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terça-feira, 13 de março de 2012

E viva o PIBinho!

Como disse o Dep. Roberto Freire em seu blog, o ministro Guido Mantega passou o ano de 2011 exaltando o primeiro PIB do governo Dilma, que, segundo ele, ia ter 5% de crescimento. Agora, na hora da verdade, em que o crescimento do PIB foi um fiasco de 2,7%, o mesmo ministro Guido Mantega vêm eufórico à televisão dizer que o PIB foi excelente, que o governo errou por pouco, que a previsão anterior era de 3%, blá, blá, blá...
Pergunta-se: o ministro mentiu antes, quando já sabia que o crescimento do PIB não ia passar de 3% mas continuava dizendo que ia ser 5%, ou mente agora quando tenta fazer um número parecer o que não é?
O Dep. Freire desmonta toda a argumentação ufanista ao apresentar os números tais como são. Demonstra que mesmo o crescimento de 2,7% se deveu principalmente ao agro-negócio que cresceu 3,9% enquanto que a indústria em geral cresceu só 1,6% e a indústria de transformação (excluindo as commodities) cresceu somente 0,1% ou seja, nada! E os dados de janeiro de 2012 confirmam o pior, a desaceleração dessa atividade econômica.
A presidenta, em seguida, vai à Alemanha destemperar os europeus acusando-os de culpados pelo pífio desempenho brasileiro com o "tsunami" de moeda estrangeira invadindo o Brasil. A quem ela quer enganar? Aos europeus é que não é, mesmo porque eles estão suficientemente preocupados com seus próprios problemas e não estão nem aí para as bobagens que essa ex-militante terceiro-mundista fala ou deixa de falar.
Se não é incapacidade de entender a situação, é má fé mesmo. Todo e qualquer ser pensante sabe que a enxurrada de dólares ao Brasil decorre de um único motivo: a nossa belíssima taxa de juros. Enquanto lá fora o capital especulativo é remunerado de 0,5 a 2% AO ANO, aqui pagamos oficialmente 0,8% AO MÊS! E essa mesma belíssima taxa de juros é um dos entraves ao crescimento industrial. O outro ponto que explica o pífio crescimento é o que em tempos de globalização o custo Brasil fica cada vez mais escancarado. Nossa indústria (especialmente a de transformação que produz mais valor agregado e deveria ser incentivada) não é competitiva lá fora devido ao custo Brasil, representado pela imensa e escorchante carga tributária, pela baixa produtividade devido à mão-de-obra despreparada e de baixa escolaridade, pela ineficiência estatal e pela precariedade da infraestrutura. Enquanto não somos competitivos os chineses nos dão um banho.
A transferência de renda do governo Lula, utilizada como cabo eleitoral, já se completou, portanto a classe média emergente já emergiu o que tinha de emergir. O país entretanto continua sem mercado interno forte e por isso tem que exportar o seu excesso produtivo ou então parar de crescer. É o que estamos vendo. Isso nada tem a ver com tsunamis cambiais ou protecionismo europeu.
D.Dilma e Sr. Mantega, podem continuar a sobretaxar o capital estrangeiro que o PIBinho de vocês não vai nem mexer. Seria interessante voltarem seus esforços para reabilitar a nossa abandonada infraestrutura e para executar um plano de investimentos consistente, isso sim é que seria governar de fato. Mas, parece que nesse desgoverno isso é um sonho impossível. Vamos nos acostumando com Pibinhos.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Feliz Ano Velho?

Todo mundo começou o ano com um pé atrás. Ressabiados, não projetamos para 2012 as esperanças radiosas com que costumamos saudar a passagem de ano. Ainda nos desejamos "Feliz Ano Novo", mas sem aquele ímpeto, aquela vibração que se originava da quase certeza que tudo iria melhorar. Não bastassem as ameaças esotéricas, a situação da economia europeia e americana se projeta sobre 2012 como uma sombra ainda mais forte e mais ameaçadora do que o calendário maia.
Alguns economistas simplesmente estão "pirando" e prevendo realmente o caos, o fim do mundo. Será que sempre foi assim na história de humanidade? Sabemos que crises sempre existiram e elas coincidem com o esgotamento de um ciclo econômico e, antes que um novo modelo seja implantado, vive-se uma espécie de caos, de vale-tudo. Portanto em alguns micro-universos o fim de um ciclo pode representar realmente o fim de um mundo particular.
O que está sendo novidade agora talvez, o que ainda não tínhamos visto, é esse caos generalizado, globalizado, afetando a economia mundial como um todo e em velocidade muito maior do que os acontecimentos anteriores. O fim da hegemonia européia, da qual a americana era apenas uma continuação deslocada geograficamente, é o fim de um mundo particular. Um mundo cheio de defeitos como qualquer outro, mas que trouxe pela primeira vez na história da humanidade, para o palco central, valores como a democracia, direitos humanos, respeito ao indivíduo, limitação ao poder do Estado, e, como cereja do bolo, o conceito de bem-estar social. Não se pode negar que nesse mesmo caldo de cultura proliferaram cânceres como o nazismo, o racismo, a intolerância e a xenofobia, mas pode-se dizer que tudo isso foram desvios e o que prevaleceu foram valores humanistas acima de tudo.
O eixo econômico se desloca agora para a Ásia, onde a tradição democrática é restrita, circunscrevendo-se ao Japão e à Índia, mas todos os dois com democracias recentes, de pouco mais de 50 anos, o que em termos históricos é muito pouco.
Os demais países da Ásia, destaque principalmente para a China, nunca tiveram tradição de democracia, participação popular, oposição política e liberdade de opinião. Sem esses valores a questão do desenvolvimento econômico fica também comprometida, pois sem a liberdade criativa e sem a liberdade de empreender, a economia vai girar apenas do modo que os governos autocráticos decidirem, o que não significa que irão escolher o melhor, o mais eficaz, ou o mais produtivo.
Se o capitalismo ocidental que era visto como um sistema selvagem e desumano que só obedecia às leis de mercado e procurava o lucro acima de tudo, conseguiu produzir esse valores que tanto prezamos, o que devemos esperar desse novo "capitalismo" oriental, estatal, dirigido, autocrático, fechado e antilibertário? Teremos saudade da prepotência americana? Tomara que não, mas só o saberemos em futuro breve. Enquanto isso: Feliz Ano Novo pra todos.

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