Mais uma tragédia anunciada se abate sobre nós, o país da indigência mental. Por quê somos imprevidentes, despreparados, negligentes? Não sei. Sei que é, infelizmente, uma característica brasileira: não planejar, não prevenir, apenas chorar e se lamentar depois.
Lembro-me da época em que ainda não era obrigatório por lei o uso de cintos de segurança. Se alguém, no carro, o procurava e colocava, era olhado pelos demais com cara de espanto e risos maliciosos. Mesmo depois da obrigatoriedade do uso (e ainda hoje há casos) a resistência foi grande.
Casas noturnas sem as mínimas condições de segurança proliferam pelo país afora. As tragédias até que são poucas, considerando o risco a que a população de jovens está submetida. No país cartorial dos alvarás, carimbos e licenças, ninguém fiscaliza nada e tudo se resolve, não poucas vezes, por "debaixo dos panos". Se não é assim, como se explica que uma boate com capacidade para duas mil pessoas, só tivesse uma única porta de saída que era, ao mesmo tempo, porta de entrada e com as passagens obstruídas por biombos? Como se explica que o poder público tivesse concedido o alvará de funcionamento a uma casa de espetáculos nessas condições e, ainda, com revestimentos internos de poliuretano, material altamente inflamável e tóxico!?
Não há explicação dentro da lógica e dentro da lei. A explicação tem que ser buscada fora, nos meandros do nosso endêmico descaso e endêmica indiferença. O descaso é típico dos órgãos de governo que fingem que cumprem suas funções e a indiferença é típica do nosso povo que aceita passivamente qualquer coisa e finge que está tudo bem.
Não cobramos, não reclamamos, exceto uns poucos cidadãos, considerados chatos, ranzinzas, mal-humorados. E as autoridades desfilam por aí sua incompetência e sua venalidade sem se importar com nada, nem com ninguém, exceto na hora do voto.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
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