quinta-feira, 9 de maio de 2013

Desabafo



Republico texto de Matê Mantovani, publicado originalmente no Facebook em 09/05/13. 



Estão confundindo FALTA DE CONDIÇÕES PARA O TRABALHO MÉDICO com falta de médico... A solução para termos médicos fora do eixo sul-sudeste e nas cidades do interior é a criação do Plano de Carreira para os médicos que prestam concursos públicos e, obviamente, a melhoria nas condições gerais de saúde pública, educação e segurança nessas localidades. 

O Plano de Carreira colocou promotores e juízes nas mais longínquas regiões do Brasil, sem que o Governo recorresse à importação de magistrados estrangeiros! Além disso, não adianta encher de médicos cubanos, se não houver acesso a medicamentos, instrumentos médicos de trabalho, exames diagnósticos laboratoriais e de imagem, leitos nos hospitais, técnicos de enfermagem, enfermeiros, etc. O médico precisa de recursos para trabalhar. MÉDICO NÃO É MÁGICO! 

Quando esses cubanos descobrirem que nesses locais não tem escola de qualidade para seus filhos estudarem, não tem água potável e saneamento básico; quando descobrirem que nos Hospitais e Postos de Saúde faltam os recursos mínimos para o exercício da medicina, que as condições de trabalho são extenuantes e desumanas, que as estradas são perigosas e mal-conservadas, que falta segurança e a violência os ameaça, que há dificuldade de deslocamento para os Congressos e outros Cursos de Reciclagem Médica, que as Prefeituras não pagam os salários prometidos, e o que pagam é sempre com atrasos; quando eles começarem a ficar 2-3 meses sem receber um centavo; quando morrerem pacientes em seus braços por falta de recursos para o atendimento e "salvamento"; quando precisarem escolher quem vive e quem morre limitados pela carência de vagas nos centros cirúrgicos e nos CTIs; quando descobrirem que estudaram tantos anos para não conseguirem exercer um trabalho digno e de qualidade; quando forem ameaçados pela população em sua angustiante espera diante da excessiva demanda para o limitado atendimento; quando se sentirem responsabilizados por uma carência da qual não têm culpa, e ainda verem o Governo deixando entender ao povo que o problema da saúde pública não é a falta de investimento mas a "falta de vontade e solidariedade" dos médicos; quando se sentirem enganados e injustiçados; e, finalmente, quando perceberem a furada em que se meteram, o que irá acontecer? Vão nos importar médicos somalianos, nigerianos, burundianos??

Por que o Governo brasileiro não faz as coisas do jeito certo? Porque essa é uma medida superficial e eleitoreira. Não visa o bem-estar do povo, não objetiva a melhoria do SUS. O Governo sabe muito bem que a solução para essa carência passa por profundas mudanças nos investimentos em Saúde Pública e na valorização dos profissionais de saúde, o Governo também conhece os benefícios dos Planos de Carreira para as profissões que prestam serviços essenciais ao povo. Mas medidas de qualidade custariam a ele tempo e dinheiro. Essa é mais uma medida barata, populista, irresponsável e ineficaz, que visa enganar o pobre brasileiro. Mas é também a medida que vai conquistar a simpatia e os votos dos desavisados...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Aprenda Dilmês primitivo. É de graça!

Se você tiver interesse em aprender a falar o Dilmês, não tem problema. O idioma é muito fácil. 
Em primeiro lugar, desconecte o Tico do Teco e vice-versa. Você já está preparado então para pronunciar as primeiras frases em Dilmês.
Use a expressão "no nosso guverno" em qualquer contexto. Pode ser iniciando uma frase, no meio ou no fim. "No nosso guverno" ajuda a contextualizar a próxima asneira que será dita, além disso, reafirma sempre que há dois presidentes no Brasil: ela e ele, o inefável!
Terceiro: pegue qualquer coisa que possa parecer importante, ou que seja do interesse especial dos despossuídos e diga que isso foi feito, ou criado, "no nosso guverno".
Mas, cuidado, não deixe as frases fazerem muito sentido. No meio do raciocínio (se é que se pode chamar de raciocínio) mude abruptamente de rumo. Tá falando da seca no nordeste? Emende com conclusões como "a invenção da caxirola" que vai projetar o país no cenário internacional. Tá falando do papa? Diga que apesar de o papa ser argentino, "nosso guverno" não vai deixar eles ganharem a copa. Esqueça esse negócio de frase com sujeito, predicado e complementos. Isso é coisa ultrapassada. Quer ver exemplos?:

  • "Eu enviei para o Congresso quando vetei a medida, aliás, vetei parte da Lei dos Portos, dos Portos não, dos Royalties, e era do Petróleo, que mudava os contratos para trás"
  • "A MP que define essa parte, essa parte dos royalties que é royalties, participações… essa parte da lei, aliás royalties, participações especiais e os recursos do pré-sal, destina à educação… essa lei, ela está parada porque ela está sub judice."
  • "Todos os países para caminharem e caminham mais rápido quando há consenso, quando se constrói consensos. Consenso é algo que tem que ser construído, então caminha melhor.
E para finalizar, essa pérola:
  • “No que se refere à seca, só tem um jeito. O homem e a mulher têm de teimar”
Entendeu? Nem eu. Mas o idioma Dilmês é só para ser falado, não é para ser compreendido. Entendeu agora? Tá aprovado!

Exército do B

Tudo indica que, em silêncio vai sendo posto em prática um plano de implantação de um regime autoritário (para dizer o mínimo) no Brasil. Não é paranóia, nem teoria conspiratória. Basta ver os sinais e interpretá-los à luz de uma inteligência mediana.
Já não é a primeira vez, que o PT insiste em censurar a imprensa, chamando essa censura de "controle social da mídia". Pois bem, cara-pálida, controle já sabemos que desejam, mas o "social" é de quem? "Social" significa "do partido". O partido já se identificou com o "social". Quem é contra o partido é contra o "social". Daqui a pouco, tal como Luiz XIV, o partido se identificará com  o Estado e, então, quem for contra o partido, estará sendo contra o Estado. Esse processo de identificação com o Estado (na verdade apropriação indébita do Estado) já está avançado, via aparelhamento das instituições. Mais alguns passos e o Estado estará todo nas mãos do PT.
O segundo passo, foi a  tentativa de submeter o poder Judiciário ao Congresso. E o Congresso é dominado, cooptado ou comprado, por quem? Essa tentativa de submissão do poder Judiciário não foi só uma retaliação pelo resultado do julgamento do Mensalão. Ela se presta a interesses ainda muito maiores.
A terceira manobra está nas ações da tal Força Nacional de Segurança Pública. O governo simplesmente decidiu que pode enviar a tal Força Nacional para intervir nos Estados sem sequer consultar os respectivos governadores. Para isso emitiu um decreto presidencial em março, que passou desapercebido por todo mundo.  Nesse decreto há uma cláusula que libera o emprego da Força em qualquer parte do território nacional por simples pedido de ministro de Estado. 
Essa Força Nacional está se parecendo mais com uma milícia, uma guarda pretoriana da presidenta, um exército número dois. Na Alemanha nazista as SS foram mais ou menos uma Força Nacional que se colocou acima do próprio exército alemão (a Wehrmacht). O ministro da Justiça informa, com muita candura, que o pacto federativo não será ferido pela iniciativa! Como não? Um ministro mequetrefe qualquer, a mando da mandona, decide "pedir" a intervenção em algum Estado por motivos que não hão de faltar e o governador desse Estado fica igual a marido traído. Se isso não fere a Federação, não sei o que mais poderia ferí-la.
Esse decreto já está valendo! Senhores Governadores, está na hora de tomarem uma posição em defesa da Constituição e da autonomia dos Estados.

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