Um cidadão sai de casa de manhã cedo no Canindé, com o assum preto cantando na sua janela, arreia o jegue, monta nele e vai pro aeroporto. Não, não me enganei! Vai pro aeroporto do Canindé mesmo! Chegando lá, amarra o jegue no estacionamento e pega seu voo para Quixeramobim. Faz o que tinha de fazer, vai ao mercado, ao banco, pita um cigarro de palha na pracinha com os amigos e de tarde volta para o Canindé, desamarra o jegue no estacionamento do aeroporto (o vigia do estacionamento já deu água e capim pro jegue durante o dia) e ruma feliz para casa, com todos os seus negócios em ordem. Esse é o cenário que deve ter povoado os devaneios da presidenta, nas horas mortas do Palácio da Alvorada, quando a titia e a mamãe estavam jogando canastra ao invés de conversar com ela e o assessor não estava lá para ajudá-la a matar o tédio com umas voltinhas de moto.
Sim, porque há um ano e meio ela, a presidenta, em viagem à França, nos prometeu, sem que pedíssemos, que até o final de seu governo (espero que seja o atual primeiro e único) iria construir 800 (oi-to-cen-tos!) aeroportos pelo país. Acho bastante razoável que Canindé e Quixeramobim sejam dois dos municípios beneficiados com esse grande investimento, não? As respectivas economias municipais hão de avançar séculos em dias e milênios em anos. Mas se não forem esses dois municípios hão de ser outros mais ou menos equivalentes (Nova Lima e Raposos; São Sepé e Formigueiro; ou Pedra Branca do Amapari e Pracuúba), trocando-se apenas os jegues por mulas, ou burros, que continuarão a servir de mote aos devaneios presidenciais. Ah... e nunca-antes-na-história-deste-país uma presidenta ou um presidento, terá construído 800 aeroportos em um mandato, nem mesmo em 10 mandatos! Isso seria um fato extraordinário e único que nem a oposição mais empedernida poderia negar, caso ainda houvesse tempo, dinheiro e vontade para essa bravata se concretizar. Na hora da entrevista, na França, o executivo-chefe da IATA (*), Tony Tyler, perplexo e boquiaberto, perguntou: "Oitocentos aeroportos? Isso não é demais, não?" Jornalistas brasileiros, presentes, acostumados com as mentiras deslavadas, sequer se deram ao trabalho de responder. A presidenta mente com uma irresponsabilidade e um descaramento total. Sabe que pode dizer qualquer coisa que depois o povo esquece. Isso mostra o seu total desprezo pelo povo de seu país, que lhe serve apenas de massa eleitoral. (*) Associação Internacional de Transporte Aéreo
O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Não é mérito de nenhum governo. O mérito é dos produtores rurais que, a despeito do próprio governo, do sol e da chuva, ou da falta deles, arriscam seu capital e seu trabalho na preparação da terra, plantio, colheita e criação de animais. Não sendo produtor rural tenho para mim que essa atividade exige muito de teimosia, obstinação e um pouco de loucura, ou vício, porque fazendo as contas, qualquer outra aplicação daria um retorno, se não melhor, ao menos mais seguro. Mas é o agronegócio que hoje sustenta o PIB, até porque nessa área, estando a economia bem ou mal, os investimentos não podem ser adiados. Eles dependem do tempo e do clima, portanto, ou você está no agronegócio por inteiro ou está fora fora dele. Entretanto, hoje, para uma parcela dos brasileiros, o agronegócio é mal visto. Os produtores rurais são considerados vilões destruidores do meio ambiente e exploradores de mão-de-obra. Ainda persiste a imagem do velho coronel fazendeiro, de chicote na mão, exercendo uma autoridade incontestável em seus domínios. Não se percebe que esses velhos coronéis, hoje, preferem exercer seu mando e garantir seus privilégios, não mais à frente de um latifúndio, mas sentados nos gabinetes de Brasília, de onde continuam a mandar nos governos e a definir o futuro da nação, garantindo a permanência do atraso e impedindo que a modernidade chegue até nós. São esses os coronéis Sarney, Collor, Renan e outros, a quem o PT pede a benção todos os dias. O produtor rural, que vive de seu agronegócio, está, como outros empresários do país, é lutando para sobreviver e dar conta de pagar as taxas e impostos que lhe são impingidos pelos coronéis de Brasília e seus feitores. Por outro lado, o agronegócio se modernizou. A produção rural conta hoje com o melhor da tecnologia para garantir melhor qualidade e mais produtividade, sem as quais já teria ido à bancarrota. O gado é selecionado, a inseminação artificial melhora a genética do plantel. A manipulação genética, os adubos e corretivos de solo e os pesticidas garantem um aumento exponencial de produção por metro quadrado, tornando as leis de Malthus(*) obsoletas. Se não houvesse esse aumento espetacular de produtividade, seria necessário uma área cultivada muito maior para garantir a mesma produção. Portanto essa tecnologia envolvida na produção rural é um dos fatores a garantir a sustentabilidade e a preservção ambiental, ao contrário do que quer fazer crer a propaganda enganosa do ecofanatismo. As florestas tem que ser preservadas? Sim, mas as pessoas tem que ser alimentadas em primeiro lugar. Somos 7 bilhões de bocas que deveriam fazer 3 refeições por dia. Se todo mundo comesse o que precisa, a humanidade hoje consumiria mais de 10 milhões de toneladas de alimentos POR DIA! Mas a verdade é que 1 bilhão de pessoas passam fome cronicamente e, segundo a FAO, o mundo terá que aumentar a área agricultável em 144 milhões de hectares até 2050, quando seremos 9 bilhões de pessoas. A maior causa de desequilíbrio ecológico é portanto a própria humanidade como um todo. Se continuarmos a aumentar em número, em algum momento o planeta não nos sustentará mais. Antes de toda essa elaboração de protocolos internacionais e discussões sobre aquecimento global, etc. o que está urgentemente clamando por uma solução conjunta dos governos é o aumento populacional! Temos que interromper já esse processo. Ou então assistiremos à calamidade da fome e da sede fazer por mal o que não conseguirmos fazer por bem. E. nesse caso, os maiores sacrificados serão os de sempre: os pobres! (*) Teoria desenvolvida por Thomas Malthus em que previa um crescimento geométrico da população, devido às melhorias das condições de vida, enquanto a produção de alimentos só cresceria aritméticamente, o que fatalmente levaria a um grande desequelíbrio e à fome.
A culpa. afinal, não é da Dilma. Embora seu governo seja um dos piores que já tivemos, sem planejamento, com ações pontuais e erráticas, vai numa direção, muda para outra, volta atrás! Apesar de tudo isso a culpa afinal não é dela. Quem é ou quem foi a Dilma administradora? Um zero total. Foi dona de uma loja de bugigangas que faliu. No mais, só foi "administradora" em funções político-partidárias. Aí é fácil! Não tem que apresentar resultados e nem dar satisfações a ninguém, como acontece de modo geral na administração pública brasileira! Sua penúltima encarnação foi como ministra das Minas e Energia, antes de se encarnar na Casa Civil. O que fez nesse ministério? Começou a acabar com a Petrobrás. Promoveu alguns apagões elétricos por conta da obsolescência das linhas de transmissão. E quase desestruturou todo o setor de produção de energia elétrica no país ao querer mudar as regras do jogo com as concessionárias. Essa mulher não sabe nada. Além de bater na mesa e falar grosso não consegue concatenar um pensamento lógico com começo, meio e fim. É uma enganadora, só isso e cuja popularidade se mantém à custa de marketing. Mas a culpa não é dela. A culpa é de quem a inventou, o inefável, o grande mentecapto, o molusco de nove dedos. Foi ele quem buscou no fundo do baú do seu partido uma pessoa sabidamente incompetente para esquentar-lhe o troninho, de modo que ele pudesse voltar glorioso em 2014. O objetivo de escolher uma incompetente ficou claro. Em primeiro lugar era para evitar que alguém lhe pudesse fazer sombra. O complexo de inferioridade de Lula exige que ele esteja sempre na proa, na posição de proeminência, que seja o maior, o único, o mais isso e o mais aquilo, como nunca-antes-neste-país. Daí a eterna dor de cotovelo com FHC, porque no fundo Lula sabe que, por mais que faça, por mais títulos de doutor "honoris causa" que receba, nunca, jamais chegará perto da capacidade intelectual de Fernando Henrique Cardoso, inegavelmente reconhecida por todos, apesar de todas as restrições que possa haver ao seu governo. Lula, ao escolher o poste incompetente, garantia para si a manutenção da lenda e do mito. Dilma poderia ser tudo, menos maior que o seu mentor. Além disso a incompetência dela na área política daria a Lula, como deu, o papel informal de coordenador e tutor político de sua afilhada. Esse é o papel que Lula mais gosta de exercer. Continua presidente, sem a chateação de assinar papelada, presidir reuniões administrativas, enfim governar. Não é à toa que ontem convocou uma reunião de ministros. Convocou e foi atendido. Até o Guido Mantega foi convocado e compareceu ao Instituto Cidadania em S.Paulo. Para quê? Para redefinir a estratégia da eleição em 2014 em face de a Marina ter se aliado ao governador Eduardo Campos. E quando começaram as manifestações de rua em junho, pegando todo o governo de surpresa, Dilma correu para se socorrer com quem? Com seu padrinho, chefe e mentor. Diante de tudo isso, o péssimo governo que Dilma está conduzindo, aos trancos e barrancos, deve ser debitado na conta política do dito-cujo. Ele afinal foi quem nos pôs nessa situação.