segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A Mãe do PAC

Uma das estrelas do PAC - lembram-se?.. .aquilo que um dia foi chamado de Programa de Aceleração do Crescimento- era a transposição do rio S.Francisco.
Essa transposição, junto com o pré-sal, o trem-bala e os 800 aeroportos, seriam as obras máximas do lulo-petismo dilmista. Hoje ninguém fala mais nisso. 

A transposição do S.Francisco que iria, segundo o discurso oficial,  resolver de vez a seca do nordeste, são águas passadas, que além de não moverem moinhos, também não matam a sede. O que realmente interessava, os gastos exorbitantes dos contratos bilionários com as empreiteiras, já foi realizado e embolsado, portanto, não há mais muita coisa a se extrair dessa obra. Pula-se para a próxima...

A coisa pública tem sido conduzida no Brasil com tal descaso e o povo está tão acostumado com isso, que nem sequer causa espanto saber que o mesmo rio, cujas águas seriam transpostas para, supostamente, solucionar o problema da sede de milhares de pessoas, é o rio que está morrendo, sem socorro nem atenção oficiais. Ao contrário. Do total do valor orçado para a revitalização do S. Francisco, só foram aplicados 55% no ano de 2014. Esse valor representa menos da metade do que foi aplicado em 2013.

O órgão responsável, subordinado ao ministério da (des)Integração, é uma tal de Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S. Francisco e Parnaíba). O nome pretende ser pomposo, mas consegue ser apenas esdrúxulo e terceriomundista; e a prática é sempre a mesma porcaria. Esses órgãos, essas autarquias,  consomem a maior parte do próprio orçamento com a manutenção de si mesmos. Ou seja, só existem para perpetuar a sua própria existência e, claro, funcionar como cabides de emprego dos apaniguados políticos. E quem paga essa conta somos os otários do lado de cá, que não reclamam.

Pois bem, fica uma pergunta que não quer calar: se o rio S.Francisco está em tal estado de penúria que necessita ser revitalizado, como poderia esse mesmo rio ser o manancial que abasteceria um sistema de irrigação projetado para uma área maior que a França, Espanha e Alemanha juntas?
Alguma coisa está errada. Ou o projeto de transposição não deveria ter existido por falta de condições do rio doador e, nesse caso a revitalização seria mais que necessária, ou o projeto de transposição está correto e o rio S.Francisco não necessita de revitalização.

O resultado final é que não há nem uma coisa nem outra; nem existe a tal transposição, cantada em verso e prosa enquanto interessava, nem existe a revitalização de um rio absolutamente imprescindível para o país. 
Dizem os semitas que o diabo é o pai da mentira. E a mãe, digo eu, deve ser a mesma que pariu o PAC.




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