segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O (mau) exemplo do ministro

Dias Toffoli votou como Dias Toffoli. Não poderia nem ter votado, uma vez que, tendo sido advogado do Partido, deveria, por imposição ética, ter se declarado impedido. Seu voto constrange o Supremo e coloca em suspeição o resultado. 
Não dá para entender seu afã em participar de um julgamento que só pode ser uma verdadeira "saia justa". Para se livrar da desconfiança teria que condenar todos os mensaleiros, especialmente os petistas, mesmo que não tenha plena convicção de sua culpa. Quando os absolve (como fez com João Paulo Cunha) passa imediatamente a impressão de que o fez por fidelidade aos seus antigos companheiros.
Até parece que as instituições brasileiras já não estariam suficientemente desacreditadas, que o povo confiaria nas autoridades, no Congresso, na polícia, na Justiça. 
O que menos a República precisa agora é de uma suspeita pairando sobre o voto de um ministro da Suprema Corte do país.
Como somos um país cordial ninguém com capacidade de argüir o ministro o fez. A "urbanidade" fala acima de tudo. Ninguém quer ser o chato da vez, o cri-cri, o picuinha. Preferimos passar por cima de tudo, varrer tudo para debaixo do tapete e continuarmos a vidinha de mentira como se tudo estivesse resolvido.
Desse jeito jamais sairemos da mediocridade. Se não formos capazes de ver com os olhos bem abertos nossos defeitos e nossos problemas, não seremos capazes de corrigí-los e nosso destino será o de continuar a ser eternamente o país de um futuro que nunca chega.
O exemplo vem de cima, ministro Dias Toffoli!


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