segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Partidos são imunes à lei?

Essa é uma pergunta que muitos brasileiros se fazem. Temos visto na Lava Jato vários agentes políticos serem condenados, cumprirem penas, pagarem multas, terem que devolver dinheiro roubado dos cofres públicos, mas nada até agora aconteceu com  os partidos.
O PP, o PT e o PMDB fizeram parte da quadrilha, foram beneficiários do crime organizado, incharam seus caixas com dinheiro desviado dos cofres públicos , o que lhes coloca em posição vantajosamente desleal em relação aos partidos que obedeceram a lei.
No nosso ordenamento jurídico, entretanto, as razões para cancelamento do 
registro de um partido são só quatro:

I – recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – subordinação a entidade ou governo estrangeiro;
III – falta de prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – manter organização paramilitar.


Não há nada que fale sobre o recebimento ilegal de propinas, de dinheiro desviado dos cofres públicos ou de estabelecimento de caixa dois. A nossa legislação é "boazinha" com os partidos. Assim, não espanta que alguns dos mais importantes tenham se transformado em organizações criminosas. Criar um partido político, entre outras vantagens, tem aquela de tornar possível fazer ilegalidades legalmente. 

Na atual legislação os partidos quase que se tornam personagens inimputáveis, são imunes à lei. Uma das coisas que temos que corrigir no país é essa aberração.
A esquerdopatia vai chiar quando uma proposta dessas atingir o PT. Vão dizer que isso é antidemocrático, como sempre, se esquecendo, de propósito, que burlar as regras, que deveriam valer para todos, é o ato mais antidemocrático de todos.
Em um regime verdadeiramente democrático não há imunidades. Todos estão igualmente sujeitos à lei.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Por que Aécio perdeu?

Depois do PT, quem mais perdeu cacife político, nessas eleições, chama-se Aécio Neves.
Há 2 anos era candidato a presidente e teve uma votação expressiva, de quase 50% dos votos válidos. O que aconteceu de lá para cá?
Ora, se analisarmos bem, já em 2014, as nuvens políticas desenhavam o esboço da situação atual.  Minas Gerais, o seu estado de origem, não o apoiou. Isso diz tudo. A candidata Dilma, visivelmente muito menos preparada do que ele, sem articulação, incapaz de produzir uma frase com sentido completo, era para ter levado uma lavagem em Minas Gerais. Mas o que se viu foi ela saindo vencedora no estado. Pelamordedeus!

A partir daí, Aécio continuou sendo o mesmo Aécio, sem extrair dessa derrota nenhuma lição política. Sendo presidente do PSDB, o maior partido de oposição ao governo do PT, durante todo o processo de impeachment da incompetente, por incrível que pareça, não se ouviu sua voz. 
O senador Anastasia, seu maior aliado, foi o relator do processo; e onde estava Aécio durante todo aquele tempo? Vimos e ouvimos, o senador Magno Malta, o senador Caiado, o senador Medeiros, e até o senador Cristóvam Buarque, mas a voz de Aécio não se fez ouvir nesse processo.
Nas manifestações de rua, aconteceu o mesmo. Sobre a Lava Jato o mesmo silêncio. Sobre Eduardo Cunha, idem, sobre Renan, Fernando Collor e Sarney, a mesma ausência.  Recentemente, no quiproquó da PF fazendo busca e apreensão no Senado e o Renan atacando o poder Judiciário e chamando o juiz de juizeco, alguém pode dizer qual foi a posição de Aécio?

Será que ele pensa que, no tempo das redes sociais, a política ainda é feita no pé de ouvido, como no tempo de seu avô? Quem não fizer política ouvindo a voz do povo, dialogando com os movimentos sociais, estará condenado ao ostracismo. 
Vejam o exemplo do deputado Onyx Lorenzoni. Está participando de todos os processos, viajando, dando palestras, participando de audiências públicas, conversando com as pessoas, com os líderes dos movimentos, com a força tarefa da Lava Jato, procurando entender o momento e, como parlamentar, ajudar a encaminhar soluções. 
É assim que se deve comportar um político nos dias de hoje, se quiser ter legitimidade e representatividade em seu mandato.
Se é pra ficar escondido em Brasília, ou nas fazendas de Cláudio, é melhor então abandonar a política, porque a política já o abandonou.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Apocalipse político

A indignação contra a corrupção vai muito além do aspecto ético ou moral. Essa indignação é uma defesa do bolso de cada um. O ato de um corrupto não é em nada diferente aquele do batedor de carteiras, Aliás é diferente: a corrupção é pior. Enquanto o batedor de carteiras lesa as pessoas uma por uma, o corrupto lesa toda a coletividade, uma nação inteira, ao mesmo tempo. É um mega batedor de carteiras.

É por isso que não entendo as pessoas que querem fazer vista grossa às ações criminosas do PT. Não há ideologia que explique isso. Essas pessoas estão também sendo lesadas do mesmo modo, mas defendem os autores dos crimes. É uma atitude absolutamente irracional e, acima de tudo, estúpida!

Ir contra a corrupção comandada pelo PT não significa automaticamente sequer uma ruptura com a ideologia. Afinal, não há nada mais antissocial do que a corrupção endêmica. É uma negação total dos ideais de igualitarismo. É a prevalência absoluta do individualismo egoísta sobre o coletivismo.

Que alguns militantes defendam o partido, apesar de tudo, é compreensível, embora não desculpável, quando usufruem de algum modo das benesses de pertencer a esse grupo privilegiado, detendo cargos públicos nomeados pelo partido, recebendo incentivos financeiros como os da Lei Rouanet, etc. Fora isso, não há nada que explique ou justifique um cidadão achar bom que um partido monte um esquema de desvio de recursos públicos que vai tirar, de todos, os recursos para a saúde, para a educação, para a segurança pública, para investimento na infra-estrutura, que não fará um planejamento neutro das políticas públicas, que, enfim, destruirá a base da economia em nome de privilegiar interesses do partido acima dos interesses da nação.

O povo demora um pouco, mas aprende. O recado das urnas, nessas eleições municipais está dado. Um índice de abstenção e de votos brancos e nulos que varia de 32 a 41% dependendo da cidade, deve acender o sinal vermelho para os políticos, em especial, os do PT, que só conseguiu eleger um prefeito de capital. O povo está dizendo que se cansou. Até mesmo em Belo Horizonte, que, a meu ver, não fez a melhor escolha, o eleitor acabou por mandar também um recado: o prefeito eleito ganhou com o discurso do não-político.

Aquele que tem ouvidos, ouça. Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá (Apocalipse, capítulo 13!!!)

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