quarta-feira, 15 de julho de 2015

Até quando, Dilma

Quousque tamdem abutere, Catilina, patientia nostra. Não é preciso se benzerem, não é "aula" de latim! É apenas a citação da frase famosa de abertura do primeiro dos quatro discursos que Cícero fez perante o Senado e o povo romano contra Lúcio Sérgio Catilina, que conspirava contra a República. Esses discursos ficaram conhecidos como "Catilinárias". E a tradução é: "Até quando abusarás, Catilina, da nossa paciência?".

E continua: "Ó tempos! Ó costumes! O Senado tem conhecimento destes fatos, o cônsul tem-nos diante dos olhos; todavia, este homem continua vivo! Vivo?! Mais ainda, até no Senado ele aparece, toma parte no conselho de Estado, aponta-nos e marca-nos, com o olhar, um a um, para a chacina... Oh deuses imortais! Em que país do mundo estamos nós, afinal? Que governo é o nosso? Em que cidade vivemos nós?

Parece que Marco Túlio Cícero escreveu isso para nós, para os dias de hoje, nessa terra brasilis. O cálculo da roubalheira descoberta na operação Lava Jato já chega a espantosos 52 bilhões conforme disse o presidente do COAF. E é uma conta por alto, estimada, devido ao fato de que muitas "operações" não puderam ser claramente detectadas. Afinal, eram profissionais os que operavam essas contas. Isso é quase dez vezes o que o Brasil cresceu em 2014 e representa quase a metade do valor de mercado atual da Petrobras. É dinheiro para "dar com o pau".

E esses senhores, tal como Collor ontem, vão pro Senado cuspir na nossa cara. Usam das prerrogativas do estado de direito e da democracia para escarnecer desse mesmo estado de direito e dessa mesma democracia.
A outra, a tresloucada, ainda quer se comparar a Tiradentes e sai atirando no delator (antes tão amigo) que, exatamente por ser delator, está dizendo a verdade. Está afimando e nos informando daquilo que já sabemos: que houve dinheiro sujo, roubado da Petrobras, a financiar a campanha e que, portanto, pela lei essa eleição teria que ser anulada. Ou isso vale, ou não vale, e então fica liberado para todos o uso de dinheiro ilícito em qualquer campanha. Fica liberado o vale tudo.

Temos um cipoal de leis nesse país e elas não valem quase nada. São feitas para valer apenas "para o andar de baixo". É por isso que a sociedade brasileira não acredita ainda que os larápios da Petrobras irão para trás das grades. Irão alguns, os peixes menos graúdos, mas a cúpula política, essa vem se mantendo a cavaleiro de qualquer problema.

E a presidenta ainda nos desafia: "Eu não vou cair. Venham tentar". Pois saiba, presidenta, que a paciência do povo é muito grande, mas um dia chega ao limite. Catilina abusou, desafiou, escarneceu, mas um dia caiu. Até quando, Dilma, terás a petulância de abusar da nossa paciência?

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