segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Os russos somos nós

Há muitas interrogações, nessa indicação do Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, para o Supremo Tribunal Federal. A principal delas se refere à isenção do futuro ministro, à imparcialidade qu tem de ser a marca de um juiz da mais elevada Corte do país. E, todos sabem, que Alexandre de Moraes tem vínculos fortes com o PSDB, o que lhe tiraria, de cara, a isenção.

Mas o Supremo anda tão desmoralizado que se esse for o único "senão", está até bom. Ninguém, nessa altura, espera um julgamento totalmente isento dessa Corte que aí está. Uma Corte que tem ministros como Lewandowski e Dias Tóffoli não pode ser levada a sério nesse quesito. Sem falar na pavonice do ministro Marco Aurélio, no destempero de Gilmar Mendes e na pusilanimidade que o ministro José Celso de Mello revela quando o calo aperta. É só lembrar que foi o decano quem apresentou a "brilhante solução" para o caso: manter Renan na presidência do Senado, mas tirá-lo da linha sucessória à presidência da República. Foi o mesmo tipo de decisão como que Lewandowski tomou com relação à Dilma. Com essas duas decisões, o Supremo se rebaixou ao nível de uma Corte subalterna aos poderes executivo e legislativo. Nada estranho, portanto, que o presidente nomeie um amigo e ministro seu para integrar essa turma.

Aliás, para os tempos vindouros, com as delações ainda no forno, nada melhor do que garantir mais um voto a seu favor. Um voto pode decidir tudo.  A turma do lado de cá, do lado dos que se sentarão no banco dos reús, pode respirar mais tranquila. No encontro de Lula e Temer no velório de Marisa Letícia já foi dada a senha: vamos parar de nos atacar uns aos outros, senão todos afundaremos juntos.

Querem saber se não está sendo costurado um grande acordo pizzaiolo? É só prestar atenção na votação do Senado para homologar o novo ministro do STF. Se o PT ficar bonzinho na votação, podemos ter a certeza que o acordo foi costurado. Só que resta combinar conosco, os russos.

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