sábado, 19 de abril de 2014

A Evolução da Maracutaia

A temporada de caça da campanha eleitoral já começou. O momento é bastante ruim para o PT, mas qual seria um momento bom desde que as maracutaias começaram a aparecer a partir a morte de Celso Daniel? A cada momento a situação só complica. O caso Daniel foi encoberto, mas parecia um caso mais ou menos isolado de corrupção municipal com capitalização financeira para o partido, no decorrer do qual alguns mais afoitos desviaram um pouquinho também para si.
Depois viu-se que o "processo" foi amplificado naquilo que viemos a conhecer como mensalão. E depois do mensalão, parece que não há uma área sequer onde se metam agentes ligados ao PT que não tenha um componente de corrupção, ilegalidade e mau caratismo. 
Não há santos na política, isso é um dado da realidade. Mas, não significa, que devamos aceitar que o exercício da política seja inevitavelmente confundido com banditismo. 
O PT conseguiu transformar a atividade política em algo similar ao crime organizado, com todas as características desse tipo de atividade do submundo. E, como todo crime organizado, tem agentes infiltrados em todas as áreas, nos três poderes, na polícia, no judiciário, nas organizações sociais, na mídia. Esses agentes fazem o trabalho de sabotagem, de ir minando por dentro o tecido social para que os "capi" e as "famiglie" tenham mais e mais poder e sejam submetidos a menos fiscalização e menos cobrança.
O partido fisiológico por natureza, o PMDB, nunca se erigiu em,  nem pretendeu ser nenhum guardião dos bons costumes. Nunca quis fazer pose de vestal, nem de bonzinho. É um partido de políticos profissionais, que cuidam de suas carreiras como cuida qualquer executivo de grande empresa. Mas o Pt é diferente. É o partido das vestais, dos que atiravam pedras. E querem continuar posando de virgens, querem continuar atirando pedras e isso é que os torna ridículos.
O PT foi o responsável pela evolução da maracutaia, palavra introduzida por Lula no nosso vocabulário, o PT elevou-a ao estado da arte. É isso que mais atrai o PMDB e os partidos da base aliada: a capacidade petista de tirar dinheiro das instituições publicas e injetá-lo nas campanhas e nas contas das  ilhas Caimã.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Macondo é aqui

Morreu, no dia do meu aniversário, Gabriel García Marquez, o grande escritor colombiano. Sou da geração em que ler "Cem Anos de Solidão" era uma exercício obrigatório se você tinha interesse em ser admitido nos círculos mais intelectualizados. Do mesmo modo como era "obrigatório" admirar os filmes de Glauber, Goddard, Buñuel e Bergman.
O tempo passou, a patrulha ideológica se virou para coisas mais comezinhas e o desencanto com muitos dos mitos do passado se tornou uma marca da maturidade. Não que as obras desses grandes artistas tenha perdido seu valor. A obra de Bergman e de Buñuel são e serão clássicos do cinema, mas o mesmo não se pode dizer exatamente de Glauber e de Goddard. Os filmes de Glauber mostram uma centelha de genialidade que entretanto não se concretiza em uma obra com princípio, meio e fim. Os enredos e os diálogos são falhos, pouco naturais e incompletos, às vezes sem pé nem cabeça ou excessivamente delirantes. E Goddard, para mim, é simplesmente um chato de galochas, como se dizia na época.
Quanto ao Gabo, acredito que suas obras mais importantes, "Cem Anos de Solidão", "Crônica de uma Morte anunciada" e "O Amor nos Tempos do Cólera", são clássicos da literatura mundial, que em nada ficam a dever à qualidade de um Shakespeare ou de um Dante Alighieri. 
Politicamente, sua amizade com Fidel Castro foi uma contradição e um paradoxo para uma pessoa que calcou sua obra em uma crítica permanente às ditaduras e caudilhos da América Latina. Isso lhe rendeu até mesmo uma bofetada do grande escritor peruano e também Nobel, Vargas Llosa. 
Mas as posições políticas contraditórias não diminuem a qualidade de sua arte que permanecerá como um símbolo da literatura sulamericana. Foi-se o criador mas Macondo permanece intocada ainda em vários rincões desse triste canto de mundo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sem Graça

O Grão-Mestre maçom Collin Foster emprestou seu nome de família à sua esposa e atual presidente da Petrobras. A ela o sobrenome caiu bem. Foster em inglês quer dizer "adotivo". 
O que não lhe cai bem é o prenome Graça, porque não há nada de engraçado na história que ela contou ao Congresso esta semana sobre o nebuloso e inacreditável processo decisório que levou à compra da refinaria de Pasadena.
Num depoimento de 6 horas, Foster não disse novidade alguma. Como seria óbvio, negou também qualquer contato entre seu marido e a estatal. O problema é que não explicou porque a Petrobras efetuou várias compras na empresa A.C.Foster sem licitação. Claro, que se houver alguma irregularidade nessas compras, isso seria apenas um pecadilho diante da monstruosidade que foi a compra da refinaria americana.
Mas, mesmo sendo valores de ordens de grandeza diferentes, tudo isso tem um valor simbólico, a nos mostrar a condição de absoluto desgoverno, indigência moral e negligência a que chegamos em todas as áreas em que há dinheiro público envolvido.
E nosso povo não reage e bovinamente continua a pagar a pesada carga tributária como se isso fosse uma fatalidade natural contra a qual não adiantaria lutar.
Quem diria que a Petrobras, orgulho de tantas gerações de brasileiros, iria ser depenada, privatizada da forma mais aviltante e danosa para o patrimônio da nação. 
Antes, FHC tivesse conduzido a privatização da Petrobras há alguns anos, como fez com a Vale. Além de não termos que pagar, via Tesouro, os prejuízos e as dívidas monstruosas, ainda teríamos o benefício do recolhimento dos impostos de uma empresa sólida e lucrativa. 

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