sábado, 28 de outubro de 2017

Barraco no quintal de dona Cármen

Já estava passando da hora! Até que enfim, alguém peitou Gilmar Mendes. E não foi um joão-ninguém qualquer, foi um de seus colegas, de sua altura, da mesma instituição. O ministro Barroso lavou a nossa alma. Disse o que muita gente desejava dizer àquele poço de prepotência e vaidade, que, infelizmente, ocupa uma das cadeiras da mais alta Corte do país.

Gilmar Mendes é um dos responsáveis pelo crescente descrédito que atinge um dos poderes da República.

A classe política, o legislativo e o executivo já estão desacreditados há muito tempo. O que ainda se salva, em parte, é o poder judiciário, que, entretanto, vem descambando para o mesmo abismo. Se isso permanecer assim, estará estabelecido o desmanche total das instituições do Estado brasileiro.

As instituições - e tudo o que existe no mundo político - não existem simplesmente porque isso esteja escrito, preto no branco, no livrinho da Constituição! As instituições existem porque se acredita nelas e se quer que elas existam e, principalmente, que elas cumpram as suas funções.
Portanto, pela vontade da maioria, expressa de uma maneira ou de outra, elas podem passar a não existir mais. Mas, como não há vácuo no poder, alguma outra coisa virá para substituí-las.

Parece que uma epidemia de insensatez atacou os ocupantes do alto escalão da República. No afã de se salvarem e salvarem os amigos, estão todos flertando com o perigo, pouco se importando com a nação. Seria bom que refletissem um pouco e, pessoas como Gilmar Mendes, parassem de provocar avalanches ao pé da cordilheira.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Turismo na favela

O Rio é uma região conflagrada. Visitar certos sítios lá é como ir a Aleppo durante a ocupação do Estado islâmico. É uma atitude de risco! Tem gente que vai. Jornalistas vão. Mas, de vez em quando, um acaba sendo morto.
No caso dos jornalistas, isso é um risco da profissão. No caso dos turistas é simplesmente uma escolha, mal feita e mal assessorada por "agências" de turismo, só interessadas no ganho e que estão pouco se lixando para o seu cliente.
Nada justifica o que aconteceu a essa turista espanhola, mas, sinceramente, favela é lugar de fazer turismo? Ainda mais favela dominada pelo tráfico, como quase todas são!?

Favela é o símbolo do descaso do Estado pelos deserdados. É um local de degradação urbana. Não é lugar para se tirar fotinha e postar no Instagram pros amigos. "Vejam, que legal! Eu estive numa favela no Rio de Janeiro! Vejam como é que os miseráveis brasileiros vivem!"

A miséria representada por uma favela é uma condição que não deveria existir, se o estado, em países como o Brasil, cumprisse minimamente a sua função. Os seres humanos, que ali são confinados para sobreviver sob o domínio de traficantes de drogas,  tem os seus direitos diuturnamente desrespeitados. Não há nada de bonito ali. Tudo ali é uma denúncia. 

E esses pobres coitados ainda tem que expor a sua miséria, a sua pobreza e a sua degradação, como animais exóticos, para as fotografias dos gringos, que chegam do primeiro mundo a passeio pelos becos sujos e vielas, como se visitassem um grande jardim zoológico! Para quê? 

Acaba acontecendo uma tragédia como essa, desnecessária, mas previsível. É mais um caso de distorção e inversão de valores. Com isso, talvez, por um tempo, os turistas prefiram mesmo ir ao jardim zoológico, ou ao Pão-de-açúcar. Mas só por um tempo. Depois tudo volta ao "normal".


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Empurrão para o abismo

A mídia a toda hora reafirma que "as instituições estão funcionando". Funcionando como, cara-pálida? Alguém pode me explicar como é que um poder Judiciário, diante de todas as aberrações vistas e ouvidas, fitas gravadas, mochilas de dinheiro, resolve abrir mão de suas prerrogativas e ainda se diz que "as instituições estão funcionando"?

Onde é que fica o tal sistema de freios e contrapesos? Qual é o freio que o STF exerceu? Qual é o contrapeso ao poder absoluto que conferiu ao Senado? O Senado hoje pode tudo. Podem roubar à vontade, podem criar e manter, como tem criado e mantido, organizações criminosas em permanente ação contra o país inteiro.

Hoje quem está no poder é Renan Calheiros, Fernando Collor, Jáder Barbalho, Romero Jucá e, obviamente, Michel Temer e sua turma.
Já, por sua vez, a Câmara consegue ser ainda pior que o Senado. Tem um quarto de seus membros sendo investigados. E o restante que, ainda não está, não é muito diferente, como raras e notórias exceções.

E o executivo?? Dá até medo de falar! O executivo é apenas uma extensão da Câmara, ou vice-versa. Michel Temer pontifica sobre os dois e sabe fazer muito bem esse jogo, principalmente agora que tem a chave do cofre.

E isso significa que as instituições estão funcionando? Na verdade, estão, mas estão funcionando como organizações mafiosas, tomando conta de tudo, controlando territórios tal como traficantes de drogas. Não tem nada funcionando para o benefício do país.

Cada vez mais toda essa classe política, incluindo-se aí o Supremo, está nos demonstrando que não há saída institucional. Ninguém vai cortar na própria carne. E se não há saída institucional, o que vai acontecer? Outra saída possível está fora das instituições, mas essa pode nos salvar ou nos levar para a beira do abismo. O problema é que estamos sendo empurrados nessa direção pela irresponsabilidade dos membros dessas famigeradas "instituições".

Senado de merda

Ninguém se surpreendeu com o resultado de ontem, no Senado. Aliás, surpresa seria se o resultado tivesse sido diferente. O que se pode esperar de nossas casas legislativas? Legislar em causa própria é só o que eles fazem.
Com mais de 40 senadores suspeitos de envolvimento em crimes, o que espanta é que não haja na República nenhum mecanismo para impedir que esses suspeitos participem de decisões que interessam diretamente a eles.
Quem poderia e deveria ter feito esse papel é o Supremo, que vergonhosamente abriu mão de sua responsabilidade e transferiu para as raposas a decisão sobre o galinheiro.
Para quem teve estômago para assistir à sessão de ontem, o discurso inflamado e pseudo-indignado de Romero Jucá, senador por Roraima, ficou como um símbolo da desfaçatez, da falta de vergonha e de decoro público. Do mesmo modo, o discurso moralista de Humberto Costa do PT, ficou ridículo. Deviam ter votado a favor do afastamento e Aécio, mas sem discurso, porque tudo o que acusam Aécio de ter feito, foi também feito pelo seu líder e demiurgo. Portanto, a indignação seletiva não "cola".
Isso mostra que o PSDB é um partido muito mais "maneiro" que o PT. O PSDB não briga com ninguém, age nos bastidores, tal como o PMDB do qual é um filhote. É por isso que está sempre em cima do muro e é por isso que o desencanto da população com a política atingiu níveis récordes.
Não há partidos, nem ideologia, na política brasileira. O que há são grupos de pessoas, em alguns casos, verdadeiras quadrilhas, que se ajuntam para defender interesses próprios que nada tem a  ver com o povo que deveriam representar.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Justiça de merda

O que é Abdel Massih? Médico ele não é. Nunca foi. Médicos são seres humanos, sujeitos a erros como todos nós, mas médicos são o oposto desse cafajeste de jaleco branco, esse charlatão e criminoso que conseguiu enganar a tanta gente.
Abdel Massih é uma aberração da natureza, um psicopata que deveria estar afastado do convívio com a sociedade há muito tempo.
Mas Abdel Massih é rico. Ficou rico às custas de uma grande fraude profissional e agora, como outros criminosos, usa o dinheiro espúrio para pagar grandes advogados, que conseguem, para ele, o que centenas de milhares de brasileiros pobres jamais conseguirão.
Abdel Massih pôde fugir do Brasil porque foi libertado por um "habeas corpus" concedido pelo ministro Gilmar Mendes. E agora, o Supremo Tribunal Federal, aquele mesmo tribunalzinho que se curvou aos interesses do Aécio, lhe concedeu o direito à prisão domiciliar, ou seja, um simulacro de cadeia. Em casa, poderá gozar de todo o conforto que lhe proporcionar a riqueza conquistada em cima do sofrimento de meia centena de mulheres.
É tudo uma grande palhaçada. Como é que um condenado a 181 anos de prisão, cumpre 4 ou 5 e depois vai pra casa, livre, leve e solto?
Os doutos juristas podem vir com os argumentos que quiserem, mas não convencem ninguém.
O fato é que, nem que esse monstro vivesse até apodrecer atrás das grades, nem assim, o sofrimento que causou e ainda causa às suas 48 vítimas, seria reparado. Não há reparação para isso.
Mas a justiça brasileira mostra, mais uma vez, que é uma justiça de merda. 

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