segunda-feira, 15 de abril de 2013

O algoz e a vítima

Geraldo Thomas enfia a mão debaixo da saia de Nicole Bahls, atriz-comediante do "Pânico", e diz que "Vem uma menina, de (praticamente) bunda de fora, salto alto de 'fuck me', seios à mostra, ..." 
Pior que isso, alguns "intelequituais" saem em defesa de...Gerald Thomas! Afinal, isso teria sido apenas uma contra-provocação da parte dele, uma provocação preventiva contra a provocação do "Pânico".
Acho esse programa uma coisa  de extremo mau gosto, mas isso não dá a ninguém, nem mesmo a Geraldo Thomas o direito de agredir sexualmente uma mulher. Digam o que disserem, foi uma agressão. Segundo o colunista da Folha, Tony Goes, quem critica Thomas está sendo "careta e mal-humorado". Tá bom, Tony, melhor ser careta e mal-humorado, mas respeitar o direito dos outros, que ser deslumbrado com as babaquices de quem quer se quer passar por intelectual sendo apenas escandaloso. Ser intelectual, Tony (ou será Antônio?),  exige aplicação, estudo, esforço; muito mais esforço do que para ser apenas "performático".
Na outra ponta do desvario-que-assola-esse-país, temos o ridículo ministro Gilberto de Carvalho vir defender o assassino do rapaz de 19 anos, Vitor Hugo Deppman, como se ele fosse a verdadeira vítima. "é preciso dar mais atenção aos jovens, melhorar a escola, etc." Sim, é preciso e muito, melhorar a escola. Sim, mas onde estão as ações  de um governo que está há 10 anos no poder, para melhorar a escola? E o que isso tem a ver com a criminalidade que anda solta e alimentada pela "indústria da menoridade"? Leiam (aqui) o artigo de João Ubaldo Ribeiro que foi publicado ontem no Estadão. Alí está uma radiografia do uso de delinquentes menores pelo tráfico de drogas. O quê o governo brasileiro faz de sério para combater esse crime organizado?
Ao final das contas está tudo invertido. Somos nós que ficamos presos dentro de casa e pisamos na rua com medo, somos nós que pagamos as contas e sustentamos essa canalha, somos nós que votamos e os elegemos para as sinecuras dos mandatos, aos quais se agarram com unhas e dentes e  não deixam nunca mais. E, somos nós, os caretas mal-humorados, os algozes. Eles, sejam maiores ou menores infratores, é que são as vítimas.

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