sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Pátria Educadora

Mais uma! Esse fato revela o Brasil profundo, o país medieval que somos (e não só pela qualidade das nossas prisões, ouviu Ministro Dias Tóffoli?), com uma capa, um verniz bem fino, de "muderninade".
Pois bem, o assunto é esse:  qualquer empresa que desejar conceder uma bolsa de estudos aos seus empregados ao invés de ter beneficios, tem...mais custos! Sim, porque ao pagar a bolsa, terá que recolher sobre esse valor os encargos "sociais" do INSS. É espantoso? É ridículo? É um absurdo? É ilógico?
Se, por um lado, o governo transfere dinheiro público via FIES e outros programas, para as empresas privadas ligadas à educação, quer cobrar mais encargos quando é o dinheiro privado que está em jogo.
A lógica que não tem sentido, só pode ser entendida pelo raciocínio torto dos privilégios e concessões de que está cheio o Estado brasileiro. Quando, por artes nunca muto bem explicadas, os governos, ao invés de investir em mais escolas públicas, passaram a financiar escolar particulares esse ramo de "negócios" prosperou como nunca. O que mais cresceu no país nos últimos 30 anos, depois das igrejas evangélicas, foram as atividades de ensino, que passaram a ser corporações mutinacionais riquíssimas e poderosíssimas.
Quem as financia não é o bolso do pobre coitado do estudante ou de quem o mantém, mesmo porque o que se pode deduzir de gastos com a educação no imposto de renda é um valor ridículo, que mal cobre uma mensalidade da maioria das escolas particulares.
Quem as financia é o governo mesmo, ou seja, todos nós, quer tenhamos ou não filhos na escola, quer paguemos também de nosso bolso, ou não, as mensalidades escorchantes. E, tendo essa garantia de clientela cativa, as mensalidades podem subir à estratosfera. Não será uma meia dúzia de pais extenuados que vai acabar por desistir de pagar a escola pro filho, o que balançará o orçamento dessas escolas.
Enquanto isso, a escola pública vira uma sucata, que ainda existe só para fazer o papel de fachada "pra inglês ver".
Mas, porém, todavia e contudo, se ainda assim, neste sistema distorcido, alguma empresa movida por um força misteriosa inexplicável, quiser ajudar seus funcionários pagando-lhe os estudos, tome mais custos! A bolsa será considerada salário indireto e os fiscais do INSS irão cobrar a parte do leão. E ai das empresas que ingenuamente não recolherem esse tributo! A cobrança virá com autuação e multa e a empresa entrará para o rol dos "delinquentes" devedores do INSS, igualzinho aos bandidos que assaltam esses cofres todos os dias! Ou melhor, em condições piores, pois a maior parte desses bandidos está refestelada na impunidade.
Agora me digam se esse país não está escrupulosamente planejado para dar errado.

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