Nesse fim de semana, os céus estarão convulsionados. Haverá um eclipse hoje e um cometa no sábado. Se isso for algum sinal para os políticos, podemos esperar chumbo grosso nos próximos dias.
De fato, o eclipse da ética já ocorreu há muito tempo e o cometa das lideranças políticas também eleva e derruba reputações uma atrás da outra. Para muita gente, o Armagedom já chegou. O desespero é tal que não se tem mais pruridos, nem sequer se tenta manter as aparências, mas estão lutando, no tudo ou nada, para tão somente salvarem as próprias peles.
As entranhas estão escancaradas e não dá para despistar mais. O caos econômico e social vem mostrando sua face horrenda desde os episódios das carnificinas nos presídios e agora, com as greves das polícias, as carnificinas passam a acontecer nas ruas, à nossa vista.
Digo greve das polícias, porque vem mais. Policias militares de outros Estados, além do Espírito Santo, já se mobilizam. As "autoridades" protestam. Dizem que é chantagem, ameaçam os policiais com a Lei, etc., etc. A questão é que chegamos a essa situação, por culpa dessas mesmas "autoridades". Enquanto estavam roubando e dilapidando o patrimônio público, não achavam que deveriam ser confrontadas com a Lei. Dançavam com guardanapos nas cabeças, rindo de nós, os trouxas pagadores de impostos, e os serviços públicos foram simplesmente sucateados. Incluem-se, nesses serviços sucateados, as Polícias Militares, deixadas à míngua por anos a fio, assim como as escolas e os hospitais.
A diferença entretanto é que ninguém se sente ameaçado com greves de professores. Com greves de agentes de saúde, já há um certo desconforto, mas como isso atinge principalmente os pobres, dá para aguentar sem maior desespero. Mas greve de polícia é diferente. Abrem-se os portões do inferno. A marginalidade, normalmente, já mal contida, avança em desabalada, como uma manada endoidecida, sobre tudo e todos. Aí, só quem é muito rico e possa ter segurança particular é que se sente a salvo. Mesmo assim, relativamente.
O campo de guerra das facções passa dos presídios para as ruas. É o Deus-nos-acuda em carne e osso.
Nada acontece por acaso. O caos que o Rio e o Espírito Santo estão vivendo é a consequência tardia do caos que a classe política estabeleceu nesse país. Seria bom se essa convulsão se desse em Brasília, se o povo ensandecido invadisse o Congresso Nacional e fizesse aqui uma Revolução à francesa que tanto nos faz falta. Cabeças já rolam por aí, mas são as cabeças erradas. As que deviam rolar mesmo estão naquele prédio duplo com duas abóbadas ao lado, uma delas premonitoriamente invertida.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
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