sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Pós-democracia: a era dos palhaços.

Hoje um "clown" tomou posse na (ainda) nação mais rica e poderosa do mundo. Os palhaços entretanto podem ser bem perigosos. A aristocracia alemã, nos anos 20, ria-se de Hitler e de seus seguidores de camisas pardas. Considerava-o, com todo aquele histrionismo, apenas um palhaço.
Mussolini, nos palanques fazendo caretas, também era considerado pelos bem-pensantes, apenas um jocoso jornalista que, por acaso, havia ascendido na política e que não iria longe.  Deu no que deu!

É obvio que a situação hoje é diferente. Por mais ridículo que seja, Trump não manipula uma estrutura partidária e as instituições americanas não estão fragilizadas como na República de Weimar ou na Itália dos anos 20. Mas não deixa de ser significativo que esse novo "clown" tenha sido eleito justamente em uma era em que se sobressaem líderes da extrema direita, como Marine Le Pen, na França, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán,  Norbert Hofer, do Partido da Liberdade, na Áustria, o próprio Nigel Farage do UKIP no Reino Unido. Em outros países europeus há um claro avanço desses partidos, que, de um modo ou de outro, desprezam a democracia representativa.

O processo começa com o desencanto. O eleitor está cansado de ser enganado pelos que deveriam ser seus representantes. Os votos então oscilam entre líderes populistas sem significado político (como o palhaço Tiririca no Brasil) e votos nulos, em branco e abstenções. Isso facilita o acesso ao poder desses partidos pós-democratas (digamos assim). Com 20 ou 25% de apoio na população eles conseguem a maioria dos votos válidos facilmente e, de imediato, estão encarapitados no poder, absolutamente dentro das regras democráticas.

No Brasil estamos sujeitos a viver uma situação semelhante. Ninguém acredita mais nos políticos tradicionais. Além de não representarem os interesses da população, os partidos e seus agentes demonstraram que o único interesse político que tinham era o do enriquecimento pessoal ilícito. É um ambiente de terra arrasada no qual chegaremos a 2018. A grande pergunta que se faz é: em quem vamos votar em 2018? Quem escapará da devassa da Lava Jato? É um momento histórico de inflexão: ou teremos a sorte de aparecer um grande líder político que levaria o país aos caminhos da recuperação moral e econômica, ou (o mais provável) vamos eleger um novo palhaço, um novo Jânio Quadros, um novo Collor ou coisa pior.

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