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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Entranhas expostas

O que se esperava no caso Cachoeira está começando a acontecer. A cada dia, mais um fio do novelo aparece, expondo a quem quiser ver, e mesmo a quem não quiser, a podridão das entranhas da política brasileira. Pelo visto, o "organismo" está todo infectado. Não há órgão que escape.
Nesse submundo não se distingue mais quem é da oposição, quem é da situação. Aliás, nesse submundo, oposição e situação só tem sentido se se referirem a pertencer ou não pertencer à mafia. Estar ou não no governo é apenas um detalhe circunstancial.
O exercício da política nunca foi, em tempo e lugar algum, um exercício de santidade, mas o que nós, brasileiros, conseguimos produzir nessa matéria é certamente algo original, único, especial na história do mundo. Conseguimos abolir toda e qualquer ideologia! Como recentemente "profetizava" o prefeito Kassab: "o meu partido não é de direita, nem de esquerda, nem de centro". Realmente! Como já sabíamos, a ideologia - de qualquer cor, ou matiz -  há muito foi descartada e substituída pelos interesses pessoais dos mais mesquinhos e escusos. Cargos e funções nada mais são do que um grande balcão de negócios onde os políticos esfregam suas barrigas sebentas à procura de vantagens pessoais inconfessáveis.
Bem público? Isso é uma piada contada para trouxas como nós!
Entretanto esse nivelamento por baixo, essa equalização de mazelas, traz um enorme risco embutido. Foi em um caldo semelhante, embora até menos podre, que o nazismo floresceu na República de Weimar. Quando todos os agentes políticos estavam desacreditados, quando o sistema representativo não tinha mais nada a oferecer ao povo alemão, foi que os fanáticos nazistas viram sua grande oportunidade de chegar ao poder. Felizmente não temos no Brasil um grupo organizado à espreita de uma oportunidade, mesmo assim existe o risco e isso é demonstrado pela nossa história republicana de golpes e contragolpes nas constituições e na democracia. Não podemos brincar com fogo.
O que se espera agora, é que a população brasileira vá para as ruas e exija que se apure tudo e que os culpados sejam identificados, julgados e punidos. E banidos da vida pública. A começar pelo cadáver insepulto que já está se decompondo à vista da nação em pleno Supremo Tribunal Federal: o mensalão.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A CPI do Lula

Como nunca antes na história desse país, Lula, durante seu governo, fez de tudo para inviabilizar as CPI's. Inverteu situações acusando de golpistas todos os que se batiam pelo esclarecimento da verdade; chegou mesmo a declarar, e não apenas uma vez, que o mensalão jamais existiu, que foi tudo uma invenção da imprensa burguesa que o queria fora do poder. Não é que agora, subitamente, ele surge convertido no paladino da ética e da moralidade! Aliás, reconversão, porque quando o PT ainda não tinha chegado ao poder, seus militantes pregavam alucinados em praça pública, com os olhos saltando das órbitas, exatamente essa mesma ética e essa mesma moralidade que fizeram questão de esquecer nos anos "dourados" do desgoverno de sua excelência o molusco.

Não se argumenta aqui que não deva ter CPI. Ao contrário! Seja quem for, e de que partido for, que tiver enlameado as mãos com os recursos públicos, comete, em minha opinião, um crime de traição à pátria e deve ser investigado, julgado e punido, se for culpado. E a punição, nesse caso de roubo de dinheiro público, deveria incluir a proibição pela vida toda de exercer qualquer outro cargo público, eletivo ou não. Nesse caso não estaríamos na situação esdrúxula de ter um Collor julgando colegas por corrupção.

Mas, voltando ao Desencarnado, o quê explicaria essa súbita reconversão aos padrões morais do recente chefe do chefe da quadrilha? Sendo, no bom e no mau sentido, o animal político que é, com certeza farejou sangue... e a possibilidade de ressurgir na arena política, ditando novamente as cartas e jogando areia no governinho de sua cupincha. Já que ela consentiu em defenestrar vários de seus (dele) ministros e vendo que sua influência no Planalto e nos rumos do governo tende a diminuir, a arena que uma CPI, ainda mais contra um líder da oposição, lhe propicia é mais do que Lula poderia desejar nesse momento.
Não interessa a ele que uma CPI possa explodir o governo Dilma no contrapeso, ou pelo menos paralisá-lo. Qualquer que seja o resultado do governo Dilma será bom pro Lula: se for um bom governo, foi ele quem indicou, se for mau, foi mau, apesar da ajuda dele. Pois é assim que pensam e planejam os nossos políticos. Estão pouco se lixando para o bem público e o povo é só massa de manobra.
O problema com essa estratégia é que não existe CPI controlada. Os interesses são tantos e tão conflitantes, os tentáculos do contraventor Cachoeira são tão amplos e a base aliada é tão grande e tão pouco santa, que muito provavelmente será envolvida nos escândalos e suas impressões digitais vão aparecer aqui e ali nos diversos "malfeitos" que certamente virão à luz. Nesse caso, não vai dar para Lula conduzir a CPI como uma farsa como é seu desejo. Podemos então ter o desmascaramento da maior quadrilha jamais vista em toda a podre história política desse país, cobrindo todo o arco ideológico e envolvendo todos os partidos. Mensalão vai ser fichinha!

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