Pois eu vou meter minha colher de pau nesse angu. Não sou especialista em pesquisas, até porque, como bom mineiro, desacredito em todas elas. Como se diz em Minas: mineração e eleição, só depois da apuração. E é isso: pesquisa não substitui voto.
Na hora "H", sozinho, no recôndito da cabine, o eleitor repensa: "A quem vou entregar meu futuro e o futuro dos meus filhos? E ali ele toma a decisão final. Um clique e pronto, nada mais pode ser alterado. É sair dali com a sensação de que talvez tenha feito uma besteira e, apesar disso, torcer para que sua escolha acabe por não ser tão ruim, pois no sistema presidencialista somos obrigados a dar um cheque em branco por 4 anos para alguém e, se no meio do mandato, descobrirmos que votamos em um pilantra ou incompetente, azar, teremos que aguentar até o fim.
Uma grande vantagem do parlamentarismo é a não existência de mandatos fixos. Só governa quem tem a maioria e enquanto a tem. Isso obriga os ungidos a ficarem de olho na opinião pública, pois, se perderem popularidade perdem apoio parlamentar e aí cai o governo. No sistema que adotamos, uma vez eleito, o político vira as costas pro povo e vai cuidar de outros peculiares interesses e, obviamente, da próxima eleição, quando voltará a precisar daquele ser incômodo, o eleitor.
Encerrada a digressão, volto ao assunto. Como dizia, não sou especialista em pesquisas, mas ouso contestar todas elas e penso que, agora, a eleição para presidente já está definida. A candidata Marina ficará com os seus tradicionais 23%, alcançando talvez 28% por conta de votos de eleitores ainda comovidos pela morte de Eduardo Campos. Aécio ainda tem muito para crescer, ainda não é um nome totalmente conhecido do eleitor de outras regiões além do sudeste, o horário eleitoral ainda não começou e debates entre os candidatos ainda nâo ocorreram. Com o aumento da exposição, calculo que Aécio poderá chegar com facilidade aos 35% ou até mais. Isso significa que dona Dilma pode dizer adeus. Se Dilma tiver 30% dos votos - o que acho muito - o segundo turno seria entre ela e Aécio, que ganharia de lambuja. Se Dilma cair mais, o que é bastante provável devido à rápida deterioração do ambiente econômico, aliado a uma participação vexaminosa nos debates, pode vir a ficar abaixo da Marina e aí, sim, o segundo turno terá um outro sabor, com resultado mais difícil de se prever. Pelo menos teríamos dois candidatos que sabem se comportar em nível civilizado e são capazes de debater e discutir ideias. Ou seja, finalmente teríamos chegado ao século XXI em termos eleitorais.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
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