Vai entrar para o anedotário político a criatividade dos operadores do Departamento de Propinas da Odebrecht. Temos que rir para não chorar.
A lista é grande, obviamente, pois para cada corrupto há ao menos um apelido ou codinome correspondente.
É interessante notar que codinomes foram usados por muitos daqueles que se diziam esquerdistas, revolucionários, anticapitalistas, para esconder a própria identidade e que acabaram pura e simplesmente no fundo do esgoto do próprio capitalismo, tentando esconder a identidade de nós outros, os honestos, que não precisam escondê-la de ninguém.
Pois o anedotário já vai recolhendo pérolas. Dá para montar aquele joguinho de duas colunas, em que se tem ligar os nomes certos da direita com os da esquerda.
Uma pequena amostra da lista atualizada é a seguinte:
- Amigo Quem, senão ele, o Inefável Exu de Garanhuns.
- Italiano Antônio Palocci
- Boca mole Heráclito Fortes
- Esfiha Samir Assad
- Kibe Adir Assad
- Brahma Ele, de novo, o Inefável Exu Nove-dedos.
- Caju Romero Jucá
- Caranguejo Eduardo Cunha
- Justiça Renan Calheiros
- Indio Eunício de Oliveira
- Babbel Geddel Vieira
- Primo Eliseu Padilha
- Las Vegas Anderson Dornelles (assessor de Dilma)
- Angorá Moreira Franco
- Campari Gim Argelo
- Gripado Agripino Maia
- Botafogo Rodrigo Maia
- Feia Lídice da mata
- Moleza Jutahy Magalhães
- Encostado ? -ainda não conhecido
- Todo Feio Inaldo Leitão
- Velhinho Francisco Dornelles
- Grisalhão ? - ainda incógnito
- Piqui Ciro Nogueira
- Kafta Gilberto Kassab
- Proximus Sérgio Cabral
- Xepa Mônica Santana
- Feira João Santana
- Nervosinho Eduardo Paes
- Misericórdia Antônio Brito
- Santo Geraldo Alckmin
- Mineirinho Aécio Neves
Como se pode ver, a lista percorre todo o espectro político-ideológico, começando no PT, passando pelo PCdoB e terminando no PSDB. Conclusão: a propina é democrática, não discrimina ninguém!
Ora direis, ouvir pesquisas! As pesquisas deram um vexame recentemente nas eleições americanas. Todos já cantavam a vitória de Hillary quando foram atropelados pela Reality.
Aqui também não deixamos por menos. A última pesquisa Datafolha diz que Lula seria líder nas simulações de voto de primeiro turno. Essa mesma Datafolha diz que Lula tem um índice de rejeição de 44%, quase empatado com Temer., que é o campeão.
O único problema a aritmética não fecha! O Brasil tem 100 milhões de eleitores. Deduzindo 38% de abstenções e votos brancos e nulos, restam 62 milhões de votantes. Desses 62 milhões, deduzem-se os 44 que não votam em Lula de jeito nenhum, sobram 18 milhões de possíveis eleitores do Molusco; Mas, para que os números da Folha estejam certos, todos esses 18 milhões de eleitores que não rejeitam Lula, teriam que necessariamente votar nele, sem faltar nem um; e ainda assim não dariam o índice de 25 a 28% propalado pela tal pesquisa..
Isso, se e somente se, a base na qual se fez a pesquisa seja realmente representativa do eleitorado brasileiro. É evidente que essas pesquisas embutem vieses inconfessos. E é óbvio que qualquer pesquisa, principalmente as que envolvem probabilidades, podem muito bem ser mais ou menos dirigidas conforme o interesse do pesquisador ou de quem a encomenda. Que o digam as universidades! Que o digam as empresas fabricantes de medicamentos!
Os fatos são incontestes! As últimas pesquisas pre-eleitorais no Brasil e nos Estados Unidos foram retumbantes fracassos. O problema seria apenas das agências se essas pesquisas não acabassem por influenciar o eleitorado. E influenciam, quer para desistir de votar, quer para votar no candidato que esteja melhor colocado. É por isso que a legislação proíbe a divulgação de resultados de enquetes nas vésperas das eleições. Devia proibi-las 6 meses antes.
A Odebrecht depilou as partes íntimas da República. Está tudo exposto, à vista de quem quer que seja. Quase ninguém escapa. Todos os antros e meandros foram raspados e mostrados, de frente e de costas, de cima e de baixo, ao distinto público, que, boquiaberto, assiste perplexo a esse filme pornô sem censura e sem fim.
O pior é que o distinto público é quem paga a produção desse filme, mas só descobre tardiamente que foi ele quem pagou pela espetaculosa produção. Os atores e atrizes já são velhos conhecidos do público. Estão sempre atuando e fazendo os papéis mais diversos. A maioria sempre preferiu o papel de mocinhos, mocinhas e santos pudicos e compenetrados, mas agora foram obrigados a se despir e mostrar tudo. Ou melhor, a Odebrecht, a cafetina do showbizz que vivia em conjunção carnal com esses atores, vinha gravando todas as cenas e agora é quem nos está mostrando esse filme pornô classe B.
O filme é nauseante não só para os ingênuos e os moralistas, mas também para quem já adotou uma postura cínica diante das telonas dessa República malcheirosa. Muitos de nós já imaginávamos as cenas picantes, as conversas sussurradas, as promessas veladas, as piscadelas de olhos, os bilhetes indecorosos, os michês passados debaixo das mesas, mas o filme produzido e que está em cartaz foi muito além da mais obscena imaginação.
O conúbio da Odebrecht com o poder demonstra como a nossa República está apodrecida. Demonstra que a democracia aqui é simplesmente uma ficção. Quem elege, quem manda, quem decide onde gastar o dinheiro público, que projetos aprovar, que projetos rejeitar, que prioridades atender são essas cafetinas, cuja maior representante é a Odebrecht, apenas a líder do cabaré.
Elas mantinham, ou ainda mantém, seus cafetões e gigolôs, habitando a Casa de Tolerância chamada Congresso e dizendo aos supostos representantes do povo, qual é a pauta e a agenda do dia.
E nós, distinto público, pensando que a nossa opinião conta, que nosso voto vale.
A depilação é uma coisa muito dolorosa, mas necessária. Melhor expor as partes pudendas para que se possa fazer uma limpeza geral. Fiquemos vigilantes porque os efeitos da depilação duram só um certo prazo. De tempos em tempos outras depilações serão necessárias.