Facchin votou. Cármen Lúcia votou. E daí? Daí que esses dois votos devem entrar para os anais (nos dois sentidos) da história das mediocridades da Justiça brasileira.
Carminha já foi devidamente criticada por um ex-ladrão, ex-aliado do PT, ex-deputado, ex-mensaleiro, em termos de baixo calão, mas ela deu motivos. O voto dela também foi de baixo calão. Afinal, declarou, alto e bom som, que aquilo que estava sendo aprovado era inconstitucional, que a Constituição não admite "em hipótese nenhuma" a censura à liberdade de expressão, "mas"...apenas naquele caso...sabe como é... a gente deixa, né?
O que se deve dizer dessa contradição em termos, explicitada por uma agente do Estado, exercendo um dos mais altos poderes desta república bananeira? Não há mais nada a dizer. O Jefferson tropical já disse tudo.
Quanto ao outro voto, o Facchin também deu um show. Disse ele: "a disseminação de notícias falsas, no curto espaço do processo eleitoral, pode ter a força de ocupar todo o espaço público, restringindo a livre circulação de ideias."
- Quer dizer então que se restringe a livre circulação de ideias (falsas ou não) para proteger a livre circulação de ideias?
- Quem é que determina o que é verdadeiro ou não? Teremos agora um Ministério da Verdade, tal qual em "1984"? É o STE/STF que decide qual notícia é falsa e qual é verdadeira?