segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia brasileira

Mais uma tragédia anunciada se abate sobre nós, o país da indigência mental. Por quê somos imprevidentes, despreparados, negligentes? Não sei. Sei que é, infelizmente, uma característica brasileira: não planejar, não prevenir, apenas chorar e se lamentar depois.
Lembro-me da época em que ainda não era obrigatório por lei o uso de cintos de segurança. Se alguém, no carro, o procurava e colocava, era olhado pelos demais com cara de espanto e risos maliciosos. Mesmo depois da obrigatoriedade do uso (e ainda hoje há casos) a resistência foi grande.
Casas noturnas sem as mínimas condições de segurança proliferam pelo país  afora. As tragédias até que são poucas, considerando o risco a que a população  de jovens está submetida. No país cartorial dos alvarás, carimbos e licenças, ninguém fiscaliza nada e tudo se resolve, não poucas vezes, por "debaixo dos panos". Se não é assim, como se explica que uma boate com capacidade para duas mil pessoas, só tivesse uma única porta de saída que era, ao mesmo tempo, porta de entrada e com as passagens obstruídas por biombos? Como se explica que o poder público tivesse concedido o alvará de funcionamento a uma casa de espetáculos nessas condições e, ainda, com revestimentos internos de poliuretano, material altamente inflamável e tóxico!?
Não há explicação dentro da lógica e dentro da lei. A explicação tem que ser buscada fora, nos meandros do nosso endêmico descaso e endêmica indiferença. O descaso é típico dos órgãos de governo que fingem que cumprem suas funções e a indiferença é típica do nosso povo que aceita passivamente qualquer coisa e finge que está tudo bem.
Não cobramos, não reclamamos, exceto uns poucos cidadãos, considerados chatos, ranzinzas, mal-humorados. E as autoridades desfilam por aí sua incompetência e sua venalidade sem se importar com nada, nem com ninguém, exceto na hora do voto.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Genocídio e escravidão feminina

O que acontece com as mulheres, em certos países, é simplesmente um genocídio de proporções catastróficas. Esse caso recente da menina indiana estuprada e morta por um bando de seres animalescos é apenas uma ponta infinitesimal do grande horror diuturno a que as mulheres são submetidas em inúmeros países em todo o mundo. India, Paquistão, Irã, Afeganistão, China, Palestina, Arábia Saudita, Síria, Egito, Argélia, Líbia, Mali, Libéria, Somália, Níger, Chade, Sudão, são alguns dos que nos vêm à mente de imediato quando se trata desse assunto, mas a lista é muito maior, onde as mulheres valem menos que objetos, e são submetidas aos mais terríveis sofrimentos, humilhações, desrespeito, agressões físicas e psicológicas.
Apesar de muitas organizações tratarem desse assunto, não se vê, quando se fala em manifestações de massa, uma grita mundial contra isso. Muito antes de, na ONU, se discutirem questões geopolíticas de distribuição de poder, muito antes de as pessoas, organizações e governos se preocuparem com as alterações climáticas, o que deveria ser trazido à pauta é como a humanidade vai se livrar dessa situação degradante para todos nós. 
A ONU deveria, sim, impor severas sanções contra os países que permitem esse tratamento às mulheres e às crianças. Somente quando essa questão estivesse plenamente resolvida, teria a humanidade o direito moral e ético de tratar de quaisquer outros assuntos. 
O sexo feminino representa mais da metade da humanidade. E é essa parcela de seres humanos - a melhor parcela, a mais bonita, a mais generosa - que sofre esses abusos. É preciso parar com isso, já.  É preciso acabar com o relativismo cultural que aceita, em nome do respeito às culturas diferentes, essa exclusão e esse genocídio.
As culturas devem ser respeitadas em suas características peculiares e diferentes, mas desde que essas características não impliquem em desrespeito aos valores maiores e absolutos que são os direitos humanos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Truques velhos

Cachorro velho não aprende novos truques, diz o ditado. Parece que é verdade e ontem isso ficou demonstrado na fala da presidanta na TV.
Dilma, coitada, até que tenta. Mas não convence. Ontem, por exemplo,  ficou claro que foi o seu marqueteiro quem escreveu o que ela leu. A não ser pelos gaguejos e interrupções típicos, não era a Dilma falando.
João Santana, o marqueteiro, pode até ter se inspirado no pensamento dilmista  - se é que existe um pensamento dilmista - mas ficou claro que o estilo não era o da locutora.
E essa história de atribuir à oposição a culpa pelos fracassos das ações de governo é história velha e requentada. Até porque não há atualmente no Brasil uma oposição política digna do nome. Oposição é o que acontece na França, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos.
Dilma anunciou que o preço da energia elétrica vai baixar. Parabéns pela mágica! Quem não quer pagar menos pela energia elétrica ou por qualquer dos serviços prestados pelo Estado à sociedade? A questão é que dar com uma mão e tirar com a outra é mentira, é estelionato político. 
A conta, portanto, não pode ser fechada às custas do Tesouro, senão todos nós continuaremos pagando, só que em outra esfera, por outra via e sem saber. De onde saiu, pois,  esse valor de desconto? Onde ele estava embutido ou escondido? E por quê não veio antes? 
Ora, se o custo de produção de energia não baixou (até, ao contrário, aumentou), se não houve ganhos de produtividade, como é que se vai dar esse desconto?
Essas perguntas ficaram sem resposta, mas analistas já avaliam que o governo vai ter que desembolsar 8,46 bilhões de reais, por ano, para tapar esse buraco.
Essa notícia está, pois, com cara de demagogia eleitoreira. Sinto muito que D. Dilma esteja sendo pressionada pelo Molusco e queira devolver a bola, mas é o Erário que vai financiar a campanha eleitoral dela? É demais!

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