quarta-feira, 22 de julho de 2015

O Cio da Odebrecht

Não escrevi errado. Não é CEO, é cio mesmo. A Odebrecht é um emblema de empreiteira brasileira. É uma gigante, como todas, mas não apresenta uma inovação, um avanço técnico, um ganho de produtividade, apenas repete, como todas, uma velha fórmula de "sucesso" que é o conúbio, o contubérnio, a mancebia, a relação incestuosa de uma organização privada com o Estado.
Retire-se o Estado brasileiro é o que é uma Odebrecht? Nada! Acaba-se a empresa. Para sobreviver não é necessário que seja competitiva, criativa, que tenha produtos de qualidade, gestão moderna, altos padrões de governança. Nada disso é necessário.
Ou seja, tudo aquilo que os manuais de empreendedorismo pregam que as empresas de sucesso devem ter é desnecessário ou até mesmo contraproducente no caso da Odebrecht.
A fórmula do sucesso aqui é outra. É a relação com os governos. É essa fórmula que lhe garante a conquista dos contratos vultosos sem o risco da concorrência; que lhe garante os sobrepreços que despejam os lucros exorbitantes no caixa da empresa, sem que ela precise se esmerar na administração para produzí-los.
E ela devolve algumas migalhas para os bolsos privados dos agentes do Estado. Assim são financiadas as campanhas políticas. Assim são enchidos os bolsos e as cuecas daqueles que foram eleitos para representar o povo, mas que representam sobretudo a si mesmos.
A Odebrecht e suas primas e irmãs estão sempre no cio, sempre prontas a cair nos braços do governante de plantão. Tanto que, nas campanhas não se fazem de rogadas, dão tanto para uns, como para outros. Dão pra todo mundo, pois não interessa o nome de quem ganhe, o que interessa é que elas estarão ao lado do vencedor, para continuar alimentando, sem saciar, a sua fome de dinheiro público.
Isso não é capitalismo obviamente. Não se trata de uma relação normal em uma economia de mercado. É um cartel e mais que um cartel, é uma organização criminosa, que, no caso, se juntou a outra organização criminosa, o petismo, para melhor continuarem a expoliar os bens públicos.
E, como organização criminosa, age nas sombras. Seu Ceo, ou melhor, seu Capo, está preso, mas insiste em tentar obstruir a justiça. Ele quer simplesmente anular todo o processo da Lava jato, como ficamos sabendo pelo despacho do juiz Sérgio Moro nesta semana. O homem despacha ordens da cadeia, tal como um Fernandinho Beira-Mar. Manda bilhetes ordenando a destruição de documentos. Faz listas, pretensamente cifradas, para ameaçar seus "comparsas"; promete ganhos aos que o ajudarem, inclusive, garantindo o bem estar (financeiro, obviamente) de suas famílias. É um espanto! E ficam todos pensando que nos fazem de idiotas. Não. Não é nada disso! As frases estão fora de contexto. FP não quer dizer Fernando Pimentel; AM não quer dizer Aloísio Mercadante; GA não significa Geraldo Alckmin; MT não é Michel Temer. ECunha não se refere a Eduardo Cunha e Lula não é Lula. O fato de as iniciais, ou mesmo os nomes por extenso, coincidirem com as iniciais e os nomes desses políticos é tão somente uma incrível coincidência! Dessas que só acontecem no Brasil.

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