sexta-feira, 3 de março de 2017

O ser humano

Há momentos em que se chega a concordar com os filósofos pessimistas, como Schopenhauer, que não acreditam no ser humano. Nossa espécie é dentre todas, a que mais males causa si mesma e às demais. Nós nos agredimos o tempo inteiro, impomos a nós mesmos e aos nossos semelhantes, sofrimentos absolutamente sem sentido e desnecessários e, basta o controle social afrouxar um pouco, transformamo-nos em bárbaros selvagens. 

Em nome de um deus qualquer, mutilamos, decapitamos, queimamos na fogueira, tal como fez a Igreja na Idade Média ou faz hoje o Estado Islâmico. Em nome de uma filosofia qualquer, mandamos milhares aos fornos crematórios, submetemos crianças a experimentos "científicos", segregamos famílias e amigos, como se fez e ainda se faz no tráfico de escravos, ou nos regimes salvacionistas do nazismo e do comunismo.

Em escala menor, mais próxima de nós, acontece um fenômeno assustador que confirma todo esse pessimismo:o ex-goleiro Bruno, condenado pelo assassinado brutal de sua amante, foi recebido como celebridade em Sete Lagoas, depois de sua libertação. Mulheres se aglomeraram na porta da delegacia, ansiosas por tirar "selfies" com ele! O que é isso? Que fenômeno é esse? Francamente, não consigo entender.

Outro absurdo é o massacre de macacos por populações assustadas com a febre amarela. Não só estão perseguindo e matando macacos perfeitamente sadios, como ainda os submetem a rituais de tortura! Isso é demais! A polícia militar está sendo obrigada a intervir para tentar impedir esses crimes hediondos. A invés de se revoltar contra os políticos que fizeram com que a saúde pública nesse país chegasse a esse ponto, essas populações atacam quem nada tem a ver com a história.

Meu pai, que era um outro pessimista, nunca acreditou na espécie humana, com exceção de um ou outro indivíduo. Dizia ele que o ser humano é um projeto fracassado; que, se Deus existisse (ele era ateu) devia ter muita vergonha de sua obra. Eu, que sou um incorrigível otimista, nessas horas chego a concordar com ele.

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