sábado, 18 de julho de 2015

Agosto está chegando!

Todos sabem que o mês de agosto é um mês aziago para os políticos brasileiros. Pois Agosto está chegando e, apesar do frio aqui na planície, a temperatura política atinge o ponto de ebulição.
Todo mundo acusando todo mundo. Renan e Cunha, "aliados" do governo atacando-o em todas as frentes. Lula falando mal do PT. O PT falando mal da Dilma. O presidente do PT dizendo que o impeachment é democrático e o ministro da Justiça admitindo que mesmo tendo sido legais, as doações de campanha podem ter sido feitas com dinheiro sujo. O que é isso? deu uma crise de sincericídio nos políticos? Não. São os eflúvios de Agosto!
Agosto enlouquece os cães e os políticos. A hidrofobia corre solta, contaminando a tudo e a todos. Em, nesse salve-se-quem-puder as verdades vão pipocando aqui e alí. Melhor para nós, que essa roupa suja seja toda lavada em público. Assim, talvez, possamos ter a oportunidade de passar a limpo essa fase deletéria na maneira de fazer política neste país.
Não que eu acredite em uma súbita conversão desses agentes à ética e ao decoro. Isso não vai acontecer. Mas a questão é que, uma vez desmascarados e punidos, como nunca aconteceu antes, é de se esperar um efeito educativo e dissuasivo para os demais.
Em outras palavras, muita gente vai deixar de roubar, não por ter subitamente se tornado honesto, mas porque o risco será grande e não vai valer a pena. Esse efeito educativo é também multiplicador e se espalha de cima para baixo. É assim que as sociedades avançadas funcionam. Elas tem regras e quem não as respeita, não importa quem seja, recebe uma punição desencorajadora.
Pois agosto está despontando e vem trazendo essa onda, esse tsunami de denúncias e evidências do maior escândalo de corrupção do mundo. Que não fique pedra sobre pedra, o Brasil merece essa faxina.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A volta do que não foi

Rui Falcão, presidente do PT, disse em um ato de "defesa do mandato" da Dilma: 
“Não se esqueçam, companheiros e companheiras, que gritamos ‘Fora Collor’ e gritamos ‘Fora FHC’. E o ex-presidente Collor saiu da Presidência num processo legal, dentro da democracia, e é isso que eles pretendem fazer agora: expelir a Dilma dentro de um processo democrático.”
Que espanto! Se isso é defesa, coitada da Dilma, se fosse um ataque. Mas como na política ninguém dá ponto sem nó resta-nos procurar entender o significado oculto dessa fala.
A primeira conclusão é que Dilma agora está sozinha. Já foi abandonada pelo partido adotivo. O que ela tem a fazer agora é juntar os tarequinhos, fazer a trouxa, botar combustível na vassoura e cair fora.
A segunda, é que, uma vez descartado o volume-morto chamado Dilma, o PT vai tentar se livrar dessa herança maldita para ver se emplaca algum candidato em 2018, possivelmente com a volta do Exu de Garanhuns.
Rui Falcão não tem autonomia para falar para o partido dessa forma. Se o fez, foi com o aval, ou sob o mando da entidade-mor. Essa entidade já fez outras marolas, até atacou o PT, a corrupção do PT, a ganância por cargos, o distanciamento dos ideais, etc., etc., como se ele não tivesse mesmo nada a ver com isso.
Mas essa é a estratégia de Lula. É sempre a mesma. Não há a menor preocupação com a coerência ou a ética. Como bom sindicalista, Lula cuida de si e os outros que se danem. Desdiz hoje o que jurou ontem. Abraça quem dizia detestar. Despreza hoje quem abraçava ontem. Abandona os "cumpanhero" à sua própria sorte.Tudo depende da direção dos ventos do momento. Agora o importante é se descolar de Dilma para garantir a si uma sobrevida política. Isso porque o Exu crê que, mais uma vez, escapará incólume da Lava Jato, como escapou do mensalão e do caso Rosemary.
Será que a mágica dará certo de novo? De qualquer modo, ele pode até não reconhecer, mas é um morto-vivo político, um cadáver insepulto que ainda se arrasta pela cena política procurando manter o protagonismo, sem perceber que a fila andou. É um zumbi, um "walking dead".
Se ainda for candidato, será como reprise, na sessão da tarde, daqueles filmes de terror classe B, que além de não meterem medo em ninguém, chegam a ser tristemente ridículos.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Até quando, Dilma

Quousque tamdem abutere, Catilina, patientia nostra. Não é preciso se benzerem, não é "aula" de latim! É apenas a citação da frase famosa de abertura do primeiro dos quatro discursos que Cícero fez perante o Senado e o povo romano contra Lúcio Sérgio Catilina, que conspirava contra a República. Esses discursos ficaram conhecidos como "Catilinárias". E a tradução é: "Até quando abusarás, Catilina, da nossa paciência?".

E continua: "Ó tempos! Ó costumes! O Senado tem conhecimento destes fatos, o cônsul tem-nos diante dos olhos; todavia, este homem continua vivo! Vivo?! Mais ainda, até no Senado ele aparece, toma parte no conselho de Estado, aponta-nos e marca-nos, com o olhar, um a um, para a chacina... Oh deuses imortais! Em que país do mundo estamos nós, afinal? Que governo é o nosso? Em que cidade vivemos nós?

Parece que Marco Túlio Cícero escreveu isso para nós, para os dias de hoje, nessa terra brasilis. O cálculo da roubalheira descoberta na operação Lava Jato já chega a espantosos 52 bilhões conforme disse o presidente do COAF. E é uma conta por alto, estimada, devido ao fato de que muitas "operações" não puderam ser claramente detectadas. Afinal, eram profissionais os que operavam essas contas. Isso é quase dez vezes o que o Brasil cresceu em 2014 e representa quase a metade do valor de mercado atual da Petrobras. É dinheiro para "dar com o pau".

E esses senhores, tal como Collor ontem, vão pro Senado cuspir na nossa cara. Usam das prerrogativas do estado de direito e da democracia para escarnecer desse mesmo estado de direito e dessa mesma democracia.
A outra, a tresloucada, ainda quer se comparar a Tiradentes e sai atirando no delator (antes tão amigo) que, exatamente por ser delator, está dizendo a verdade. Está afimando e nos informando daquilo que já sabemos: que houve dinheiro sujo, roubado da Petrobras, a financiar a campanha e que, portanto, pela lei essa eleição teria que ser anulada. Ou isso vale, ou não vale, e então fica liberado para todos o uso de dinheiro ilícito em qualquer campanha. Fica liberado o vale tudo.

Temos um cipoal de leis nesse país e elas não valem quase nada. São feitas para valer apenas "para o andar de baixo". É por isso que a sociedade brasileira não acredita ainda que os larápios da Petrobras irão para trás das grades. Irão alguns, os peixes menos graúdos, mas a cúpula política, essa vem se mantendo a cavaleiro de qualquer problema.

E a presidenta ainda nos desafia: "Eu não vou cair. Venham tentar". Pois saiba, presidenta, que a paciência do povo é muito grande, mas um dia chega ao limite. Catilina abusou, desafiou, escarneceu, mas um dia caiu. Até quando, Dilma, terás a petulância de abusar da nossa paciência?

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