quinta-feira, 16 de maio de 2019

À procura de Dana de Teffé

Há muita gente que não sabe quem foi Dana de Teffé. Reproduzi abaixo um texto do Carlos Heitor Cony, a respeito dela:
Dana de Teffé 
Em cordial resenha ao meu último romance, Marcelo Coelho diz que estou preso a meus fantasmas, o que é uma verdade. E inclui entre esses fantasmas o de Dana de Teffé, uma estranha mulher que foi assassinada pelo amante e cujo cadáver nunca apareceu. Por isso, o amante não foi condenado: sem a existência do corpo delito, a justiça não admite a existência de um crime de morte.
Foi um caso que ocupou e preocupou a imprensa durante anos, todos procuraram a ossada de Dana: polícia, nobreza, clero, povo e demais interessados. Até hoje seus ossos não foram encontrados.
E olha que muita coisa aconteceu no mundo. Frank Sinatra veio ao Brasil e o homem foi à Lua - coisas que pareciam impossíveis. O papa ouviu Fafá de Belém, o juiz Nicolau entrou numa fria, eu entrei na Academia. Coisas absurdas aconteceram mas a ossada de Dana de Teffé nunca apareceu.

Tenho motivos para incluí-la entre meus fantasmas. Era uma judia tcheca ( ou uma cigana também tcheca) que traiu parentes e amigos durante o nazismo, ganhando muito dinheiro com isso. Casou com um conde e dançou no balé de Monte Carlo. Casou depois com um diplomata brasileiro, que era também automobilista. Viúva, veio para o Brasil coberta de jóias e dinheiro.

Caiu na asneira de arranjar um amante que era advogado e esperto. Sumiu misteriosamente e como o corpo dela nunca apareceu, o assassino não foi condenado.

Uma história macabra, fantasmagórica, que realmente incluo entre os meus fantasmas pessoais. E não é dos piores. Tenho outros mais cruéis e devastadores.

Foi o Cony quem atribuiu os sucessivos fracassos brasileiros a essa fantasmagoria. Disse ele que "enquanto não se achar o corpo de Dana de Teffé o Brasil não terá conserto."

Ao invés de ficarmos discutindo Reforma da Previdência e outros projetos que não vão passar nesse Congresso vagabundo, vamos então criar uma força-tarefa com representantes de cada um dos 3 poderes, fiscalizados pelo Ministério Público, para cavucar os barrancos ao longo da rodovia Dutra, do Rio até S.Paulo, para ver se lhe encontramos o corpo.

Ou talvez o astrólogo Olavo de Carvalho, ocultista que é, possa fazer uma mandinga que nos revele logo o local onde está enterrada a ossada. É a única salvação à vista.

Saiba mais em: https://noticias.r7.com/prisma/arquivo-vivo/carlos-heitor-cony-e-o-fantasma-dos-ossos-de-dana-de-teffe-26012018

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