quarta-feira, 30 de maio de 2012

Chantagem como método

Lula, com sua esperteza batráquia, depois de sair ileso do episódio do mensalão por inépcia absoluta da oposição política, pensava estar blindado perpetuamente. Foi aí que se enganou. Com o ego inflado pela bajulação permanente (estado compensatório de um complexo de inferioridade raivoso que o faz o tempo todo se comparar a Fernando Henrique) acreditou-se dono da República, cidadão acima das leis, um Luís XIV de tamancos, ou um Napoleão retinto - para usar a alegoria de Chico Buarque. Pois foi fazer chantagem com ninguém menos que o ministro Gilmar Mendes, com cujas posições nem sempre concordo, mas, devo admitir, é um homem de coragem e que não foge da briga. O ministro, ao meu ver, só errou por não ter dado voz de prisão ao chantagista imediatamente. O caso se configurou como um crime de lesa-pátria. A tentativa de chantagear um ministro da Suprema Corte, membro de um dos poderes da Republica, e ainda com o objetivo de adulterar o rito de um julgamento dessa Corte, é talvez o mais grave de todos os cometidos contra as instituições em períodos de democracia. Não há como escapar, a lógica é insofismável: ou o ministro Gilmar é um louco mentiroso, ou Lula tentou chantageá-lo. No primeiro caso, o ministro devia ser afastado por demência, no segundo, a única ação possível é enfiar o ex-presidente na cadeia.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Lista dos réus do mensalão

Para que não esqueçamos, aqui vai a lista dos 39 réus no processo do Mensalão e uma pequena ficha corri..., digo biografia, de cada um.

Primeiro Escalão: 
1) João Paulo Cunha (PT) - na época era o presidente da Câmara. 
2) José Dirceu (PT)- era o min. Chefe da Casa Civil do gov. Lula, com gabinete dentro do Palácio do Planalto. 
3) José Genoíno (PT) era o presidente do PT. 
4) Sílvio Pereira (PT) - era Secretário-Geral do PT. 
5) Luis Gushiken (PT) - Secretário de Comunicação do gov. Lula 
6) Delúbio Soares (PT) - era o Tesoureiro do PT. 
7) Kátia Rabello - era Pres. do Cons. de Admin. do Banco Rural, envolvido até o talo no processo. 
8) Duda Mendonça - marqueteiro que fez a campanha de Lula 
9) Marcos Valério - publicitário - era o responsável pela distribuição do dinheiro. 
10) Roberto Jefferson - era presidente do PTB e membro da quadrilha. Por motivos ainda desconhecidos denunciou todo mundo. 
11) Bispo Rodrigues - era membro fundador da Igreja Universal. 
12) Valdemar Costa Neto (PR) - era membro do PL (agora PR), partido da "base aliada".


Segundo Escalão: 
13) Emerson Palmieri (PTB) 14) Zilmar Fernandes - sócia de Duda Mendonça 15) Cristiano Paz - sócio de Marcos Valério 15) Ramon Hollerbach - sócio de Marcos Valério 17) Henrique Pizzolato - diretor da Previ e do Banco do Brasil 18) Romeu Queiroz (PSB)- era membro da "base aliada" 19) José Borba (PMDB) - era membro da "base aliada" 20) José Roberto Salgado - era diretor do Banco Rural. 21) Simone Vasconcelos -era diretora financeira da empresa de Marcos Valério 22) Vinícius Samarame - era diretor do Banco Rural 23) Ayanna Tenório - era diretora do Banco Rural 24) Anderson Adauto - era Ministro dos Transportes 25) Rogério Tolentino - advogado de Marcos Valério - já foi condenado a 7 anos de prisão, perda dos bens e multa de R$ 2 milhões. 26) Professor Luizinho (PT) - confessou ter recebido dinheiro de Marcos Valério 27) Anita Leocádia - era assessora do então Deputado Paulo Rocha (PT) 28) Paulo Rocha (PT) 29) José Luiz Alves - era chefe de gabinete do Min. Anderson Adauto 30) José Janene (PP) - era líder do PP, partido da "base aliada" Terceiro escalão: 31) Geiza Dias dos Santos -receptadora 32) Pedro Henry (PP) - era deputado da "base aliada" 33) Pedro Corrêa 34) João Cláudio Genu 35) Enivaldo Quadrado - sócio da corretora Bônus Banval 36) Breno Fischberg - sócio da corretora Bônus Banval 37) Carlos Albero Quaglia - doleiro 

Para terminar:  38) Antônio Jacinto Lamas e 39) seu irmão Jacinto Lamas - por ironia da sorte o nome desses senhores já antecipava o que agora sabemos: é um lamaçal sem fim!

E, outra coisa, sabem por quê são 39 réus e não 40, como convém às boas histórias de ladroagem?
 É que o principal deles, o chefão, por circunstâncias políticas está de fora do julgamento. Porém não escapará ao definitivo: o grande julgamento da História.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A virtude na política

Confúcio, que viveu 500 anos antes de Cristo, dizia que a maior qualidade de um líder é a virtude. Um líder virtuoso traz bem-estar, harmonia e prosperidade para o seu povo; ao contrário, o líder sem virtude inevitavelmente leva o povo à ruina. Nesses tempos cínicos em que vivemos, pregar a virtude como qualidade política parece até uma piada ingênua. Mas, basta ver o resultado de todo esse cinismo está aí aos nossos olhos para se concluir o que Confúcio já sabia há milênios. Como é que pode uma nação, sendo liderada por um bando de criminosos cujos objetivos nada tem a ver com o bem público, ser bem sucedida? Isso é uma proposição logicamente impossível. Por isso, cedo ou tarde, o povo pagará a conta dos desmandos. E, quanto mais pobre e desvalido for o cidadão, maior parte do encargo lhe cairá às costas. Deveríamos acordar para o fato de que decência e honradez são absolutamente necessárias para o exercício da vida pública. Se queremos uma Política decente, temos que eleger políticos decentes. Não há outra maneira. Quero dizer, há; mas essas não são maneiras democráticas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Entranhas expostas

O que se esperava no caso Cachoeira está começando a acontecer. A cada dia, mais um fio do novelo aparece, expondo a quem quiser ver, e mesmo a quem não quiser, a podridão das entranhas da política brasileira. Pelo visto, o "organismo" está todo infectado. Não há órgão que escape.
Nesse submundo não se distingue mais quem é da oposição, quem é da situação. Aliás, nesse submundo, oposição e situação só tem sentido se se referirem a pertencer ou não pertencer à mafia. Estar ou não no governo é apenas um detalhe circunstancial.
O exercício da política nunca foi, em tempo e lugar algum, um exercício de santidade, mas o que nós, brasileiros, conseguimos produzir nessa matéria é certamente algo original, único, especial na história do mundo. Conseguimos abolir toda e qualquer ideologia! Como recentemente "profetizava" o prefeito Kassab: "o meu partido não é de direita, nem de esquerda, nem de centro". Realmente! Como já sabíamos, a ideologia - de qualquer cor, ou matiz -  há muito foi descartada e substituída pelos interesses pessoais dos mais mesquinhos e escusos. Cargos e funções nada mais são do que um grande balcão de negócios onde os políticos esfregam suas barrigas sebentas à procura de vantagens pessoais inconfessáveis.
Bem público? Isso é uma piada contada para trouxas como nós!
Entretanto esse nivelamento por baixo, essa equalização de mazelas, traz um enorme risco embutido. Foi em um caldo semelhante, embora até menos podre, que o nazismo floresceu na República de Weimar. Quando todos os agentes políticos estavam desacreditados, quando o sistema representativo não tinha mais nada a oferecer ao povo alemão, foi que os fanáticos nazistas viram sua grande oportunidade de chegar ao poder. Felizmente não temos no Brasil um grupo organizado à espreita de uma oportunidade, mesmo assim existe o risco e isso é demonstrado pela nossa história republicana de golpes e contragolpes nas constituições e na democracia. Não podemos brincar com fogo.
O que se espera agora, é que a população brasileira vá para as ruas e exija que se apure tudo e que os culpados sejam identificados, julgados e punidos. E banidos da vida pública. A começar pelo cadáver insepulto que já está se decompondo à vista da nação em pleno Supremo Tribunal Federal: o mensalão.

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