sábado, 3 de outubro de 2015

O intocável

Lula é o intocável da República. Está acima da lei. É o que se depreende de toda essa investigação sobre o petrolão. Foi ele quem nomeou Dilma para o Conselho de Administração da Petrobras. Foi ele quem nomeou Dutra e Gabrielli para a presidência da empresa expoliada. Foi ele quem indicou e nomeou Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento. Foi seu partido o grande beneficiado pelo desvio de recursos. Foi seu ministro chefe da Casa Civil, atual preso na Lava Jato, quem montou o esquema de compra de parlamentares, conforme já demonstrado e sentenciado no julgamento do mensalão. Não se entende, portanto, como é que esse cidadão ainda não foi sequer investigado. O que é que o protege? Por que a oposição não grita? Por que todas as vezes em que as investigações e as denúncias chegam perto de seu nome, as pessoas começam a pisar em ovos?
Temos agora um novo exemplo: o ministro Zavascki "autorizou" a PF a interrogar Lula como "informante". Em primeiro lugar, não consta que Lula exerça nenhum cargo que lhe conceda o privilégio de foro especial, por que então a necessidade de se pedir autorização a um ministro do Supremo? E por que não pode ser investigado, mas apenas ser interrogado como tetemunha - como quer o Procurador Geral - ou como informante, como determinou o ministro Teori.
Se o Molusco não pode ser investigado, é óbvio que mesmo tendo praticado uma enormidade de crimes contra a nação, não será jamais indiciado, muito menos se tornará réu ou será julgado pelo que fez ou pelo que se omitiu de fazer.
Se isso não acontecer, se perdermos a oportunidade histórica de acabar com a impunidade para uma determinada classe de pessoas, vamos continuar ainda por muitos anos, ou séculos, condenados a ser uma sub-nação constituída de sub-cidadãos atrasados e incompetentes.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Plano 1,2,3...4, 5 mil

O ministro Levy deixou de ser uma pessoa séria, no momento em que aceitou participar dessa patacoada a que deram agora o nome, ou apelido, de Plano 1,2,3. Pelamor de Deus, ministro, tudo, menos isso!

Ao lançar o "Plano 1,2,3...4, 5 mil, eu quero que a Dilma vá pra ponte que partiu" o ministro se colocou como co-participante dessa farsa que se pretende governo. Tudo bem, que o fato de ter aceitado fazer parte desse governo, por si só já o desqualifica um pouco. Mas, a seu favor, ainda havia a dúvida da boa-fé, do patriotismo que o teria levado a assumir essa árdua missão, a de tentar dar ao menos um rumo coerente a essa mixórdia de opiniões, tentativas, recuos, mudanças de direção, contradições, que se tornaram a marca desse não-governo.

Quando o ministro, ainda um economista sério, dizia que "não há milagres", que "a economia não vai se recuperar tão cedo", que as decisões que nos levaram ao caos eram "decisões primárias e equivocadas", isso era visto como uma posição coerente com sua formação, que o ministro se recusava fazer o papel de demagogo, que procurava dizer a verdade à população.

Porém, depois de quase ser defenestrado, ou de quase pedir demissão, reaparecer na TV com essa conversa de cerca-lourenço é demais! Quer dizer então que vai ser simples recuperar a economia brasileira! Basta reconhecermos que o modelo econômico anterior (no qual o governo do PT se refestelou e ganhou eleições uma atrás da outra, com seu populismo desvairado) deu errado, acabou, e agora vamos: 1) fazer o ajuste fiscal, leia-se, aumentar a carga tributária nas nossas costas; 2) retomar a confiança do mercado, leia-se abrir ainda mais as pernas para os bancos; 3) voltar a crescer em um novo modelo econômico sustentável e duradouro.
Se essa fórmula é tão simples, meu Deus, por que já estamos no décimo mês de governo e ainda não aplicaram a fórmula mágica? Estão esperando o quê? Que mais gente perca o emprego? Que mais famílias passem por dificulades? Que a inflação chegue a 1% ao mês? A taxa de desemprego (oficial) já é de 8,6%! Aplique já sua fórmula mágica, Levy! O país não aguenta mais esperar. Vamos!.. 1,2,3...4, 5 mil...

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Pátria Educadora

Mais uma! Esse fato revela o Brasil profundo, o país medieval que somos (e não só pela qualidade das nossas prisões, ouviu Ministro Dias Tóffoli?), com uma capa, um verniz bem fino, de "muderninade".
Pois bem, o assunto é esse:  qualquer empresa que desejar conceder uma bolsa de estudos aos seus empregados ao invés de ter beneficios, tem...mais custos! Sim, porque ao pagar a bolsa, terá que recolher sobre esse valor os encargos "sociais" do INSS. É espantoso? É ridículo? É um absurdo? É ilógico?
Se, por um lado, o governo transfere dinheiro público via FIES e outros programas, para as empresas privadas ligadas à educação, quer cobrar mais encargos quando é o dinheiro privado que está em jogo.
A lógica que não tem sentido, só pode ser entendida pelo raciocínio torto dos privilégios e concessões de que está cheio o Estado brasileiro. Quando, por artes nunca muto bem explicadas, os governos, ao invés de investir em mais escolas públicas, passaram a financiar escolar particulares esse ramo de "negócios" prosperou como nunca. O que mais cresceu no país nos últimos 30 anos, depois das igrejas evangélicas, foram as atividades de ensino, que passaram a ser corporações mutinacionais riquíssimas e poderosíssimas.
Quem as financia não é o bolso do pobre coitado do estudante ou de quem o mantém, mesmo porque o que se pode deduzir de gastos com a educação no imposto de renda é um valor ridículo, que mal cobre uma mensalidade da maioria das escolas particulares.
Quem as financia é o governo mesmo, ou seja, todos nós, quer tenhamos ou não filhos na escola, quer paguemos também de nosso bolso, ou não, as mensalidades escorchantes. E, tendo essa garantia de clientela cativa, as mensalidades podem subir à estratosfera. Não será uma meia dúzia de pais extenuados que vai acabar por desistir de pagar a escola pro filho, o que balançará o orçamento dessas escolas.
Enquanto isso, a escola pública vira uma sucata, que ainda existe só para fazer o papel de fachada "pra inglês ver".
Mas, porém, todavia e contudo, se ainda assim, neste sistema distorcido, alguma empresa movida por um força misteriosa inexplicável, quiser ajudar seus funcionários pagando-lhe os estudos, tome mais custos! A bolsa será considerada salário indireto e os fiscais do INSS irão cobrar a parte do leão. E ai das empresas que ingenuamente não recolherem esse tributo! A cobrança virá com autuação e multa e a empresa entrará para o rol dos "delinquentes" devedores do INSS, igualzinho aos bandidos que assaltam esses cofres todos os dias! Ou melhor, em condições piores, pois a maior parte desses bandidos está refestelada na impunidade.
Agora me digam se esse país não está escrupulosamente planejado para dar errado.

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