quarta-feira, 12 de abril de 2017

Fim do mundo para as ratazanas

O mundo acabou! Para eles, os políticos, o mundo acabou de acabar. Aquele mundo maravilhoso, em que tudo era possível, no qual o dinheiro nunca faltava, nem para as campanhas mentirosas, nem para o enriquecimento pessoal; mundo em que jamais teriam que enfrentar cobranças e muito menos punição, para felicidade geral da nação, acabou!

Há muito tempo o Brasil devia a si mesmo o enfrentamento dessa realidade. Uma realidade que solapou o desenvolvimento do país, que impedia a realização do potencial dessa nação continental e rica, que foi responsável por muitas vidas fisica, intelectual e socialmente perdidas. Essa traição continuada à pátria é um crime sem precedentes talvez na história da humanidade, considerados o volume e o tempo.

As consequências estão aí, visíveis, nos hospitais carentes, nas doenças endêmicas, no sistema educacional público em frangalhos, na previdência cujas contas não fecham, na infra-estrutura destruída e abandonada, nas decisões propositalmente equivocadas, como, por exemplo, a construção megalomaníaca e desnecessária dos estádios de futebol para a Copa, na falta de segurança, na bandidagem policial, na leniência e morosidade da justiça, no predomínio do tráfico sobre as estruturas do Estado, na situação calamitosa e degradante dos presídios.  A lista pode se estender por muito mais aspectos da vida nacional.

E, nós, o povo, abestalhados, a ver tudo isso acontecendo sob os nossos narizes, mas sem reação, sem acreditar que pudéssemos reagir e dar um basta.

Pois uma conjunção de fatores benignos e até certo ponto inesperados, fizeram uma investigação local de lavagem de dinheiro dar nessa magnífica operação Lava Jato. Naquele momento, havia um ministério público jovem, idealista e competente, e um juiz impoluto e corajoso, em Curitiba, que iriam mudar o rumo da história desse país.

As ratazanas ainda não se deram por vencidas. Seria ingenuidade esperar o contrário, mas aqui dá-se o fenômeno da massa crítica. Depois que um determinado número de pessoas, chamado massa crítica, adota uma nova posição ou assume determinado comportamento, esse fenômeno passa a ser dominante e autossustentável. É por isso que uma pessoa acostumada a jogar lixo na rua, deixa de fazê-lo quando viaja ou se muda para um lugar onde esse mau hábito seja condenado. A massa crítica funciona socialmente, tanto no sentido negativo, quanto no positivo.

Parece que atingimos no Brasil essa massa crítica de pessoas que não mais admitem a corrupção dos agentes públicos como um fato da natureza. É por isso que, apesar da resistência, o mundo desses políticos acabou. Não há mais tolerância.

A lista de Facchin não deixa dúvidas sobre a extensão e a profundidade desse problema. Estamos vivendo um momento histórico de virada. Não será um processo linear, haverá idas e vindas, golpes e contragolpes, mas a virada é inevitável. As entranhas estão expostas, os métodos revelados à luz do dia. O ambiente não é mais propício para as ratazanas. É o fim do mundo delas.

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