quarta-feira, 24 de julho de 2013

Preconceitos de unhas afiadas

Agora que as atenções já se desviaram do caso Rosemary e os protestos de rua amainaram, o Desencarnado resolveu abrir de novo o "falador" e vem despejar mais dejetos nos nossos ouvidos com aquela voz de coruja empalhada e agourenta.
Mais uma vez ele ameaça! Vai colocar as unhas de fora novamente, como se algum dia, as tivesse recolhido. Em primeiro lugar confessa que a Dilma não é a Dilma. A Dilma é ele. Ela apenas empresta o corpo, quem atua é o esprítio obsessor que não se afasta dela nem a poder de exorcismo. Como disse: "Eu acho que a gente tem que dizer que a Dilma não é nada mais do que uma extensão da gente lá". Mais claro é impossível! Ouviram petralhas? Ouviu base aliada? Nem tentem se rebelar porque quem manda é ele!
Depois volta a bater na velha tecla de que todo mundo tem que concordar com ele e seu partido, senão ... é preconceito! Ou seja, não pode haver oposição no país, nem mesmo essa mínima oposição que se agacha de medo perante o PT. Quem for oposição à Dilma é preconceituoso!
Contra ela porque é mulher e contra ele porque ele é nordestino, ex-pobre, ex-operário, ex-sindicalista. Não importa se muitos dos que hoje o criticam (quando seu partido ainda é o todo-poderoso), o apoiavam quando ainda não tinha chegado ao poder. Ou seja, antes eles não eram preconceituosos, agora são. O inverso também vale. Sarney, Maluf, Renan e tropa antes eram preconceituosos. Depois que aderiam ao lulismo, ou melhor, depois que o lulismo aderiu a eles, deixaram de ser.
Como Lula não conhece a língua portuguesa, fica difícil explicar a ele que preconceito é um conceito formado ANTES, formado sem se conhecer o objeto. Depois que se conhece só pode ser conceito mesmo.
Eu mesmo tinha um preconceito sobre o Lula, tanto que votei nele. Pensava que ele e seu partido representariam uma mudança para melhor no país. Pensava que resgatariam a ética na política. Os fatos revelaram o quanto errado era o meu preconceito. E hoje o conceito que faço dele não dá nem para escrever aqui sem perder a elegância.

domingo, 21 de julho de 2013

Bode expiatório

A grande falácia orquestrada pelo governo Dilma e repetida à exaustão pelos militantes é que a solução para os problemas da saúde no Brasil está na mão dos médicos.
Quando os protestos bateram forte nos gastos exorbitantes com a Copa e o compararam com a situação dos hospitais, exigindo o padrão-Fifa para a saúde, a saída que o governo encontrou foi "concordar" com as ruas e procurar um "culpado". Esse culpado, obviamente, não é o próprio governo, nem essa classe política indigente que temos no país. Eles não são nunca culpados de nada. 
Sendo a questão da saúde um ponto sensível para o povo,  onde as ações e omissões dos governos ficam mais rapidamente expostas e dão manchetes na mídia,  foi nessa área que os marqueteiros aconselharam o governo a jogar suas cartas. 
Aí ficou fácil. Quando se fala em saúde, o símbolo arquetípico que imediatamente surge nas mentes é a figura do médico, aquele ser meio místico, poderoso, que detém um conhecimento iniciático, capaz de curar doenças, sanar as dores, ou até piorá-las,  salvar vidas, ou deixar que elas se percam. O médico, nas sociedades primitivas, equivale-se ao curandeiro, ao feiticeiro e ao sacerdote. É ele quem faz a comunicação com as forças espirituais da vida e da morte.
Aproveitando-se do fato de que esse arquétipo, mesmo que inconsciente, continua presente nas sociedades ditas modernas, se o tratamento da saúde das pessoas não está bom, a quem seria mais fácil atribuir a culpa?
Não se leva em consideração que ações de sáude pública são complexas, exigem investimento de curto, médio e longo prazo, exigem planejamento, mudanças de paradigmas e até mudanças culturais (lembremo-nos da guerra da vacina). Não se leva em conta que essas ações exigem um trabalho cordenado de governos em todos os níveis e que somente o Estado tem condições de leva isso a cabo. 
Mas, não. Fica muito fácil eleger a figura de branco como o responsável pelo estado de calamidade que se encontra a saúde no país, apesar de até recentemente o Lula ter dito que a saúde no Brasil estava próxima da perfeição
Todo mundo sabe que faltam médicos no país, porque, dependendo de qual seja o nosso ideal de atendimento realmente faltam. Na Alemanha o padrão é de 3,3 médicos por mil habitantes, nos EUA é 2,4, no Japão é de 2,0. No Brasil, atualmente, é 1,9. Não estamos tão longe assim.
Todos sabemos que a presença dos médicos está concentrada nos grandes centros urbanos do Sudeste. Não só de médicos, mas também de profissionais de qualquer outra área. A pergunta que cabe aqui é: por quê ocorre esse fenômeno? Por que os profissionais de nível superior de qualquer área não migram para os grotões e preferem se concentrar nas grandes cidades?
A resposta que vale patra os médicos, vale também para os enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas, advogados, contadores, economistas, professores, engenheiros, etc., etc.
O que não se diz, o que se omite por má-fé,  é que a causa principal da ausência de assistência à saúde na maior parte dos grotões brasileiros se deve à incúria do próprio Estado, quer no nível federal, estadual e municipal.

Os médicos contratados pelas prefeituras, pelos "maravilhosos salários" que apregoam, são diuturnamente desrespeitados, não tem vínculo empregatício, não tem direito a FGTS, seus contratos são burlados, recebem pagamentos com atraso ou às vezes nem os recebem. Os postos de saúde capengam sem recursos, estão inflados de parentes e correligionários dos políticos locais, que são os que mandam no posto.
Não há possibilidade de fazer um simples raio-x, um examo de laboratório demora semanas. E mesmo que o médico esteja presente, mesmo que consiga diagnosticar só com o exame clínico, colocando até a sua reputação em risco, como tratar o paciente sem a mínima infra-estrutura?

E não se precisa ir aos grotões da amazõnia ou do nordeste para ver isso. Em qualquer estado do sudeste, basta entrar nos hospitais públicos que se vê o aglomerado de pessoas sendo atendidas em macas nos corredores. 

Isso já foi dito à exaustão. Não é necessário repetir. Mas o governo insiste que a solução está na mão dos médicos e coloca a sociedade contra toda a classe ao divulgar meias-verdades. Isso é terrorismo. Isso é vandalismo. A sociedade tem que repelir mais essa mentira porque somente quando a verdade ficar escancarada cruamente é que teremos dado o passo inicial em direção à solução dos nossos problemas. 


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Lula ensina aos gringos

Lula trocou os discursos inflamados da carroceria do caminhão pela tribuna do "The New York Times". Aliás, trocou não. Ele agora "escreve" no maior jornal da terra do Tio Sam sem descer dos caminhões. Não deixa de ser surreal. 
Diante do maior fenômeno de manifestação política no Brasil, o sindicalista, que sempre pegou carona ou liderou todos os protestos desde o fim da ditadura militar, não teve nada a dizer ao seu povo, ao povo do qual ele foi presidente até recentemente (e ainda continua através de sua gerenta), ao povo que lhe deu uma popularidade histórica mesmo no final de mandato. Pois a esse povo ele não teve nada a dizer e foi se esconder na África.
Mas tem a dizer aos americanos e aos demais louros de olhos azuis responsáveis, segundo ele, pela crise que o mundo vem atravessando. Professoralmente, Lula revela ao mundo que a causa das crises políticas em toda parte é porque "a sociedade entrou na era digital e a política permaneceu analógica". 
Lula poderia ter sido um pouco mais magnânimo com a inteligência dos seus leitores, daquém e dalém mar, e explicado melhor, por exemplo, o que seria uma política digital..! Não seria o caso, pelo que se sabe, de os deputados, senadores, ministros de Estado, assessores, secretárias, chefes de gabinete, passarem a usar tablets, smartphones, notebooks, etc. Todos usam esses "gadgets" e mais alguma coisa. Seria então o caso de ensinar-lhes a usar planilhas de excell e powerpoint para fazerem as suas apresentações nas campanhas eleitorais e nas discussões dentro do Parlamento, não para votarem o que o povo quer, mas para convencer o povo a querer o que eles querem votar. Nesse caso, Dilma terá perdido uma bela chance de dar o grande salto digital da sua política, quando quis nos convencer a aceitarmos uma Constituinte, um plebiscito e a importação de médicos meia-boca, como a solução milagrosa para um problema imenso de incompetência, negligência, incúria, prevaricação, roubalheira e má-fé. Tivesse ela migrado para a tal "politica digital" não ficaria falando sozinha, segundo se pode deduzir do texto do "genial articulista" do The New York Times.
Outro ensinamento que se colhe da aula-magna lulista é que o PT precisa se renovar. Verdade? Será que ainda dá tempo? Lula deve saber, pois é o dono do partido desde que o partido existe e nada fez até agora para que esse partido se renovasse, abandonasse as práticas de corrupção, as alianças espúrias e voltasse a ser aquilo que fingia ou pretendia ser há 20 anos. Lula teve essa chance em 2005, quando disse ter sido traído e que não sabia de nada. Naquele momento, ele teria no mínimo o crédito do benefício da dúvida. Mas o que fez de lá para cá? Confabulou contra o Supremo, tentou aliciar pelo menos um dos ministros que o denunciou de público, negou fatos, escondeu-se e calou-se todas as vezes em que sua palavra poderia ter sido esclarecedora.
Algum dia, a tolerância da mídia e do povo iam se acabar, como parece que agora acabaram. A Lula, só resta falar para os gringos.




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