segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Insignificantes contribuintes: play it again!

O juiz Sérgio Moro é mais do que o Brasil merece. Pelo menos, esse Brasil que está escancarado nas páginas policiais do jornais, sejam relatando crimes na favelas, sejam relatando crimes nas alta esferas do poder central.

O Brasil que merece ter um juiz da estirpe do doutor Sérgio Moro é o Brasil que se levanta cedo, que trabalha, que paga impostos, o Brasil que a senadora Gazziotin chamou de "analfabetos políticos" e de "insignificantes contribuintes".
Nós, os insignificantes contribuintes, é que fazemos essa nação andar e somos esbulhados por essa corja que se intitula classe política.

Pois, foi contra a vontade das Grazziotins, que se ergueu a voz rouca das ruas e, pacificamente, sem depredar bens públicos ou particulares, depôs a presidente da República e fez correr do Planalto toda a trupe do PT e seus apaniguados. Essa classe "analfabeta politicamente"  é a que vai impedir essa escumalha de voltar. Os insignificantes ficarão permanentemente em alerta, porque sentem a dor no bolso. Desses, a senadora Grazziotin, jamais terá um voto. É por isso que reagem, com ferocidade, como estão fazendo na Avenida Paulista. Reagem porque não querem perder as benesses das quais se apropriaram. Reagem, porque o mundo ideal para eles, seria aquele em que os insignificantes contribuintes continuassem de cabeça baixa a sustentá-los sem reclamar. E eles, os bafejados pela clarividência política, entregariam o governo para os "intelectuais de esquerda", que, conforme a senadora, deveriam guiar os rumos dessa nação. Para quem não leu, repito aqui a frase lapidar da representante do PC do B:
"Vocês não vão tirar a Presidente Dilma do poder. Podem até ganhar aqui nesta Corte — no Senado — mas nos pedirão clemência quando formos às ruas. A classe média é analfabeta política e tem de ficar no seu lugar insignificante de contribuinte. Deixe a esquerda intelectual garantir o futuro desta Nação. "
Depois da repercussão negativa, a senadora desmentiu, mas não teve coragem de exprimir qual seria então a sua opinião sobre a classe média. Ela pode até não ter dito a frase, mas lhe cai tão bem, assenta tão perfeitamente ao seu figurino, que vai ficar como a famosa fala do filme Casablanca, que nunca foi dita, mas é repetida como a mais conhecida do filme: Play it again, Sam!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Fim de uma era

Agosto cumpriu sua missão. Viramos a página! Fechou-se um ciclo: o PT cassou Collor, Collor cassou o PT. Ambos bandidos da política, que se amam e se odeiam, mas se merecem.
Entretanto causa espanto que, mesmo nessa hora, se vê que alguns políticos não aprendem nada e querem exercer a sua esperteza desonesta de qualquer jeito: Telmário Mota, por exemplo, votou contra o impeachment em todas as instâncias até agora. Hoje votou a favor. O mesmo fez Acir Gurcacz. 
Renan Calheiros fez tudo o que pode antes, para atrasar ou impedir o prosseguimento desse processo. Há poucos dias, armou uma briga com a Narizinho para demonstrar que estava mudando de lado e votou a favor do impeachment. 
Será que esses senadores foram finalmente convencidos que houve crime de responsabilidade? Não, disso eles já sabiam e não davam bola. Sua atitude final foi apenas de esperteza e cálculo político. Esperam ganhar alguma coisa com isso.

Mas, enfim, o que interessa é que finalmente ficamos livres desse fantasma e podemos seguir em frente. O PT é página virada em nossa história política e seu futuro será uma lenta, mas inexorável asfixia por falta de votos. Se fôssemos outro país, esse partido, ou melhor, essa organização criminosa, seria responsabilizada pelos vários crimes cometidos e a sigla estaria banida da política. Mas, não. Somos um país de bonzinhos. Tanto que a Anta foi cassada, mas seus direitos políticos não. Uma inovação bem ao gosto do improviso brasileiro e bem interessante aos caciques que serão os próximos a enfrentar o pelotão de cassação, entre eles o próprio Renan.
Assim, podem até perder o mandato, mas esperam poder manter seus direitos políticos e logo, logo, esperam estar de volta com as bênçãos das urnas. É acreditar demais na burrice do eleitor, mas até agora vários casos demonstram que sua crença não está errada.
Infelizmente a democracia só se aprimora por tentativa e erro.  E um povo ignorante e desinformado é muito mais fácil de ser enganado. Mas é a realidade que temos, vamos ter que conviver com ela até nos tornarmos realmente uma nação de cidadãos plenos.


terça-feira, 30 de agosto de 2016

A esquerda intelectual babona

Nesse pessoal da chamada esquerda brasileira uma coisa tem que ser reconhecida, eles  não esquecem nada, mas também não aprendem nada. Vivem, em pleno século XXI, como se estivéssemos nas barricadas de Paris no final do século XIX.

Querem continuar uma luta que já acabou desde quando o Muro caiu e a Alemanha se reunificou. O mundo mudou e eles não se deram conta. Querem continuar cantando loas às "revoluções" que comprovadamente não trouxeram benefício a ninguém. Ao contrário, foram responsáveis por milhares de cadáveres, de vidas destroçadas, de economias em frangalhos. Enquanto isso, o monstro do capitalismo promovia a inclusão de milhares no mercado de consumo, melhorando as condições de vida, de saúde e de educação.

O capitalismo tem defeitos? Tem, assim como a democracia! Qualquer sistema político ou econômico tem defeitos. A função da atividade política é ir aprimorando-os, aparando as arestas, estendendo benefícios através da negociação. Mas nenhum sistema econômico até hoje, conseguiu superar o capitalismo na promoção do bem estar de tanta gente. Não é à toa que o comunismo chinês acabou por se render a ele. Os que não se renderam, como Cuba, continuam a impingir sofrimento absolutamente desnecessário à sua população.

E a esquerda brasileira tem desempenhando um papel ridículo, quando não nauseante. Recusa-se a admitir que os mitos que criou e sustentou são ídolos de pés de barro. Lula, por exemplo, um espertalhão dirigente sindical que achou um nicho entre o sindicato e as Comunidades Eclesiais de Base e ali se aboletou à espera das benesses das quais pudesse usufruir. Lula nunca foi de esquerda, mas foi adotado pela esquerda intelectual babona, que achou nele um símbolo: o do operário que conseguiu chegar ao poder. Essa esquerda intelectual babona foi quem criou essa narrativa e Lula, espertamente, se adaptou a ela.
Hoje, com a derrocada da fantasia corrupta com que nos enganaram, a esquerda intelectual babona ainda se recusa a admitir que foi tudo uma mentira, que o partido de vestais, que construíram e amamentaram, em nada se difere daquela tradicional política oligarca e corrupta de sempre. Não foi à toa que tiveram por aliados alguns dos mais legítimos representantes desse atraso: José Sarney e sua filha Roseana, Edison Lobão, Fernando Collor, Paulo Maluf e outros.
E a esquerda intelectual babona senta-se ao lados de todos eles, como um de seus representantes, o Chico Buraco,  sentou-se ontem no Parlamento, sem corar de vergonha.
Não se trata de ideologia, trata-se de criminalidade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Inacreditável ignorância!

Inacreditável! Dilma dá vários tiros no pé diante dos seus juízes. Acusa-os de estarem perpetrando um golpe. ou seja, ela não reconhece os senadores como seus juízes legítimos.
Não há um momento de auto-crítica ou admissão de falhas. Ao contrário, acuse e critica tudo e todos os que não estão do seu lado. Parte para o ataque.
Das duas uma: ou é tão obtusa que continua a ignorar a realidade ou, já reconhecendo que sua destituição é inevitável, resolveu "chutar o balde".
Em qualquer dos casos, acabou, bem ao modo do mês de agosto, por cometer um suicídio político espetaculoso, ao vivo e a cores para todo o Brasil. Coragem? Não, ignorância mesmo.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Agora doeu, STF?

A reação corporativista do STF, no caso do vazamento da delação do Léo Pinheiro, envolvendo o ministro Dias Tófolli, não é propriamente uma surpresa. Aliás, dos 3 poderes da República, o mais corporativista é o Judiciário. 
Enquanto as delações (e respectivos vazamentos) envolviam apenas personagens do Executivo, da Câmara e do Senado, tudo bem para a Suprema Corte. Na hora em que chega perto deles, aí é um Deus-nos-acuda.
Nunca na história da República, algum ministro do Supremo foi julgado por seus pares. Presidentes foram impedidos, senadores e deputados, idem, mas jamais em tempo algum, um ministro do Supremo foi submetido a situação semelhante. 
Hão de dizer, que nunca hove também nenhum indício, ou suspeita, que justificasse uma investigação ou denúncia que levasse a Corte a julgar um de seus membros. Verdade Nunca houve, mas agora há!
Há no minimo uma  suspeita. E suspeitas só são dirimidas com investigação. Uma suspeita, à qual todo cidadão está sujeito, se estabelece quando fatos da vida desse cidadão, convergem para uma situação tal, que a melhor explicação para eles é algo que não está de acordo com a Lei, ou cuja explicação não é convincente. Exemplo clássico é a mancha de batom na cueca.
A mancha em si não quer dizer nada, mas isso não livra o cidadão de ter que dar muitas explicações.
No caso de uma suspeita que recaia sobre um ministro do Supremo é pior do que mancha de batom. Um dos requisitos constitucionais para ser ministro é ter uma reputação ilibada. Será que o senhor Dias Tóffoli tem essa reputação?
Analisando o conjunto da obra: foi advogado do PT, foi secretário do Zé Dirceu, deu votos favoráveis ao seu ex-chefe no julgamento do Mensalão. E agora aparece em delação premiada de criminoso confesso. É muita convergência para ficar por isso mesmo.

O melhor para o Supremo, para a sanidade das instituições do país e até mesmo para o ministro Dias Tóffoli, se ele for inocente, é que se investigue a fundo essa história. Que seja feita uma investigação isenta e imparcial, mas implacável e que ao final prevaleça a verdade e a transparência, absolutamente necessárias para que as instituições recebam o respeito que devem receber.
Qualquer coisa diferente disso, será absolutamente deletéria para o país. A suspeita então recairá sobre  todos os demais membros daquela instituição. O Executivo e o poder Legislativo já não tem crédito junto à nação; se a eles se junta também o Judiciário, acabou-se a República.
A hora é de seriedade e não de reações corporativas. Muito menos de tentar se cobrir o sol com a peneira, ou varrer a sujeira para debaixo do tapete. Doeu, STF? Paciência! Dói mais em nós, pobres cidadãos.

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