sábado, 14 de setembro de 2013

Que responsabilidade!

Marco Aurélio, um filósofo estóico, virtuoso, ético,  é considerado um dos melhores imperadores que Roma já teve. Ontem o ministro Marco Aurélio também foi brilhante. Talvez nos seus 34 anos de judicatura não lhe tenha sido dado um momento histórico mais relevante que aquele. No final de seu voto, que não levou por escrito e que sustentou oralmente sem nem consultar seu computador, fechou-o com chave de ouro ao dizer que "o Supremo cresceu em um momento de descrédito das instituições e está agora também a um passo, a um voto, do descrédito. Que responsabilidade, hein, ministro Celso de Mello! "
Não foi preciso dizer mais nada. Com essa frase, o nosso Marco Aurélio sintetizou o que estará nas mãos, no coração e na mente do ministro Celso de Mello. Seu voto, decisivo, dirá ao Brasil em que direção vamos caminhar, se em direção ao futuro, começando por terminar de vez com o assalto ao Estado, ou em direção ao passado, do qual tentamos, mas não conseguimos, nos afastar. Um passado que é de atraso, de coronelismo, de apropriação indevida do Estado por uma elite arcaica, de falta de cidadania, de falta de liberdades democráticas. Estamos vivendo nesse passado desde os tempos da colônia. Tivemos alguns espasmos de modernidade que foram logo sufocados por uma elite que só pensa na manutenção dos seus privilégios. É essa a elite que está, mais uma vez, encastoada no poder com o beneplácito de quem dizia lutar contra ela. É a elite contra a qual Lula vociferava, mas da qual se aproximou como um cãozinho abanando o rabo tão logo teve a oportunidade de receber uns afagos. É essa elite, representada por José Sarney e  sua filha Roseana, por Renan Calheiros, por Fernando Collor, por Paulo Maluf, e por muitos outros que nem convém nomear, que sairá vitoriosa, dependendo do voto do ministro Celso de Mello.
Esse ministro já deu votos memoráveis e históricos, no decorrer do julgamento do mensalão. Não creio que nos decepcionará.
E o ministro Marco Aurélio, teve a chance da grandeza e não a desperdiçou, ao contrário, soube se valer do momento para entrar definitivamente para a história do Supremo e da nação brasileira. 

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