domingo, 15 de julho de 2012

E viva o PIBinho (II)

Em 13/03 (aqui) já estava ficando claro para onde a política econômica desse governo, complementando a do anterior, iria nos levar. Infelizmente, as previsões daquele post vem se confirmando e mais rápido do que se poderia supor.
O empresário Warren Buffet tem uma frase genial: "quando a maré abaixa é que se vê quem é que estava nadando pelado". Em tempos de bonança todos são bons, tudo "dá certo", e os erros, por maiores que sejam, passam desapercebidos, como aconteceu durante os 8 anos do governo Lula. Na hora da crise, do "vamos ver", é que se separam as ações corretas da pirotecnia.
A Dilma, coitada, até que se esforça para parecer uma administradora séria, uma gestora firme e competente. Para quem não consegue falar duas frases até o fim sem embolar o raciocínio, até que faz muito. O ministro Mantega é uma esfinge. Fica com aquela cara de paisagem, concordando com tudo, e a gente não sabe se ele está só sendo cínico ou se não sabe é nada de economia também.

Lula teve sorte porque durante seu governo a maré estava alta e eles puderam nadar pelados à vontade. Engambelaram a classe média e os emergentes, fizeram assistencialismo populista e conseguiram a tal popularidade de 130%. Mas, como mais cedo ou mais tarde, a conta chega, baixando a maré, quem vai aparecer nadando pelado são os outros, no caso, o poste que ele conseguiu fazer sentar na cadeira de presidente. Dilma faz o que pode, mas não pode muito. Sai atirando a esmo, mas o problema é que não atira naquilo que deveria ser o alvo principal: os entraves ao nosso crescimento industrial. Esses entraves nada tem a ver com a crise européia, ou com a desaceleração da China.
Nossos entraves são estruturais: a baixa qualidade da mão-de-obra local, a elevada carga tributária, a sobreposiçãode impostos, taxas e "contribuições", o emaranhado de leis, decretos, regulamentos e instruções normativas, a insegurança jurídica, as constantes mudanças nas regras do jogo, os custos pesados da ineficiência burocrática, a falta de investimentos na infraestrutura, a roubalheira, a corrupção generalizada, o aparelhamento e o elevado custo do Estado. Tudo isso aliado a uma baixa poupança interna, o que exige a captação da poupança externa para que os investimentos no crescimento econômico sejam feitos, vem nos dizer que a nossa economia vai continuar "patinando".
Quando, recentemente, o mundo crescia a 3% ao ano e a China a 11%, não passamos dos pífios 5%, que foram cantados com louvor e glória pelo governo Lula como se fossem a oitava maravilha. Agora em que a economia chinesa caiu para 7% e a Europa e EUA tem crescimento zero, não conseguimos manter nem 2% e é bem provável que tenhamos, como na era Sarney, mais uma década perdida. Nem Copa, nem Olimpíadas, nem PAC podem nos salvar se insistirmos em desconhecer e atacar as verdadeiras causas dos nossos problemas. Infelizmente, essa equipe que aí está não nos ajuda nem um pouco. Não vai ser com discurso demagógico e medidas paliativas que vamos conseguir fazer a nossa economia avançar. Vamos ter que nos contentar com PIBinhos pelos próximos anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário:

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa