quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O capitalismo do PT

Revista Veja 
O PT se dizia um partido de esquerda, socialista. Acusava o governo FHC o tempo todo de ser neo-liberal, como se realmente o Brasil estivesse vivendo sob o sistema econômico propugnado pelo liberalismo. Coitados de nós que ainda nem chegamos a ser capitalistasNo Brasil o capitalismo já está em decadência, antes mesmo de ter chegado ao apogeu.

Mas o PT se transformou. Tão logo chegou ao "pudê" (o paraíso terrestre, no imaginário dos pelegos do ABC) o PT vislumbrou as vantagens de ser...capitalista! Lula escolheu para seu vice, ninguém mais, ninguém menos, que um dos próceres da indústria têxtil (o mesmo tipo de indústria onde começou a Revolução Industrial capitalista). Logo depois, seu governo mostrou-se um belo aliado dos bancos. Em certos casos, como o do Rural, mais que aliado, cúmplice. Recentemente o próprio Lula declarou: "nunca-antes-neste-país os bancos ganharam tanto dinheiro como em meu governo". Sua sucessora também não se cansa de fazer gracinhas ao mercado e criar reservas, por exemplo, para as montadoras automobilísticas. 
Portanto, as más companhias a que se refere o petista Olívio Dutra não são só as políticas. Como sempre, continuam os mesmos grupelhos, as mesmas oligarquias, quer econômicas, quer políticas, a mandar no jogo. É o mesmo velho coronelismo vestido com uma roupagem "muderna". Sarney está aí para não deixar  ninguém mentir.

O capitalismo do PT porém tem algumas características que o diferem dos outros capitalismos. É um capitalismo de resultados. Resultados para o partido, fique claro,  e para o bolso de alguns. E dane-se o resto do país.

A cartilha neo-capitalista do PT reza o seguinte:

1) A livre concorrência é ruim para os negócios.
O que o PT quer é ajudar os oligopólios amigos. E todos os oligopólios, que não são bobos, nem nada, se tornaram amigos do PT. Pergunte-se à Telemar, por exemplo, por quê comprou as quotas na Gameport (do filho do Molusco) por alguns milhões.  
As boas fatias do bolo são sempre servidas para os amigos e as migalhas deixa-se cair ao chão, para que o povo não reclame.

2) Investimentos de risco devem ser evitados.
Os investimentos devem ser sempre bancados pelo BNDES, com juros subsidiados à custa do dinheiro do otário do contribuinte. Dinheiro de risco, não. Vindo de fora, então, nem pensar.

3) Crescimento econômico se obtém com discursos ufanistas. E equilibrio nas contas, com manipulações nos números.
Quando a economia não responde, jogue-se a culpa nas elites, que não colaboram e mexa-se nos índices. É mais ou menos como quebrar o termômetro, se a febre do paciente não baixa.

4) O Estado é uma vaca abstrata da qual se pode extrair leite indefinidamente. 
Aliás essa vaca passou a ser propriedade do partido, tão logo ele chegou ao curral, quero dizer, Palácio do Planalto! São também tetas dessa vaca, as autarquias e estatais que gerenciam orçamentos bilionários, tais como, Banco do Brasil e Petrobrás. Quando o leite secar, esprema-se mais um pouco aquele idiota chamado, ora eleitor, ora contribuinte, dependendo do momento em questão. 

Assim o PT reinventou o capitalismo no século XXI, como está reinventando o modo de fazer política, sempre descendo alguns degraus. Vamos ver onde estará o fundo do poço!




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