" sobre a prisão do chefe Zé Dirceu. Disse o Barretão: "José Dirceu não é um bandido. Ele lutou e arriscou a vida dele pela democracia, conduziu um partido ao poder e estabeleceu um projeto"
E emendou Fernando Moraes: "Na verdade, não é nem o Dirceu nem a Dilma que querem, mas o Lula. O problema é 2018. Eu acho que ele acabou sendo vitimado por isso". Completando a série mais um zumbi falou, dessa vez o Veríssimo: "pelo que o José Dirceu significa, mesmo que sua prisão não fosse politica, seria política"

É vergonhoso para um país ter intelectuais dessa estirpe. O que estão dizendo é que pessoas como Dirceu estão acima da lei e que, pelo fato de que um dia teriam lutado contra uma ditadura militar (embora a favor de outra ditadura), agora podem fazer o que quiserem. Estão imunes! Fora do alcance da lei!

Esses chamados intelectuais deviam é aproveitar a ocasião e ajudar a melhorar os nossos padrões éticos, estabelecendo que pessoas como José Dirceu teriam que ser os primeiros dar os exemplos de conduta ética e política correta.
E ainda o Barretão, useiro e vezeiro de dinheiro público fácil e barato via Lei Rouanet, finge se esquecer que Dirceu não lutou por democracia alguma.
E o Fernando Moraes, um caso perdido de deformação ideológica, insiste em inventar um grupo fictício, "eles", que teria interesse em trancafiar Lula por causa de uma simples disputa de poder em 2018. É pensar pequeno demais. Tudo se resume a uma disputa eleitoral. No Brasil não podem existir cidadãos éticos e corajosos como o juiz Sérgio Moro, não. Na visão tacanha e reducionista desse pretenso escritor, as pessoas só podem pensar no próprio umbigo. Talvez ele esteja contaminado por algum vírus transmitido pela convivência estreita com os ditadores da ilha caribenha.
Outro que está contaminado, mas é pelo vírus da Dilma, é o Veríssimo. Como a gente vai deixar a meta aberta e quando atingí-la a gente vai duplicar, o Verissimo pensa que qualquer prisão do Zé é política, mesmo que não seja. Então tá, então.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O chefe do chefe

Espero que o juiz Sérgio Moro não pare por aí. A prisão do chefe do esquema do Petrolão, por si, não resolve nada, porque é evidente que esse chefe tem um chefe.
Se o esquema do petrolão continuava em atividade, mesmo após a condenação do Zé no caso do mensalão, é evidente que alguém em posição superior lhe dava cobertura. Os diretores da Petrobras não iriam continuar a desviar e a pagar Zé Dirceu, mesmo depois de condenado, se não houvesse uma ordem de cima, uma ordem à qual não ousariam desobedecer.
Então trata-se de saber quem lhe dava essa cobertura. Pela lógica, durante algum tempo, o chefe do chefe foi o Molusco de Nove Dedos, o Exu de Garanhuns. Depois foi substituído pela chefa, ou melhor, a chefa entrou de intermediária pois ela mesma também tem um chefe, que paira até agora impune e intocado.
Se o processo de limpeza da Lava Jato não chegar até o "capo dei tutti i capi', o Grande Chefe, o Sumo Pontífice do PT, não terá valido de nada, pois não se mata cobra com pancada no rabo. Mata-se a cobra com uma pancada bem dada na cabeça para que ela não mais se mova.

O mensalão errou a cabeça da cobra, daí vimos que coisa ainda pior continuou a nos assombrar. A Lava Jato não pode cometer o mesmo erro.
O Brasil não pode perder essa oportunidade histórica de passar tudo isso a limpo, sem deixar nada debaixo do tapete, nem esqueleto dentro do armário.
Por isso o juiz Sérgio Moro deve providenciar mais espaço na prisão da PF em Curitiba para trancafiar por lá o verdadeiro chefe da quadrilha.

domingo, 2 de agosto de 2015

Síndrome ideológica

Tem gente que não muda! Acostuma-se tanto com o cachimbo que fica com a boca torta e não aprende. Agora Marina Silva com aquele ar de recém chegada do paraíso, reaparece na mídia deitando falação sobre o momento nebuloso em que vivemos. É contra o impeachment da Dilma porque, diz ela, só admite essa hipótese se houver provas materiais de algum "malfeito" da presidAnta.
Isso é simplesmente o óbvio, não é? A nação não precisa de um guia iluminado para nos dizer isso.

Ao mesmo tempo, na mesma entrevista, sem titubear, diz que Eduardo Cunha deve sair da presidência da Câmara! Quantos pesos e quantas medidas Marina Silva usa para elaborar seus raciocínios?
Longe de mim defender Eduardo Cunha. Se estiver envolvido na Lava Jato que seja investigado e punido. O mesmo porém se aplica à presidente, ou não? Por que teria ela uma imunidade especial? Se a presença do acusado no cargo é indesejável por atrapalhar as investigações, no poder Executivo isso se dá com muito mais intensidade do que no poder Legislativo.

Para Marina ser coerente deveria ser a favor do afastamento da Pomba-Gira antes de mais nada. Mas, para quem viveu tantos anos cercada de "cumpanheros", pedir coerência é um pouco demais. A convivência diária nesse ambiente ideológico deturpa as funções cerebrais, elimina a capacidade de crítica e de análise. É como se fosse um Alzheimer político. A pessoa desaparece e só resta o "pensamento do grupo".
Há vários exemplos de gente culta e inteligente que foi acometida dessa síndrome. Marina Silva é apenas uma delas.

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